MINNEAPOLIS (The Borowitz Report) – Scientists have discovered a powerful new strain of fact-resistant humans who are threatening the ability of Earth to sustain life, a sobering new study reports.
The research, conducted by the University of Minnesota, identifies a virulent strain of humans who are virtually immune to any form of verifiable knowledge, leaving scientists at a loss as to how to combat them.
“These humans appear to have all the faculties necessary to receive and process information,” Davis Logsdon, one of the scientists who contributed to the study, said. “And yet, somehow, they have developed defenses that, for all intents and purposes, have rendered those faculties totally inactive.”
More worryingly, Logsdon said, “As facts have multiplied, their defenses against those facts have only grown more powerful.”
While scientists have no clear understanding of the mechanisms that prevent the fact-resistant humans from absorbing data, they theorize that the strain may have developed the ability to intercept and discard information en route from the auditory nerve to the brain. “The normal functions of human consciousness have been completely nullified,” Logsdon said.
While reaffirming the gloomy assessments of the study, Logsdon held out hope that the threat of fact-resistant humans could be mitigated in the future. “Our research is very preliminary, but it’s possible that they will become more receptive to facts once they are in an environment without food, water, or oxygen,” he said.
Font: The New Yorker
Estudo de coautoria do economista britânico afirma, porém, que revisão periódica das contribuições e esforço concentrado para a descarbonização podem ajudar a estabilizar o clima após 2030
Se dependermos das metas de redução de emissões apresentadas até agora, o objetivo de impedir que a elevação da temperatura média global ultrapasse os 2°C não será alcançado. Os países precisam tornar suas INDCs (Contribuição Nacionalmente Determinada Pretendida) mais ambiciosas ainda antes da Conferência do Clima que será realizada em dezembro deste ano e revisá-las periodicamente depois do acordo de Paris. A análise foi divulgada nesta semana pela London School of Economics and Political Science. Um de seus autores é Nicholas Stern, ex-economista-chefe do Reino Unido, que publicou o primeiro grande estudo sobre prejuízos econômicos da mudança climática, em 2006.
A projeção do estudo indica que União Europeia, Estados Unidos e China, que têm 2,2 bilhões da população global de 7,2 bilhões, provavelmente emitirão juntos cerca de 21 a 22,3 bilhões de toneladas (gigatoneladas) de CO2 em 2030 – 39% das emissões globais, estimadas entre 57,6 e 59 gigatoneladas de CO2.
O valor ultrapassa e muito as expectativas das Nações Unidas: para uma chance de 50 a 66% de limitar o aquecimento global a 2°C, as emissões globais anuais devem se manter entre 32 e 44 bilhões de toneladas de dióxido de carbono em 2030.
"A magnitude da diferença entre as intenções atuais e a meta internacional de limitar o aquecimento global a um máximo de 2°C mostra claramente que um acordo em Paris terá de incluir mecanismos dinâmicos para a avaliação dos progressos e aumento da ambição”, recomendam os autores do estudo. A proposta de revisão periódica das metas, aliás, é uma ideia brasileira que tem sido levada em consideração nas negociações para o acordo de Paris.
Esses valores não consideram a discussão sobre “emissões negativas”, uma solução alternativa pela qual seria possível chegar ao aquecimento máximo de 2 graus retirando ativamente carbono da atmosfera.
Medidas necessárias
Mesmo que o cenário não pareça otimista, os pesquisadores apontam um conjunto de medidas para que a Conferência do Clima de Paris tenha bons resultados. Primeiramente, sugerem trabalho duro nos próximos meses para propostas mais ambiciosas e parcerias entre países para consolidar iniciativas de descarbonização.
Os pesquisadores também aconselham o investimento e a inovação, particularmente em relação ao desenvolvimento das cidades, sistemas de energia e uso da terra, como contribuição para diminuir a lacuna entre o objetivo global e as metas de cada país antes e depois de 2030.
Por fim, os países devem concentrar esforços para consolidar bases domésticas fortes e transparentes para a execução das metas. Esses esforços dependem, também, do compartilhamento de tecnologia e apoio financeiro por parte dos países ricos para a transição para uma economia de baixo carbono.
“As INDCs apresentadas em 2015 devem ser o ponto de partida, em vez de o ponto final, do que vai ser entregue por cada país. O período após a cúpula de Paris será crucial, não apenas para preencher a lacuna entre as intenções e a meta para 2030, mas também para formar as bases para uma maior ação a partir de 2030”, conclui o estudo.
