Mudanças no clima do Brasil até 2100

Por Elton Alisson*

O clima no Brasil nas próximas décadas deverá ser mais quente – com aumento gradativo e variável da temperatura média em todas as regiões do país entre 1 ºC e 6 ºC até 2100, em comparação à registrada no fim do século 20.

No mesmo período, também deverá diminuir significativamente a ocorrência de chuvas em grande parte das regiões central, Norte e Nordeste do país. Nas regiões Sul e Sudeste, por outro lado, haverá um aumento do número de precipitações.

As conclusões são do primeiro Relatório de Avaliação Nacional (RAN1) do Painel Brasileiro de Mudanças Climáticas (PBMC), cujo sumário executivo foi divulgado nesta segunda-feira (09/08), durante a 1ª Conferência Nacional de Mudanças Climáticas Globais (Conclima). Organizado pela FAPESP e promovido com a Rede Brasileira de Pesquisa e Mudanças Climáticas Globais (Rede Clima) e o Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia para Mudanças Climáticas (INCT-MC), oevento ocorre até a próxima sexta-feira (13/09), no Espaço Apas, em São Paulo.

De acordo com o relatório, tendo em vista que as mudanças climáticas e os impactos sobre as populações e os setores econômicos nos próximos anos não serão idênticos em todo o país, o Brasil precisa levar em conta as diferenças regionais no desenvolvimento de ações de adaptação e mitigação e de políticas agrícolas, de geração de energia e de abastecimento hídrico para essas diferentes regiões.

Dividido em três partes, o Relatório 1 – em fase final de elaboração – apresenta projeções regionalizadas das mudanças climáticas que deverão ocorrer nos seis diferentes biomas do Brasil até 2100, e indica quais são seus impactos estimados e as possíveis formas de mitigá-los.

As projeções foram feitas com base em revisões de estudos realizados entre 2007 e início de 2013 por 345 pesquisadores de diversas áreas, integrantes do PBMC, e em resultados científicos de modelagem climática global e regional.

“O Relatório está sendo preparado nos mesmos moldes dos relatórios publicados pelo Painel Intergovernamental das Mudanças Climáticas [IPCC, na sigla em inglês], que não realiza pesquisa, mas avalia os estudos já publicados”, disse José Marengo, pesquisador do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) e coordenador do encontro.

“Depois de muito trabalho e interação, chegamos aos resultados principais dos três grupos de trabalho [Bases científicas das mudanças climáticas; Impactos, vulnerabilidades e adaptação; e Mitigação das mudanças climáticas]”, ressaltou.

Principais conclusões

Uma das conclusões do relatório é de que os eventos extremos de secas e estiagens prolongadas, principalmente nos biomas da Amazônia, Cerrado e Caatinga, devem aumentar e essas mudanças devem se acentuar a partir da metade e no fim do século 21.

A temperatura na Amazônia deverá aumentar progressivamente de 1 ºC a 1,5 ºC até 2040 – com diminuição de 25% a 30% no volume de chuvas –, entre 3 ºC e 3,5 ºC no período de 2041 a 2070 – com redução de 40% a 45% na ocorrência de chuvas –, e entre 5 ºC a 6 ºC entre 2071 a 2100.

Enquanto as modificações do clima associadas às mudanças globais podem comprometer o bioma em longo prazo, a questão atual do desmatamento decorrente das intensas atividades de uso da terra representa uma ameaça mais imediata para a Amazônia, ponderam os autores do relatório.

Os pesquisadores ressaltam que estudos observacionais e de modelagem numérica sugerem que, caso o desmatamento alcance 40% na região no futuro, haverá uma mudança drástica no padrão do ciclo hidrológico, com redução de 40% na chuva durante os meses de julho a novembro – o que prolongaria a duração da estação seca e provocaria o aquecimento superficial do bioma em até 4 ºC.

Dessa forma, as mudanças regionais decorrentes do efeito do desmatamento se somariam às provenientes das mudanças globais e constituíram condições propícias para a savanização da Amazônia – problema que tende a ser mais crítico na região oriental, ressaltam os pesquisadores.

“As projeções permitirão analisar melhor esse problema de savanização da Amazônia, que, na verdade, percebemos que poderá ocorrer em determinados pontos da floresta, e não no bioma como um todo, conforme previam alguns estudos”, destacou Tércio Ambrizzi, um dos autores coordenadores do sumário executivo do grupo de trabalho sobre a base científica das mudanças climáticas.

A temperatura da Caatinga também deverá aumentar entre 0,5 ºC e 1 ºC e as chuvas no bioma diminuirão entre 10% e 20% até 2040. Entre 2041 e 2070 o clima da região deverá ficar de 1,5 ºC a 2,5 ºC mais quente e o padrão de chuva diminuir entre 25% e 35%. Até o final do século, a temperatura do bioma deverá aumentar progressivamente entre 3,5 ºC e 4,5 ºC  e a ocorrência de chuva diminuir entre 40% e 50%. Tais mudanças podem desencadear o processo de desertificação do bioma.   

