Até 2040, o Semiárido brasileiro, que abrange mais de 90% do território pernambucano, poderá sofrer redução de chuvas de até 20%, e aumentos de temperaturas de até 1 grau Celsius. O alarme foi dado pelo mais recente relatório do Painel Brasileiro de Mudanças Climáticas (PBMC), que reúne os resultados de várias comunidades científicas do país dedicados ao tema.
Para conscientizar a população sobre as vulnerabilidades do Estado, e debater as ações e propostas para mitigá-las, o Fórum Pernambucano de Mudanças Climáticas se reúne em evento aberto ao público nesta sexta-feira (21/09), no Hotel Ondamar (Rua Ernesto de Paula Santos, 284, Boa Viagem), das 9h às 13h. O evento será realizado em conjunto com a LXIX Reunião Ordinária do Conselho Estadual de Meio Ambiente (Consema), ambos sob a coordenação da Secretaria de Meio Ambiente e Sustentabilidade do Estado (Semas).
Entre os palestrantes convidados, a secretária executiva do PBMC, Andréa Santos, e o cientista Antonio Rocha Magalhães, que preside o Comitê Científico da Convenção da ONU para Combate à Desertificação e Mitigação dos Efeitos da Seca (UNCCD). E ainda, para abordar sobre outra vulnerabilidade do Estado, referente à elevação do nível do mar, o professor Moacyr Araújo, do Departamento de Oceanografia da UFPE.
O secretário estadual de Meio Ambiente e Sustentabilidade, Sérgio Xavier, que é presidente do Consema, fará a abertura do evento, apresentando o conjunto de ações que o Estado vem realizando em obediência ao Plano Estadual de Mudanças Climáticas, pioneiro no país, lançado em 2011.
“A ampliação do número das Unidades de Conservação estaduais de Caatinga e Mata Atlântica, e seu fortalecimento por meio de ações como o programa Caatinga Sustentável; os planos de Combate à Desertificação e o de Resíduos Sólidos; e ainda o Programa de Regeneração das Praias (do Grande Recife) são exemplos de medidas que estamos tomando para enfrentar estas alterações do clima”, adiantou Sérgio Xavier.
HOT SPOTS - Os chamados “hotspots” do clima são os pontos do planeta mais susceptíveis aos aumentos das temperaturas globais. Pernambuco é um deles, graças a dois efeitos graves das elevações: a desertificação, fenômeno que ameaça todo o nosso Semiárido (90,68% do território); e as inundações decorrentes do avanço dos oceanos, que afetariam a região metropolitana.
Para enfrentar e se adaptar a estes contextos, o Estado tornou-se o primeiro do país a definir um Plano Estadual de Mudanças Climáticas, instituído pela Lei Estadual nº 14.090/10, que desde então vem estabelecendo uma série de ações para combate e enfrentamento aos efeitos do clima.
Já o Painel Brasileiro de Mudanças Climáticas (PBMC) foi criado em setembro de 2009, resultado de uma ação conjunta entre os Ministérios da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI) e do Meio Ambiente (MMA), visando fornecer avaliações cientificas sobre as mudanças climáticas de relevância para o Brasil, incluindo os impactos, vulnerabilidades e ações de adaptação e mitigação. Mais informações: http://www.pbmc.coppe.ufrj.br/pt/
Serviço:
IV Reunião do Fórum Pernambucano de Mudanças Climáticas e LXIX Reunião Ordinária do Conselho Estadual de Meio Ambiente
Data: 21 de setembro de 2012
Horário: das 9h às 13h
Local: Hotel Ondamar - Rua Ernesto de Paula Santos, 284 - Boa Viagem
Programação
Abertura: “Ações do Governo do Estado para enfrentamento e mitigação das Mudanças Climáticas em Pernambuco” - Sérgio Xavier – Secretário de Meio Ambiente e Sustentabilidade de Pernambuco (Semas) e presidente do Conselho Estadual de Meio Ambiente (Consema)
Palestra 1: Apresentação do Documento "Base Científica das Mudanças Climáticas - Primeiro Relatório de Avaliação Nacional - Volume 1" - Andrea Souza Santos - Secretária Executiva do Painel Brasileiro de Mudanças Climáticas (PBMC)
Palestra 2: As Mudanças Climáticas e suas repercussões para a Costa de Pernambuco - Moacyr Cunha de Araújo Filho – Departamento de Oceanografia da UFPE.
Palestra 3: As Mudanças Climáticas e suas repercussões para o Semiárido Nordestino - Antonio Rocha Magalhães - Presidente do Comitê Científico da Convenção da ONU para Combate à Desertificação e Mitigação dos Efeitos de Secas (UNCCD).
Fonte: InterJornal