A comunidade científica brasileira e internacional ganhou um novo sistema capaz de fazer previsões simultâneas de tempo e de qualidade do ar na América do Sul em tempo real.
O Centro de Previsão de Tempo e Estudos Climáticos (CPTEC) do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), em Cachoeira Paulista, no interior de São Paulo, lançou uma nova versão do modelo regional de previsão de tempo e estudos climáticos BRAMS.
Desenvolvido com apoio da FAPESP, por meio de projetos coordenados pelo pesquisador Saulo Ribeiro de Freitas, do Inpe, a nova versão do software meteorológico – denominado BRAMS 5.2 – unificou os modelos para previsão de tempo e de qualidade do ar usados atualmente pelo CPTEC.
Além disso, agregou um novo modelo de superfície que permite simular o ciclo de carbono e outros ciclos biogeoquímicos – processos naturais em que ocorre a passagem de elementos, como a água, de um determinado meio para os organismos e vice-versa – e aqueles causados pela ação humana, como queimadas.
Dessa forma, o sistema permite avaliar de forma integrada os impactos da queima da floresta no balanço de carbono (os processos responsáveis pelas fontes e sumidouros do gás de efeito estufa) da Amazônia e dos aerossóis da fumaça das queimadas na fotossíntese das árvores, entre outros aspectos – uma vez que simula de forma conjunta e simultaneamente as interações entre a composição da atmosfera com a qualidade do ar e os ciclos biogeoquímicos.
“A unificação dos modelos de previsão de tempo e de qualidade do ar em um mesmo software possibilita simular de forma mais coerente e realista a interação do ecossistema da Amazônia com processos, como as emissões de aerossóis pelas queimadas, que modificam regimes de chuva, o nível da temperatura da superfície e têm impactos na saúde pública”, disse Freitas, à Agência FAPESP.
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