Por sua vez, a temperatura no Cerrado deverá aumentar entre 5 ºC e 5,5 ºC e as chuvas diminuirão entre 35% e 45% no bioma até 2100. No Pantanal, o aquecimento da temperatura deverá ser de 3,5ºC a 4,5ºC até o final do século, com diminuição acentuada dos padrões de chuva no bioma – com queda de 35% a 45%.         

Já no caso da Mata Atlântica, como o bioma abrange áreas desde a região Sul do país, passando pelo Sudeste e chegando até o Nordeste, as projeções apontam dois regimes distintos de mudanças climáticas.

Na porção Nordeste deve ocorrer um aumento relativamente baixo na temperatura – entre 0,5 ºC e 1 ºC – e decréscimo nos níveis de precipitação (chuva) em torno de 10% até 2040. Entre 2041 e 2070, o aquecimento do clima da região deverá ser de 2 ºC a 3 ºC, com diminuição pluviométrica entre 20% e 25%. Já para o final do século – entre 2071 e 2100 –, estimam-se condições de aquecimento intenso – com aumento de 3 ºC a 4 ºC na temperatura – e diminuição de 30% a 35% na ocorrência de chuvas.         

Nas porções Sul e Sudeste as projeções indicam aumento relativamente baixo de temperatura entre 0,5 ºC e 1 ºC até 2040, com aumento de 5% a 10% no número de chuva. Entre 2041 e 2070 deverão ser mantidas as tendências de aumento gradual de 1,5 ºC a 2 ºC na temperatura e de 15% a 20% de chuvas.  

Tais tendências devem se acentuar ainda mais no final do século, quando o clima deverá ficar entre 2,5 ºC e 3 ºC mais quente e entre 25% e 30% mais chuvoso.         

Por fim, para o Pampa, as projeções indicam que até 2040 o clima da região será entre 5% e 10% mais chuvoso e até 1 ºC mais quente. Já entre 2041 e 2070, a temperatura do bioma deverá aumentar entre 1 ºC e 1,5 ºC  e haverá uma intensificação das chuvas entre 15% e 20%. As projeções para o clima da região no período entre 2071 e 2100 são mais agravantes, com aumento de temperatura de 2,5 ºC a 3 ºC e ocorrência de chuvas entre 35% e 40% acima do normal.                  

“O que se observa, de forma geral, é que nas regiões Norte e Nordeste do Brasil a tendência é de um aumento de temperatura e de diminuição das chuvas ao longo do século”, resumiu Ambrizzi.       

“Já nas regiões mais ao Sul essa tendência se inverte: há uma tendência tanto de aumento da temperatura – ainda que não intenso – e de precipitação”, comparou. 

Impactos e adaptação

As mudanças nos padrões de precipitação nas diferentes regiões do país, causadas pelas mudanças climáticas, deverão ter impactos diretos na agricultura, na geração e distribuição de energia e nos recursos hídricos das regiões, uma vez que a água deve se tornar mais rara nas regiões Norte e Nordeste e mais abundante no Sul e Sudeste, alertam os pesquisadores.

Por isso, será preciso desenvolver ações de adaptação e mitigação específicas e rever decisões de investimento, como a construção de hidrelétricas nas regiões leste da Amazônia, onde os rios poderão ter redução da vazão da ordem de até 20%, ressalvaram os pesquisadores.

“Essas variações de impactos mostram que qualquer tipo de estratégia planejada para geração de energia no leste da Amazônia está ameaçada, porque há uma série de fragilidades”, disse Eduardo Assad, pesquisador da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa).

“Dará para contar com água. Mas até quando e onde encontrar água nessas regiões são incógnitas”, disse o pesquisador, que é um dos coordenadores do Grupo de Trabalho 2 do relatório, sobre Impactos, vulnerabilidades e adaptação.

De acordo com Assad, é muito caro realizar ações de adaptação às mudanças climáticas no Brasil em razão das fragilidades que o país apresenta tanto em termos naturais – com grandes variações de paisagens – como socioeconômicas.

“A maior parte da população brasileira – principalmente a que habita as regiões costeiras do país – está vulnerável aos impactos das mudanças climáticas. Resolver isso não será algo muito fácil”, estimou.

Entre os setores econômicos do país, segundo Assad, a agricultura é um dos poucos que vêm se adiantando para se adaptar aos impactos das mudanças climáticas.

“Já estamos trabalhando com condições de adaptação há mais de oito anos. É possível desenvolver cultivares tolerantes a temperaturas elevadas ou à deficiência hídrica [dos solos], disse Assad.

O pesquisador também ressaltou que os grupos populacionais com piores condições de renda, educação e moradia sofrerão mais intensamente os impactos das mudanças climáticas no país. “Teremos que tomar decisões rápidas para evitar que tragédias aconteçam.”

