O projeto AirVisual Earth mostra uma grande mancha vermelha sobre a China e a Índia. Trata-se do alto nível de poluição atmosférica nos dois países. E setas brancas indicam onde toda a poluição pode chegar, levada pelas correntes de ar. No mapa animado criado pelo cientista de dados Yann Boquillod é possível verificar como se distribui a poluição do ar em todo o planeta Terra em tempo real.
Segundo a revista Science, as informações são coletadas de satélites e de mais de 8.000 estações de monitoramento de poluição. Os usuários podem girar o globo terrestre no infográfico interativo para ter uma visualização completa.
O projeto foi publicado no site da empresa AirVisual, de Yann Boquillod. Dentre outras iniciativas, a AirVisual desenvolve aplicativos nos quais é possível ver previsões de poluição atmosférica em cerca de 6.000 cidades.
Fonte: UOL
Caso as emissões de gases estufa continuem no patamar atual, o gelo do Ártico terá virado água em 2050. Isso significa que será possível atravessar de barco o polo Norte. Mas também significa que muitas espécies vão morrer e que a poluição se espalhará mais facilmente pelo globo.
Um estudo feito por pesquisadores do Instituto Max Planck de Meteorologia, na Alemanha, e do London College, na Inglaterra, e publicado na revista Science, conseguiu mensurar quanto o dióxido de carbono adicional liberado na atmosfera impacta no derretimento da cobertura de gelo do mar. Os cálculos são de assustar.
Cada tonelada de CO2 liberada por nós provoca a perda de 3 m² de gelo marinho. Isso significa que um pedaço de gelo é derretido a cada ano pela circulação de um carro 1.0 econômico movido a gasolina. As análises levam em conta a perda sofrida nos mares gelados no fim do verão, estação em que já ocorre um derretimento natural e que serve como parâmetro para se mensurar mudanças.
"Pela primeira vez foi possível entender como cada um de nós contribui nessas consequências tangíveis do aquecimento global", diz Dirk Notz, cientista do clima e um dos autores do estudo.
Atualmente, o mundo libera cerca de 36 bilhões de toneladas de CO2 por ano. Essa quantidade sendo emitida por mais 35 anos é suficiente para o oceano Ártico ter um verão completamente sem gelo em 2050--o primeiro em 125 mil anos, época anterior ao início do último período glacial.
Gelo derrete por cima ou por baixo?
Os cientistas costumam apontar diversos fatores como causadores do derretimento das geleiras dos mares. Dentre eles, há o aumento da temperatura das águas dos oceanos e o aquecimento da atmosfera. Poderíamos imaginar que a cobertura de gelo vai sendo derretida "por baixo" e "por cima", simultaneamente
De acordo com o estudo mais recente, as simulações climáticas subestimam a contribuição do aquecimento da atmosfera no derretimento da cobertura de gelo do mar. Para eles, os outros fatores tiveram alterações menores no período estudado.
Notz e Julienne Stroeve analisaram registros de temperatura no Ártico e a extensão mínima do gelo marinho desde 1953. Na análise, verificaram que a extensão média declina em paralelo com a quantidade crescente de CO2 liberado pela ação humana.
Em 2012, o gelo do Ártico atingiu sua extensão mínima desde que as observações por satélite começaram. Foi registrado na época apenas 3,39 milhões de km² de gelo, muito abaixo da média de 6,22 milhões km² verificada entre 1981 a 2010.
Segundo os autores, a relação entre emissões e perda de gelo decorre da concentração de CO2 na atmosfera, o que ocasiona um agravamento do efeito estufa. Sua intensificação acaba fazendo com que menos calor se dissipe. Assim, o clima global fica mais quente, derretendo as bordas de gelo do Ártico.
