Presidente do Banco Mundial pede prioridade para as mudanças climáticas

Em um artigo publicado no jornal norte-americano Washington Post, o presidente do Banco Mundial, Jim Yong Kim, afirmou que as mudanças climáticas devem estar no topo da agenda internacional, pois o aquecimento global põe em risco qualquer desenvolvimento que for conseguido em outros setores, inclusive o econômico. 

“Os sinais do aquecimento global estão mais óbvios e frequentes. Uma enormidade de condições climáticas extremas podem ser vistas em todo o planeta. As temperaturas médias nos Estados Unidos no ano passado foram as mais altas já registradas”, escreveu Kim.

Segundo o Banco Mundial, se nada for feito as temperaturas se elevarão mais de 4oC até o fim do século, tornando comuns eventos extremos e fazendo com que os níveis dos oceanos subam até um metro. 

Para evitar que isso aconteça, Kim sugere mais engajamento, inclusive fora das negociações climáticas das Nações Unidas.

“Mesmo que as negociações climáticas continuem, é preciso que ações urgentes existam fora das convenções. Pessoas de todos os lugares devem buscar entender os impactos das mudanças climáticas e fazer o que for possível para reduzir as emissões e preparar a construção de cidades, comunidades e países resilientes.”

O presidente recomenda que as seis maiores economias mundiais, que respondem por mais de 75% das emissões globais do setor de energia, devem dar o exemplo e liderar. 

De acordo com Kim, a prioridade máxima deve ser viabilizar o financiamento climático para ações de adaptação e mitigação, assim como buscar equilibrar o preço do carbono e da energia para que seja estimulada a busca por tecnologias limpas.

Outro ponto importante seria acabar com os subsídios para combustíveis fósseis, o que por si só reduziria as emissões em 5% até 2020. 

“Países gastam mais de US$ 500 bilhões anualmente em subsídios para os combustíveis fósseis e outros US$ 500 bilhões em subsídios geralmente destinados para a agricultura e para a água, que acabam sendo também prejudiciais ambientalmente. Este trilhão de dólares poderia ser melhor usado se fosse destinado para garantir os empregos do futuro, minimizar a pobreza ou em vacinas.”

Kim conclui que depois de um ano em que a super tempestade Sandy causou tantos prejuízos, não há mais porque hesitar. “O planeta, nosso lar, não pode esperar.”

Fonte: Instituto Carbono Brasil

Unicast