Mitigação

Mercedes Bustamante, professora da Universidade de Brasília (UnB), e uma das coordenadoras do Grupo de Trabalho 3, sobre Mitigação das Mudanças Climáticas, apresentou uma síntese de estudos e pesquisas sobre o tema, identificando lacunas do conhecimento e direcionamentos futuros em um cenário de aquecimento global.

Bustamante apontou que a redução das taxas de desmatamento entre 2005 e 2010 – de 2,03 bilhões de toneladas de CO2 equivalente para 1,25 bilhão de toneladas – já teve efeitos positivos na redução das emissões de gases de efeito estufa (GEE) decorrentes do uso da terra.

“As emissões decorrentes da geração de energia e da agricultura, no entanto, aumentaram em termos absolutos e relativos, indicando mudanças no perfil das emissões brasileiras”, disse.

Mantidas as políticas atuais, a previsão é de que as emissões decorrentes dos setores de energia e de transportes aumentem 97% até 2030. Será preciso mais eficiência energética, mais inovação tecnológica e políticas de incentivo ao uso de energia renovável para reverter esse quadro.

Na área de transporte, as recomendações vão desde a transformação de um modal – fortemente baseado no transporte rodoviário – e o uso de combustíveis tecnológicos. “É preciso transferir do individual para o coletivo, investindo, por exemplo, em sistemas aquaviários e em veículos elétricos e híbridos”, ressaltou Bustamante.

O novo perfil das emissões de GEE revela uma participação crescente do metano – de origem animal – e do óxido nitroso – relacionado ao uso de fertilizantes. “Apesar desses resultados, a agricultura avançou no desenvolvimento de estratégias de mitigação e adaptação”, ponderou.

Para a indústria, responsável por 4% das emissões de GEE, a lista de recomendações para a mitigação passa pela reciclagem, pela utilização de biomassa renovável, pela cogeração de energia, entre outros.

As estratégias de mitigação das mudanças climáticas exigem, ainda, uma revisão do planejamento urbano de forma a garantir a sustentabilidade também das edificações de forma a controlar, por exemplo, o consumo da madeira e garantir maior eficiência energética na construção civil.

Informação para a sociedade

Os pesquisadores participantes da redação do relatório destacaram que, entre as virtudes do documento, está a de reunir dados de estudos científicos realizados ao longo dos últimos anos no Brasil que estavam dispersos e disponibilizar à sociedade e aos tomadores de decisão informações técnico-científicas críveis capazes de auxiliar no desenvolvimento de estratégias de adaptação e mitigação para os possíveis impactos das mudanças climáticas.  

“Nós, cientistas, temos o desafio de conseguir traduzir a seriedade e a gravidade do momento e as oportunidades que as mudanças climáticas globais encerram para a sociedade. Sabemos que a inação representa a ação menos inteligente que a sociedade pode tomar”, disse Paulo Nobre, coordenador da Rede Clima.

Por sua vez, Celso Lafer, presidente da FAPESP, destacou, na abertura do evento, que a Fundação tem interesse especial nas pesquisas sobre mudanças climáticas, expresso no Programa FAPESP de Pesquisa em Mudanças Climáticas Globais (PFPMCG), mantido pela instituição.

“Uma das preocupações básicas da FAPESP é pesquisar e averiguar o impacto das mudanças climáticas globais naquilo que afeta as especificidades do Brasil e do Estado de São Paulo”, afirmou.

Também participaram da abertura do evento Bruno Covas, secretário do Meio Ambiente do Estado de São Paulo, Carlos Nobre, secretário de Políticas e Programa de Pesquisa e Desenvolvimento (Seped) do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), e Paulo Artaxo, membro da coordenação do PFPMCG.

Carlos Nobre ressaltou que o relatório será a principal fonte de informações que orientará o Plano Nacional de Mudanças Climáticas que, no momento, está em revisão.

“É muito importante que os resultados desse estudo orientem os trabalhos em Brasília e em várias partes do Brasil, em um momento crítico de reorientar a política nacional, que tem de ir na direção de tornar a economia, a sociedade e o ambiente mais resilientes às inevitáveis mudanças climáticas que estão por vir”, afirmou.

Segundo ele, o Brasil já sinalizou compromisso com a mitigação, materializado na Política Nacional de Mudanças Climáticas e que prevê redução de 10% e 15% das emissões entre 2010 e 2020, respectivamente, relativamente a 2005.

“São Paulo lançou, em 2009, um programa ambicioso, de redução de 20% das emissões, já que a questão da mudança no uso da terra não é uma questão tão importante no Estado, mas sim o avanço tecnológico na geração de energia e em processos produtivos. O Brasil é o único país em desenvolvimento com metas voluntárias para redução de emissões”. 

Ele ressaltou, entretanto, que “a adaptação ficou desassistida". "Não é só mitigar; é preciso também se adaptar às mudanças climáticas. As três redes de pesquisa – Clima, INCT e FAPESP – avançam na adaptação, que é o guia para o desenvolvimento sustentável.”