Fonte: UOL
O desaparecimento de habitats e a mudança climática provocam a sexta extinção, que nos deixará sem tigres e girafas
Um dos relatos mais importantes da ficção contemporânea é intitulado O Grande Silêncio. É protagonizado (e contado) por um papagaio e tem pouco mais de quatro páginas. Seu autor é Ted Chiang, um norte-americano especialista em tecnologia da informação que, com um punhado de contos reveladores, entre eles o que inspirou o filme A Chegada, foi capaz de tocar nossas fibras mais sensíveis. O pássaro-narrador mora ao lado do telescópio de Arecibo, na floresta de Porto Rico, com o objetivo de tentar captar um som inteligente proveniente do espaço exterior, examinando o chamado “silêncio do universo”. No entanto, o papagaio se pergunta por que os humanos nunca tentaram falar com os seres de outras espécies com as quais compartilham o planeta: “Centenas de anos atrás, minha espécie era tão abundante que nossas vozes ressoavam por todos os lugares. Hoje, estamos quase extintos. Em breve, a selva será tão silenciosa quanto o resto do universo”. O desaparecimento da fauna tem sido um pesadelo recorrente da ficção – o título do livro de Philip K. Dick, no qual Blade Runner foi baseado, é Androides Sonham Com Ovelhas Elétricas?, porque descreve um mundo de megacidades nas quais não existem animais –, mas que agora é um processo já em andamento. É o que se chama a sexta extinção.
“É o acontecimento mais importante de nosso tempo. A situação é muito grave. Na verdade, não poderia ser mais grave”, diz Elizabeth Kolbert, jornalista norte-americana que no ano passado ganhou o Prêmio Pulitzer por seu livro cujo título é precisamente A Sexta Extinção – Uma História Não Natural, que o presidente Barack Obama recomendou em numerosas ocasiões. “É importante perceber que alguns ecossistemas, como recifes de coral, estão entrando em colapso atualmente”, acrescenta a jornalista da revista The New Yorker. E a National Geographic, em um artigo recente, levantou a questão de forma ainda mais dramática: “Os seres humanos sobreviverão à sexta extinção?”.
Nos quatro bilhões de anos que se passaram desde o início da vida na Terra, houve cinco episódios de extinção em massa de espécies. O mais famoso de todos ocorreu 66 milhões de anos atrás, no Cretáceo, quando o impacto de um meteorito causou a aniquilação dos dinossauros e de 80% das espécies terrestres. No entanto, esta sexta extinção tem uma diferença fundamental com as outras: somos os responsáveis. Desde o ano 1500, 322 espécies foram extintas, mas agora o processo está em plena aceleração. Anthony Barnosky, paleobiólogo na Universidade Stanford (EUA) e especialista no funcionamento de ecossistemas, resume a situação: “Se não tomarmos medidas diante da atual crise, os netos de nossos filhos viverão em um mundo no qual três quartas partes das espécies que existem na atualidade terão desaparecido para sempre”. Nos oceanos, continua Barnosky, muitos dos animais dos quais nos alimentamos, como o atum, terão também desaparecido.
Leia a matéria na íntegra AQUI
Reduzir a concentração do poluente ozônio nas metrópoles só é possível diminuindo a quantidade de veículos, concordam especialistas.
Em sua tese de doutorado, o pesquisador Júlio Barboza Chiquetto, da USP (Universidade de São Paulo), fez várias simulações de cenários para ver o impacto de modificações na realidade sobre o comportamento da atmosfera.
Mesmo no cenário fictício em que toda a mancha urbana se transformava em floresta com o mesmo número de carros, o impacto para esse poluente não foi tão forte quanto nos cenários em que se manteve a mancha urbana com a diminuição da frota de veículos.
"Para reduzir poluição, só tem uma maneira: tem que reduzir as emissões. No caso do ozônio, reduzir emissões veiculares", diz Paulo Artaxo, pesquisador e membro do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC).
O ozônio é um dos principais poluentes presentes nas grandes cidades. A OMS (Organização Mundial da Saúde) recomenda a medição dele juntamente com o material particulado 2,5 (mp2,5). Atualmente, em São Paulo, há 98 municípios com níveis crônicos de ozônio acima do considerado ideal pela OMS. Em 2013, a lista oficial indicava problemas de poluição em 90 localidades.
Leia a matéria na íntegra AQUI