Fonte: Observatório do Clima
Um tornado assustador devastou a pequena Xanxerê, localizada no Oeste de Santa Catarina, na tarde dessa segunda 14:50 e causou enormes prejuízos. O fenômeno destrutivo não só surpreendeu aos moradores, como também a meteorologia local. O tornado atingiu, provavelmente, a Escala F2 que contabiliza ventos em velocidades que variam de 181 à 252 km/h.
De acordo com a Defesa Civil de Xanxerê, entre 70 e 100 pessoas ficaram feridas pelos estilhaços e os desabamentos e duas mortes foram relatadas. Em pelo menos sete bairros da cidade, mais de 500 construções foram danificadas entre residências, estabelecimentos comerciais e prédios públicos. Alguns veículos de comunicação local divulgaram erroneamente o fenômeno como uma rajada de vento, já que os radares meteorológicos não captaram o tornado, a não ser nuvens altas com uma grande taxa de refletividade, o que indicaria a presença de grandes centros convectivos.
O tornado foi previamente classificado na Escala F2, mas, o que é a escala de um tornado?
Escala Fujita mede a intensidade dos tornados, batizada com este nome em homenagem ao cientista de tornados, Dr. Ted Fujita da Universidade de Chicago, nos Estados Unidos. Os tornados são medidos pela quantia de estrago que eles causam e não pelo seu tamanho físico. Também é importante lembrar-se de que o tamanho de um tornado não é necessariamente uma indicação de sua ferocidade. Tornados grandes podem ser fracos e tornados pequenos podem ser violentos.
Ainda estou em dívida com os/as leitores/as do blog no que diz respeito a pelo menos dois artigos ainda referentes àEGU-2015, a Assembleia Geral da União Europeia de Geociências. Mas não poderia me furtar a tecer alguns comentários sobre o Dia da Terra, ainda que, em Terra Brasilis, o 22 de Abril tenha marcado justamente o início da ocupação europeia e, por conseguinte, do maior processo de devastação de florestas tropicais na escala planetária (ao se somar o que se perdeu na praticamente dizimada Mata Atlântica, da qual restam menos de 10% da cobertura original, com a perda também gigantesca de área da Floresta Amazônica, que já se aproxima de 1/5 da sua área total).
Poderia até soar desnecessário que pontuássemos uma data como o "Dia da Terra", para quem tem bem mais de 1,66 trilhões de dias como nosso planeta (a conta inicial seria multiplicar os 4,54 bilhões de anos pelo número de dias em cada ano, mas no passado, como a Terra girava mais rápido, essa quantidade era maior do que 365, já que cada dia continha menos horas, levando a um número certamente bem maior). Mas efetivamente pertencemos a uma espécie cuja contradição maior parece ser entre a de produzir ações capazes de alterar irreversivelmente o curso da história geológica com um grau de consciência extremamente baixo dessa mesma capacidade e dos danos já existentes e, sobretudo, dos potencialmente muito maiores que podemos causar, ao ambiente, à biosfera terrestre e, claro, a nós mesmos. Na semana que precedeu a celebração do Dia da Terra, a estação de Mauna Loa registrou incríveis 404 partes por milhão de CO2 na média semanal e dois novos recordes foram confirmados pela NOAA: Março de 2015 é o mês de março mais quente de todo o registro histórico desde 1880 e o trimestre deste ano é também o início de ano mais quente de todo esse registro. Nessa trajetória, 2015 baterá o recorde absoluto de temperatura global com sobras. Mas é algo que parece permanecer invisível, somente porque a maioria da sociedade insiste em manter os olhos fechados.
Ubíqua, a mudança climática afetará a todos nós o tempo todo. É por isso que desde já é preciso enfrentá-la em tudo, todo tempo. Para termos ao menos um portfólio de opções para discutirmos depois, precisamos mover algumas peças urgentemente no tabuleiro climático. Já! Emissões precisam cair urgentemente. Desmatamento precisa cessar, termelétricas precisam de plano de fechamento e a indústria petroquímica precisa ser forçada ao declínio, afinal como diz May Boeve, Diretora da organização não-governamental 350.org, "os planos de investimento da indústria de combustíveis fósseis e um planeta habitável são simplesmente incompatíveis". Solarização residencial e transporte público e não-poluente devem emergir como soluções corriqueiras na marcha rumo à extinção dos combustíveis fósseis. Consumismo e desperdícios não podem ser admitidos e dieta a base de carne de ruminantes tem de mudar. Essas ainda não são soluções definitivas, mas precisam ser adotadas nos próximos 5-10 anos para que se tenha possibilidade de buscá-las.