* Colaboraram Claudia Izique e Noêmia Lopes 

Foto: Eduardo Cesar/FAPESP)

Fonte: Agência Fapesp

Brasil pode ficar até 6ºC mais quente em 2100, diz relatório

A temperatura média em todas as grandes regiões do Brasil será de 3º a 6ºC mais elevada em 2100 do que no final do século 20, segundo relatório Painel Brasileiro de Mudanças Climáticas, que será apresentado entre 9 e 13 de setembro, durante a 1ª Conferência Nacional de Mudanças Climáticas Globais.

As chuvas devem apresentar um quadro mais complexo. Em biomas como a Amazônia e a caatinga, a quantidade estimada de chuvas poderá ser 40% menor. Nos pampas, há uma tendência de que ocorra o inverso, com um aumento de cerca de um terço nos índices gerais de pluviosidade ao longo deste século.

Nas demais áreas do Brasil, os modelos climáticos também indicam cenários com modificações preocupantes, mas o grau de confiabilidade dessas projeções é menor. Ainda assim, há indícios de que poderá chover significativamente mais nas porções de mata atlântica do Sul e do Sudeste e menos na do Nordeste, no cerrado, na caatinga e no pantanal.

“Com exceção da costa central e sul do Chile, onde há um esfriamento observado nas últimas décadas, estamos medindo e também projetamos para o futuro um aumento de temperatura em todas as demais áreas da América do Sul”, diz José Marengo, do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) a Fapesp, organizadora do evento. “A sensação é de que as estações estão meio ‘loucas’, com manifestações mais frequentes de extremos climáticos.”

A expressão significa que os brasileiros vão conviver tanto com mais períodos de seca prolongada como de chuva forte, às vezes um após o outro. Isso sem falar na possibilidade de aparecimento de fenômenos com grande potencial de destruição que antes eram muito raros no país, como o furacão Catarina, que atingiu a costa de Santa Catarina e do Rio Grande do Sul em março de 2004. Nas grandes áreas metropolitanas, e mesmo em cidades de médio porte, o avanço do concreto e do asfalto intensifica o efeito ilha urbana de calor, tornando-as mais quentes e alterando seu regime de chuvas.

Um modelo climático brasileiro

 A divulgação do relatório do PBMC marca a incorporação de uma sofisticada ferramenta para melhorar o entendimento do clima e fazer projeções no país. O Modelo Brasileiro do Sistema Terrestre (Besm, na sigla em inglês) é um conjunto de programas computacionais que permite simular a evolução dos principais parâmetros do clima em escala global. “O Brasil é hoje o único país do hemisfério Sul a contar com um modelo próprio”, diz Paulo Nobre, do Inpe, um dos coordenadores do Besm. “Isso nos dará uma grande autonomia para realizar as simulações que sejam de nosso maior interesse.”

Com o Besm podem ser feitas, por exemplo, projeções sobre prováveis efeitos no clima no Brasil ocasionados por alterações na circulação oceânica do Atlântico Tropical e nos biomas do país. A Austrália também estava criando um modelo climático próprio, mas preferiu juntar seus esforços aos do Centro Hadley, do Reino Unido.

Foto: 2012 - Pastagem seca e carcaças de animais tornaram-se paisagem no município de Conde, no litoral norte da Bahia. Por Joa Souza/Ag. A Tarde/Futura Press.

Fonte: UOL Notícias  – Meio Ambiente

Relatório diz que mudança do clima pode afetar alimento e energia no país

Dados coletados por cientistas brasileiros serão divulgados nesta 2ª (9). Agricultura nacional pode sofrer prejuízo anual de R$ 7 bilhões, estimam.

Por Eduardo Carvalho 

A vazão de importantes rios do país e o abastecimento de lençóis freáticos, responsáveis pelo fornecimento de água potável para a população, poderão ser comprometidos se a temperatura subir até 6 ºC nas próximas décadas e o volume de chuvas diminuir, conforme cenário do primeiro relatório de avaliação elaborado pelo Painel Brasileiro de Mudanças Climáticas (PBMC) que considera que os níveis de emissões de gases causadores de efeito estufa permaneçam altos.

Neste ambiente, a agricultura e o setor de energia do Brasil poderão ser fortemente impactados, sob risco de queda brusca do Produto Interno Bruto (PIB) e constantes crises que envolvem o abastecimento energético e de segurança alimentar.

Dividido em três volumes, o documento feito por 350 cientistas de diversas instituições será divulgado oficialmente nesta segunda-feira (9) durante a 1ª Conferência Nacional sobre o tema, que acontece na cidade de São Paulo.

Os dados foram coletados com a ajuda do “Modelo Brasileiro do Sistema Terrestre”, primeiro sistema nacional de simulação do clima global, que incluiu características detalhadas do Brasil e do continente sul-americano neste tipo de modelagem.

Os cientistas afirmam que o relatório não representa “o fim do mundo”. No entanto, advertem que, se a situação atual de emissões de gases permanecer e nada for feito pelo governo para prevenir eventos naturais extremos, a situação pode se agravar.

