O Açude Cedro, no sertão central de Quixadá, famoso ponto turístico aos pés da Pedra da Galinha Choca, transformou-se em um cemitério de quelônios, nome que abrange os grupos de tartarugas, cágados e jabutis.
Totalmente seco, Açude do Cedro acumula mais de 400 tartarugas mortas e ameaça ecossistema.
O alerta da gravidade da situação foi dado pelo zoólogo Hugo Fernandes-Ferreira que iniciou pesquisa urgente sobre o impacto do problema. O programa Gente na TV, da TV Jangadeiro/SBT, foi ao local conferir o cenário.
O açude centenário, a cerca de 170 quilômetros de Fortaleza, é o primeiro reservatório construído no Brasil e está completamente seco. Após ser alertado por estudantes da Universidade Estadual do Ceará (Uece), o professor e os alunos contabilizaram o número de 439 tartarugas de água doce mortas, também conhecidas como cágados. “É uma contagem alarmante, sem dúvida”, lamenta.
“Isso não se resume a uma simples tristeza do fato. Esses animais cumprem papel fundamental na cadeia alimentar, inclusive pela alimentação parcialmente detritívora, otimizando a ciclagem de nutrientes”, escreveu Hugo em publicação no Facebook.
O doutor em Zoologia pontuou ainda que a crise de sobrevivência dos animais teve início, provavelmente, antes da seca. O fato foi observado porque os cágados são todos de uma mesma espécie (Phrynops geoffroanus). A expectativa era de que, pelo menos, outras duas espécies menos resistentes habitassem o açude. “Isso quer dizer que, antes da seca, a situação do açude possivelmente já estava crítica, talvez por poluição, alta salinidade da água ou outros fatores”, ressalta.
Diante do impacto percebido sobre os cágados, o professor alerta que o impacto pode ser muito maior diante dos milhares de peixes e milhões de invertebrados que ali viviam. “Cadê os predadores das larvas do Aedes aegypti? Os índices de dengue, zika, chikungunya e mayaro podem ser alarmantes se nada for feito para controlar a reprodução”, afirma.
O estudo do professor e seus alunos ainda está na fase inicial. Um plano de recuperação deve ser traçado pelo grupo. “A intenção é mostrar que o problema da seca do Nordeste é complexo demais para ser tratado com tanto descaso e falsas promessas há décadas. O que está acontecendo no Cedro é observado em dezenas de outros açudes. A biodiversidade da Caatinga e a população pobre do sertão merecem, por uma questão de direito basal, políticas que realmente resolvam”, destacou.
Fonte: Tribuna do Ceará
Freezing temperatures across Europe have caused more than a dozen deaths and major disruption to power, water supplies and transport networks in recent days.
Temperatures as low as -26C (-15F) caused ice to form on the Adriatic sea, the Danube and many smaller rivers, lakes and ponds.
In Italy eight deaths were blamed on the extreme cold and the authorities said there were two more in Poland on Saturday, bringing the nation’s death toll from winter weather to 55 since the beginning of November. The dead in Italy included a man living in the basement of an unused building in Milan and another on a street flanking Florence’s Arno river. They were among at least half a dozen weather-related deaths of homeless people in the country.
Heavy snow and high winds also resulted in rerouted flights, delayed ferries, cancelled trains and closed roads in Italy. With no indication of a letup, some schools in the south of the country were ordered not to open on Monday because of as much as a metre of snow, the Ansa news agency reported. In Rome the fountains in St Peter’s Square froze overnight.
In Bulgaria police said three people , including a man from Iraq and a Somali woman, had died from cold in the mountains near Turkey as they tried to make their way in to Europe.
Aid workers in Serbia helped hundreds of migrants sleeping rough in parks and makeshift shelters, and the authorities banned river traffic on the Danube because of the conditions.
Valdecir João da Silva, de 53 anos, conta os cadáveres do seu pequeno rebanho que não resistiu à fome, à falta de água e às doenças causadas pela desnutrição. Em uma área afastada da pequena casa onde vive com a família, ele juntou 12 animais mortos ao longo dos últimos meses. De alguns, restam os ossos. De outros, mais recentes, os corpos inchados. “Morreram de fome”, resume ele, que prefere deixá-los aos urubus a enterrá-los. Ele tenta salvar os 20 animais que restam com mandacaru, a planta símbolo do Nordeste. “Ração não dá para comprar, pois está muito cara. O saco de milho que custava R$ 18 há dois anos hoje sai por R$ 65.”
No sertão de Petrolina, quinta maior cidade de Pernambuco, não choveu por 11 meses. Em meados de dezembro, caiu uma chuva forte, mas logo parou. O receio dos sertanejos do semiárido é de que se repita o ocorrido em janeiro passado, quando a chuva veio forte, “sangrou” açudes, mas durou só duas semanas.
“Plantei 60 quilos de milho e de feijão, mas não choveu mais e perdi tudo. Não deu nem palha”, diz Josilane Rodrigues, de 25 anos, enquanto expõe 11 ovelhas em uma feira em Dormentes, a 130 km de Petrolina. Quer vendê-las, mesmo a preço baixo, por não ter como alimentá-las.
“Vou vender a qualquer preço porque não quero voltar com eles”, afirma Francisco Agostinho Rodrigues, de 64 anos, que levou à feira 23 de seus 60 animais. “A gente vende algumas para dar de comer às outras”. A feira semanal de Dormentes reúne, em média, 3,6 mil animais e atrai compradores da região e de outros Estados. Em tempos bons, tudo é vendido. Agora, em razão da crise e da seca, o número de animais expostos caiu à metade e muitos voltam para casa por falta de interessados, diz João Batista Coelho, da Agência de Defesa e Fiscalização Agropecuária.
Confira a matéria na íntegra aqui.
Fonte: Estadão
(Em vermelho, as áreas que mais perderam água. Foto: Reprodução/NASA)
Não é novidade que o Brasil passa por uma crise hídrica. Mas entrar em contato com números concretos sobre o assunto é alarmante: segundo um estudo da Nasa, só a região Sudeste perdeu 56 trilhões de litros de água entre 2012 e 2015.
Augusto Getirada, hidrologista do Centro de Voo Espacial Goddard da Nasa, em Maryland, nos Estados Unidos, analisou a quantidade de água armazenada nos aquíferos e rios pelo Brasil entre 2002 e 2015. O objetivo do pesquisador era entender a profundidade da seca atual.
"A questão que conduz esse trabalho é: qual é a quantidade de água faltando nessa região? E a partir disso, nos perguntamos quando essa seca começou", disse Getirada. Os resultados foram divulgados na publicação científica Journal of Hydrometeorology.
Para responder as questões, o hidrologista usou dados dos satélites Gravity Recovery e Climate Experiment (GRACE) da agência espacial americana. Os aparelhos orbitam a Terra e detectam mudanças no campo gravitacional do planeta. Estas geralmente ocorrem por conta da movimentação de grandes massas de gelo e água, inclusive água na superfície e no subterrâneo, o que permite que os cientistas encontrem e acompanhem as secas.
Fonte: Revista Galileu