Por um período relativamente longo houve certamente dentro da comunidade de cientistas do clima a ilusão dominante de que bastaria colocar as peças do quebra-cabeça científico no lugar para, tendo sido identificado o problema da mudança antrópica do clima, seu caráter deletério, seu alcance e sua urgência, para que formuladores de políticas e tomadores de decisão agissem, após negociações climáticas baseadas na racionalidade e embasadas na ciência. Mas está muito claro hoje que essa noção mostrou-se absolutamente ingênua e que a melhor salvaguarda que se pode dar à credibilidade da ciência, um dos motes comumente usados para que cientistas não atuem politicamente e não se envolvam em ativismo, é agir na proporção das certezas que temos em relação à gravidade da crise climática e como ela pode nos afetar de maneira simplesmente devastadora. A zona de conforto precisa se tornar inabitável antes de que o planeta se torne e nesse contexto cabe a quem tomou consciência do risco de colapso do clima como o conhecemos falar sobre isso alto e claro! Isto, evidentemente, impõe aos/às cientistas (que também são mães, pais, cidadãos, habitantes do planeta) que corramos os riscos. Estamos em um momento em que "credibilidade" não implica em "neutralidade", muito pelo contrário.
E é por isso que o abandono da ilusão de que algo para resolver ou mesmo minorar a crise climática possa vir espontaneamente da governança existente, com parlamentos eleitos sob forte influência do poder econômico, com governos nacionais ao mesmo tempo constituídos numa lógica de defesa de interesses de Estados-nação opostos entre si e submetidos a uma pressão inaudita dos lobbies das corporações, implica em que se dê outro passo. É preciso casar a ciência com os potenciais agentes de mudança. É preciso esclarecer que a unificação de todas as demandas por um mundo justo, livre, igualitário, radicalmente democrático, profundamente solidário passou de uma necessidade social, econômica para uma necessidade física. E é preciso igualmente esclarecer que novos ingredientes precisam se somar e se articular com as demandas tradicionais de quem se opõe ao sistema que ora está a arruinar a única morada de onde nossa espécie, ao lado de incontáveis outras, tira seu sustento.
Seria irracional não lutar contra a terceirização agora, já, argumentando que em condições de colapso climático não teríamos mesmo empregos; seria injustificável não lutar contra a redução da maioridade penal, na defesa dos direitos da juventude sob risco iminente de morte porque a juventude não teria futuro mesmo num planeta devastado; seria ilógico interromper a batalha pelos direitos LGBTs afirmando que eles pouco importariam num mundo em que água, comida e segurança face a eventos extremos seriam a tônica; não haveria sentido em abrir mão do combate pela educação, da defesa da escola e da universidade públicas, etc. porque estas serão um luxo numa sociedade atirada às trevas da fome, sede e barbárie. Isso me parece muito claro, cristalino e não é à toa que me envolvo, de maneira militante, prática e emocionalmente nessas tantas frentes de luta, apoiando-as dentro do meu entendimento do problema, do meu alcance, do respeito aos alterprotagonismos.
Mas é essencial, da parte daqueles que participam desses e diversos outros movimentos (negro, indígena, feminista, sem-teto, sem-terra, liberdade religiosa, direitos de imigrantes, direito ao transporte, à água, etc.) exercitar o raciocínio "da volta" e pensar essas lutas num contexto de ameaça real da continuidade dos sistemas de suporte à vida humana, que estão demandando ação urgente, imediata e radical. Todas as batalhas que citei - e tantas outras - encontram-se hoje, numa condição em que mais do que consciência "de classe" (na verdade, da percepção mais ampliada do locus socioeconômico face à complexa interação entre exploração econômica e manifestações opressivas de diversas naturezas), é preciso ter consciência de espécie e - acima desta - consciência de biota! Tenho absoluta certeza de que o valor de cada uma das lutas mencionadas só se amplia e se enriquece; de que elas só se tornam mais generosas, altruístas e por isso mesmo mais poderosas; se as mesmas se articularem pela grande e necessária torrente cuja demanda só se pode resumir na própria urgência de permanecermos - no tempo, no espaço e no/a outro/a - vivos/as.