Cada vez mais quente – Segundo o documento, a temperatura no Brasil pode aumentar de 3 ºC a 6 ºC até 2100, situação que ficaria ainda mais crítica com uma possível escassez de chuvas.

Na Amazônia, por exemplo, em 2100 a temperatura pode subir cerca de 6 ºC e a distribuição de chuvas na região pode cair 45%.

Desmatamento e queimadas no bioma podem contribuir para alterar drasticamente o ciclo hidrológico da floresta (principalmente entre os meses de julho e novembro), prolongando a estação de seca e alterando a distribuição de chuvas no país.

O calor acentuado, até 5,5 ºC a mais do que a temperatura registrada atualmente, desencadearia um processo de desertificação da Caatinga, bioma já considerado ameaçado de extinção. No mesmo cenário de emissões altas, o Pantanal sofreria uma redução de 45% na quantidade de chuvas e um aumento de 4,5 ºC na temperatura.

Mata Atlântica e Pampa também registram, segundo o panorama de altas emissões, aumento na temperatura até 2100, de forma um pouco mais amena se comparado com as demais regiões. No entanto, o que preocupa, segundo o relatório, é o crescimento das taxas de pluviosidade.

Enquanto na porção Sul/Sudeste da Mata Atlântica a quantidade de chuva pode subir até 30% nas próximas décadas, no Pampa, que abrange os estados do Sul, esse cresce 40% – o que aumenta o risco de inundações e deslizamentos em áreas costeiras.

“São projeções dentro de cenários extremos de emissões de gases de efeito estufa. Se em 30 anos não mudarmos essa taxa atual, a temperatura média anual do país já deve aumentar 1 ºC”, explica Tércio Ambrizzi, professor titular do Departamento de Ciências Atmosféricas da Universidade de São Paulo (USP) e um dos coordenadores do Volume 1 do relatório, que trata da “Base Científica das Mudanças Climáticas”.

Os cientistas alertam que, apesar da divulgação de informações sobre a variação das chuvas, ainda há discordâncias referentes a estes índices, que mudam de acordo com o modelo climático aplicado. Para eles, ainda é necessário discutir mais o tema.

Rios mais secos e pesca ameaçada – Bacias importantes do leste da Amazônia (nas proximidades do Pará) e do Nordeste podem ter reduções significativas em suas vazões. A estimativa é de queda de 20%. Segundo o documento, o Rio Tocantins, que passa por Goiás, Tocantins, Maranhão e Pará, poderá ter uma redução de até 30% em seu escoamento.

Essa diminuição afetaria, por exemplo, a geração de energia elétrica por hidrelétricas e a distribuição de eletricidade pelo país. Além disso, forçaria o governo a utilizar as termelétricas, consideradas mais poluentes.

No Sul do país, a Bacia do Paraná-Prata poderá ter aumento de vazão entre 10% e 40% nas próximas décadas. No entanto, os cientistas apontam que ainda há incertezas a respeito.

O relatório informa ainda que a mudança climática pode afetar as taxas de recarga de águas subterrâneas, ameaçando a qualidade desse recurso armazenado no subsolo. Os pesquisadores apontam que, mesmo sabendo de tais consequências, ainda é prematuro afirmar quais danos ocorrerão devido a poucas pesquisas realizadas sobre o tema.

Quanto aos oceanos, o documento diz que a acidificação será acentuada se as emissões de gases permanecerem altas e o potencial de pesca em toda a costa brasileira poderá diminuir em 6% nos próximos 40 anos.

Impactos na agricultura – Estudos utilizados pelo painel brasileiro para elaborar o relatório de avaliação apontam que as mudanças climáticas reduzirão a produtividade de quase todas as culturas agrícolas existentes no país atualmente. A previsão de perdas econômicas causadas por geadas e secas na agricultura gira em torno de R$ 7 bilhões anuais até 2020.

Previsões científicas apontam que, se nada mudar no cenário de emissões, nos próximos sete anos o plantio de soja perderia 20% de sua produtividade e 24% até 2050. Até este mesmo ano, a área plantada de arroz no Brasil pode retroceder 7,5%, a de milho 16% e o cultivo de algodão pode decrescer 4,7%. A safra de laranja também poderá ser prejudicada por doenças prejudiciais ao fruto.

De acordo com Eduardo Assad, pesquisador da Embrapa e coordenador do Volume que trata sobre “Impactos, Vulnerabilidades e Adaptação às mudanças climáticas”, o café-arábica, importante variedade cultivada no país, também poderá sofrer com o calor. Plantado principalmente na região Sudeste (Minas Gerais lidera a produção), este grão não conseguirá se desenvolver em temperaturas acima de 34 ºC, oferecendo risco à expansão da cultura.

Estima-se que até 2050 o clima influencie na perda de 10% de tudo o que for plantado no país. “A alternativa será trabalhar com variedades de café que tenham mais tolerância ao calor”, explica Assad. Apesar dos riscos à agricultura, ele comenta que o setor é o que tem planos de adaptação e mitigação mais avançados até o momento.

