Debates movimentam Fórum Eco Serra em Nova Friburgo

Mais uma vez a educação está no centro das atenções como solução para os problemas do país. A educação da sociedade é parte da prevenção ou adaptação aos desastres climáticos - uma das mais impactantes realidades ambientais do planeta no momento.

O envolvimento da sociedade foi fator destacado como de importância fundamental nos debates doWorkshop Internacional realizado pela FIRJAN e pelo Painel Brasileiro de Mudanças Climáticas/COPPE-UFRJ. A mesa foi mediada por Andrea Santos, do Painel Brasileiro de Mudanças Climáticas.

O workshop ocorreu durante o Fórum Eco Serra, realizado pelo Sistema FIRJAN e pelo SEBRAE, com patrocínio da Associação Brasileira de Cimento Portland (ABCP), Centro de Educação Ambiental (CEA), EBMA, Energisa, Holcim, Lafarge, Votorantim; e apoio do Sindmetal, Sinduscon, Sindvest e Prefeitura de Nova Friburgo.

Intensidade e a freqüência dos eventos climáticos irão aumentar

“Nossa interferência no ambiente é contínua. Precisamos saber como lidar com os resultados desse impacto. Espero que esse encontro seja muito proveitoso para todos”, disse a presidente da FIRJAN Regional, Nelci Layola Porto, que contou também sua experiência no Chile, quando a população de uma cidade litorânea aguardava um tsunami em março do ano passado.

“Quando pensamos em um evento como esse, o pano de fundo foi o que aconteceu em janeiro de 2011. No ano passado, tivemos 292 eventos extremos no planeta, 218 associados a questões climáticas. Mais do que nunca é importante debater o assunto em vários níveis. Não é um problema só de governo, é de todo mundo. O improviso predomina quando acontece algum problema, parece que temos que inventar novamente a roda”, disse o conselheiro da FIRJAN e idealizador do evento, Vicente Bastos.

“É fato que a intensidade e a freqüência dos eventos climáticos vão aumentar”, iniciou a representante da Secretaria Estadual do Ambiente, Marcia Real. “São fenômenos muito complexos. Não é possível prever exatamente onde, quando e em que magnitude acontecerão”, afirmou ela.

“Esse é um evento de extrema importância para o mundo e para o Brasil. O mundo sempre ouviu falar de mitigação dos problemas efeito estufa, precisamos pensar na adaptação aos desastres climáticos. Estamos no início de um processo de aprendizado e queremos levar as reflexões de hoje para um evento sobre clima que teremos no Rio de Janeiro a partir de 11 de junho”, disse Andrea Santos, doPainel Brasileiro de Mudanças Climáticas, organizador do Workshop junto com a FIRJAN.

“As ações são difíceis, precisamos ver quais as lições aprendidas. E precisamos da sociedade: como seremos capazes de oferecer redes de cooperação?”, indagou o Secretário Estadual de Saúde e Defesa Civil, Sergio Cortes, presente ao evento, representando o vice-governador Luiz Fernando Pezão.

A importância da Educação

A primeira palestra do dia foi do Professor Paulo Canedo, que reforçou a importância da educação da sociedade para cooperar com os técnicos especialistas e o governo na prevenção dos efeitos dos desastres. “Não estamos preparados para alarmes, por exemplo. A sociedade brasileira não tem preparo para isso. É um obstáculo que precisa ser superado”, disse o professor, que tratou de diversos aspectos da questão climática na Região Serrana. “Nesse terreno das mudanças climáticas os técnicos ainda têm muita insegurança. Ainda temos muito mais perguntas do que respostas”, resumiu Canedo.

Novos painéis se seguiram ao longo do dia. Os chefes de bombeiros do Reino Unido, John Hindmarch, e da Dinamarca, Kim Lintrup, compartilharam experiências importantes para mitigar os efeito e reduzir os riscos de desastres.

Ficou bastante claro que ter um sistema de emergência abrangente e devidamente estruturado nos diferentes níveis governamentais e com a participação da sociedade é principal instrumento para qualquer plano de prevenção de risco.

Fonte: FIRJAN

Unicast