Em contrapartida, o calor pode beneficiar a cana-de-açúcar, planta muito resistente ao calor e à seca. A principal mudança no cultivo de cana ocorreria em São Paulo, onde haveria “transferência” da produção da região oeste para o leste do estado.

Governo precisa agir contra desastres – Para Emílio La Rovere, pesquisador da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e coordenador do Volume 3 do relatório, que trata da “Mitigação à Mudança Climática”, é necessário aperfeiçoar as políticas públicas voltadas à redução das emissões, planejando o combate a longo prazo, após 2020.

A data marca o prazo final para o cumprimento das metas brasileiras de redução de emissões, anunciadas em 2009 durante a conferência climática de Copenhague. Na época, o Brasil se comprometeu em diminuir entre 36,1% e 38,9% do total de emissões nacionais em comparação aos índices de 2005. Em junho deste ano, o governo anunciou que o país já atingiu cerca de 62% de sua meta.

La Rovere afirma que, se nada for feito para restringir as emissões pós 2020, o Brasil pode lançar na atmosfera 2,5 bilhões de toneladas de CO2 equivalente já em 2030. Para se ter ideia, o número supera o total de 2005, quando as emissões totalizavam cerca de 2 bilhões de toneladas. Em 2010, este número caiu para 1,25 bilhão de toneladas de CO2.

“Há uma dificuldade no pós 2020. Com o nível de desmatamento baixo, haverá uma pressão maior para o aumento da queima de combustíveis fósseis. Reduzir as emissões da indústria e dos transportes pode afetar a economia. A ideia é conseguir um crescimento econômico com menor consumo de energia e com mais energia renovável. Isso vai ser fundamental para que, após 2020, continuemos a reduzir as emissões”, explica Emílio.

Sobre planos de prevenção aos desastres climáticos, Eduardo Assad afirma que é necessário cuidar da já frágil região costeira do país, onde mora a maioria da população, realizando planos como o de zoneamento de risco urbano. Segundo ele, isso pode evitar, por exemplo, deslizamentos de encostas em períodos chuvosos.

“Não dá mais, como brasileiro, para aceitar mais desastres que matem mais de mil brasileiros de uma só vez. Medidas protetoras e preventivas têm de ser feitas urgentemente”, disse o pesquisador. “Os eventos extremos estão acontecendo com maior frequência. A população que não estiver preparada, vai sofrer com isso”.

Foto: Marino Azevedo/Governo do Estado do Rio de Janeiro

Fonte: Portal G1

IPCC, cada vez mais certo

A ciência do clima vem progredindo continuamente, reduzindo as incertezas acerca das consequências do aumento da concentração de gases de efeito estufa (GEE) na atmosfera. O avanço é lento por conta das inúmeras variáveis envolvidas no processo. O clima abrange vários sistemas, tais como atmosfera, oceanos, biosfera, que não só têm sua própria dinâmica como interagem entre si, provocando retroalimentações positivas (no caso de potencializar o efeito) e negativas (anulando o efeito).

Sendo assim, o entendimento do clima e suas variações é muito complexo e, tal qual um quebra cabeça, não se pode analisar apenas uma parte, pois se perde a visão do conjunto. Portanto, é fundamental se ter em mente a cadeia das mudanças climáticas, de maneira que se possa avaliar onde residem as incertezas e os fatos; entre o que é medido e o que é inferido e simulado.

Vários são os ganhos deste novo relatório do IPCC – Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas, a ser divulgado este mês em Estocolmo. No meu entendimento, o maior deles está na confirmação e reforço daquilo que já foi expresso e alertado nos relatórios anteriores. Esta ratificação do que já foi dito, aumentando o nível de certeza, desqualifica e descredencia a suspeita de que poderia ter havido uma “conspiração” por parte dos cientistas envolvidos no IPCC, tema debatido acaloradamente por grupos que se denominam de “céticos” desde a divulgação do Quarto Relatório em 2007.  O nível de certeza aumentou principalmente com a melhoria dos dados observacionais. Desde o  relatório passado, a base de dados aumentou bastante, incluindo uso de satélites além de medições locais.

Adicionalmente, os modelos computacionais usados no trabalho de simulações e projeções climáticas se sofisticaram, além do emprego de ferramentas estatísticas na avaliação do que se observa e do que é obtido por modelagem.

Ou seja, o Quinto Relatório restaura a confiança no IPCC. Isto ajuda os tomadores de decisão, uma vez que as políticas de enfrentamento às mudanças climáticas muitas vezes interferem com interesses bem estabelecidos, outras vezes implicam em custos adicionais e, ainda, em alguns casos, são impopulares.

Porém, muitas lacunas ainda persistem. Exatamente por conta destas incertezas, o relatório é repleto de qualificadores para relativizar as afirmações. Trabalha-se com probabilidades, faixas e tendências. No entanto, vale lembrar que a ciência não nos fornece certeza absoluta, não é uma ideologia nem questão de fé.  O método científico progride em cima de hipóteses, teses e teorias fundamentadas e está sempre aberto a novas descobertas.

É fato o aumento da concentração de GEE na atmosfera, também é certo que a temperatura média global da superfície terrestre vem aumentando desde o século XIX. Isto é medido. O que não se sabe ao certo é como este aumento de temperatura se relaciona com a precipitação, por exemplo. O uso de médias prejudica análises regionais. O papel de nuvens e aerossóis precisa ser mais bem compreendido. Difícil extrair conclusões sobre eventos extremos, ainda mais em regiões onde não há muitos registros estatísticos. Assim sendo, não se nega a falta de clareza de como o clima irá reagir em função das mudanças na composição da atmosfera, sobretudo em nível regional.

Há certeza, no entanto, de que estamos exaurindo os recursos da Terra e que as emissões humanas estão se sobrepondo a outros fatores complexos que fazem o clima flutuar.

Para sustentar as atividades humanas, se transfere o carbono estocado pela natureza ao longo dos anos para a atmosfera, sem que haja nenhum ciclo natural de resgate deste carbono, lançado adicionalmente pelo homem, provocando um desequilíbrio estabelecido há séculos.

Ajustes para um novo equilíbrio ocorrerão, só que com alterações no padrão climático que conhecemos hoje, causando uma série de impactos no nosso modo de vida. No entanto, é inegável que qualquer impacto ambiental não será percebido de maneira igual por todas as regiões nem por todos os habitantes do planeta. Há que se considerar as diferentes vulnerabilidades, sejam elas geográficas como pequenas ilhas ou países continentais, sejam elas econômicas como países ricos e pobres.

A solução não é trivial sendo, portanto compreensíveis os debates exaltados entre políticos, negociadores na Convenção do Clima. Estamos diante de uma questão estratégica e delicada. O Quinto Relatório do IPCC mostra que os modelos estão sendo gradativamente melhorados, as incertezas reduzidas, e a ciência vai avançando no seu ritmo, confirmando a interferência do homem no clima do planeta. Porém, decisões urgentes sobre caminhos e modelos de desenvolvimento precisam ser tomadas agora para minimizar os danos futuros, nem que seja apenas considerando o principio da precaução. Isto não cabe aos cientistas.


*Suzana Kahn é engenheira mecânica com mestrado em planejamento energético e ambiental e doutorado em engenharia de produção pela COPPE/UFRJ, onde leciona. É presidente do Comitê Científico do Painel Brasileiro de Mudanças Climáticas, vice-presidente do Grupo III do IPCC, consultora Ad Hoc do CNPq e subsecretária de economia verde do Estado do Rio de Janeiro.





Foto: climatesafety/Creative Commons

Fonte: Planeta Sustentável

 

 

 

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  14. Desafios no campo e nas cidades
  15. Cidades brasileiras buscam ações de sustentabilidade
  16. OMM: Última década foi a mais quente desde 1850
  17. Mudança do clima afetaria 10% da população global em 2100, diz estudo
  18. Obama apresenta plataforma para combater mudanças climáticas
  19. Jeffrey Sachs: ‘Corte de estímulo nos EUA elevará juro’
  20. Brasil cria centro de desenvolvimento sustentável como legado da Rio+20
  21. Cidades não estão preparadas para desastres naturais, dizem especialistas no NCS
  22. Concentração de CO2 se aproxima de limite aceitável e preocupa ONU
  23. Proclima/CETESB disponibilizam a Memória da Reunião Técnica do dia 16/04
  24. Relatório sobre mudanças climáticas pede inclusão de tema nas contas nacionais
  25. Ex-chefe do Banco Mundial alerta para riscos das mudanças climáticas
  26. Relatório da ONU prevê 'catástrofe ambiental' no mundo em 2050
  27. Prejuízo ao país com enchentes em São Paulo ultrapassa R$ 762 milhões por ano
  28. Conscientização sobre mudanças climáticas abrirá ciclo de audiências da CMMC
  29. "Cidadãos devem se apropriar da cultura científica", afirma professor espanhol
  30. Estudo aponta grande perda de gelo no Ártico
  31. Maiores cidades do Brasil devem participar de pesquisa global sobre mudanças climáticas
  32. Brasil desenvolve modelo de mudanças climáticas globais
  33. Amazônia está mais resistente a mudanças climáticas, aponta estudo.
  34. Presidente do Banco Mundial pede prioridade para as mudanças climáticas
  35. Peixes ficarão menores e mais escassos nos oceanos, diz estudo
  36. Conter mudança climática exige US$700 bi/ano, diz estudo.
  37. Consulta Pública ao Volume 3: Mitigação das Mudanças Climáticas - Primeiro Relatório de Avaliação do Painel Brasileiro de Mudanças Climáticas (PBMC)
  38. Consulta Pública ao Volume 2: Impactos, Vulnerabilidades e Adaptação - Primeiro Relatório de Avaliação do Painel Brasileiro de Mudanças Climáticas (PBMC)
  39. Estudos indicam que 2012 foi um dos dez anos mais quentes já registrados
  40. Brasil integra a Plataforma Internacional de Biodiversidade
  41. Fórum de Davos teme mais tempestades, reais e econômicas
  42. Crise nas alturas andinas
  43. Desastres naturais causaram perdas de US$ 160 bi em 2012, diz estudo
  44. Feliz 2013
  45. Ban Ki-moon: Mudança climática é uma verdade que incomoda
  46. Unesco prorroga prazo para envio de currículos
  47. Relatório de mudanças climáticas tem consulta pública
  48. Modeling reveals significant climatic impacts of megapolitan expansion
  49. Custo das catástrofes naturais triplicou em 30 anos
  50. Fórum Pernambucano de Mudanças Climáticas debate alerta de cientistas sobre riscos no Estado
  51. Aquecimento global: menos mito e mais ciência
  52. Consulta Pública ao Volume 1: Base científica das mudanças climáticas - Primeiro Relatório de Avaliação do Painel Brasileiro de Mudanças Climáticas (PBMC)
  53. Mulheres são mais vulneráveis aos impactos das mudanças climáticas globais
  54. Degelo do ártico bate recorde de 2007 e preocupa cientistas
  55. Debates movimentam Fórum Eco Serra em Nova Friburgo
  56. Mais chuvas intensas em São Paulo e seca nos EUA corroboram conclusões do IPCC
  57. Interface entre cientistas e governos é prioridade para gestão de desastres
  58. Gerenciamento dos impactos dos eventos climáticos extremos é debatido em São Paulo
  59. Seleção de Bolsista para o Painel Brasileiro de Mudanças Climáticas
  60. Merkel critica adiamento de decisões climáticas
  61. Secas extremas podem causar extinção de peixes-boi na Amazônia
  62. Nova legislação dará base científica à prevenção de desastres naturais, dizem especialistas
  63. Clima pode reduzir tartarugas no Pacífico em 75% até 2100, diz estudo
  64. Novo estudo sobre clima muda opinião de cientistas céticos
  65. Mar mais ácido pode afetar alimentos e turismo na Oceania, diz cientista
  66. Expedição coleta dados de fluxos de CO2 sobre o oceano
  67. Warming indicted for extreme weather
  68. Temperatura na Amazônia pode subir 6ºC
  69. Painel Brasileiro do Clima prevê mais seca
  70. PBMC revela o Status dos Volumes 2 e 3 do Primeiro Relatório de Avaliação Nacional (RAN1) em importante encontro na Rio+20 e se prepara para o lançamento do Volume 1 nessa quinta-feira (21/06)
  71. Workshop "As mudanças climáticas: O primeiro relatório no Brasil de avaliação nacional sobre mudanças climáticas"
  72. Workshop "Adaptação e mitigação das mudanças climáticas no Brasil
  73. Apresentações do workshop "Desastres Ambientais em Tempo de Mudanças Climáticas" realizado no Fórum Eco Serra
  74. Coppe inaugura Instituto Global para Tecnologias Verdes e Emprego
  75. Minas Gerais poderá perder até R$ 450 bilhões com mudanças climáticas em 40 anos
  76. Friburgo será sede de seminário sobre desastres ambientais na próxima semana
  77. Desastres naturais
  78. RIO+20 vai discutir meio ambiente ou economia verde?
  79. Estreito de Bering pode 'segurar' mudanças climáticas abruptas
  80. Warming Marches in
  81. Matas nebulares podem ser particularmente vulneráveis às mudanças climáticas
  82. Less sea ice brings more snow
  83. Brasil quer acelerar emissão de 'patente verde' para expandir mercado
  84. Rio Clima, evento paralelo da Rio+20, discute aquecimento global
  85. São Paulo terá R$ 6 milhões para pesquisa sobre clima
  86. Limitar aquecimento a 2ºC está fora de alcance, diz ex-chefe climático da ONU
  87. Florestas tropicais na África podem ter virado savanas por ação humana
  88. Inpa (AM) avalia efeitos de mudanças climáticas em população de peixes
  89. Peixes da Antártida estão ameaçados por mudança climática, diz estudo
  90. PERSPECTIVES ON RIO+20
  91. Amazon may become greenhouse gas emitter
  92. Aquecimento dos oceanos influencia queimadas na Amazônia, diz estudo
  93. Grupo mostra que mudança climática já causa problemas na Amazônia
  94. Aves e borboletas não acompanham mudanças climáticas
  95. Verão mais quente pode levar a inverno mais frio
  96. Temperatura superficial do mar sobe 1,5ºC em 24 anos
  97. Pesquisadores do Painel Brasileiro de Mudanças Climáticas debatem novo livro nesta quinta (26/1)
  98. Mudança do clima impacta primeiro espécies nativas, diz estudo
  99. Humanidade pode ser responsável por 74% do aquecimento global
  100. Temperatura da superfície dos oceanos subiu 1,5°C em 24 anos, alerta ONU

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