As the UN climate talks open in Lima to agree on a draft text for a treaty in Paris next year, here is a timeline of world’s top 20 emitters of carbon dioxide since the dawn of industrialisation dominated by UK and US.
This interactive is jointly produced with the World Resources Institute
Aumento das temperaturas e mudanças no regime das chuvas terão diferentes impactos em cada região do país
2014 está sendo um dos anos mais secos do Brasil. As chuvas escassas estão prejudicando a agricultura, ameaçando o fornecimento de energia elétrica e fazendo com que o debate sobre as mudanças climáticas volte com força total. De acordo com o Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas Globais (IPCC), o aquecimento global é inequívoco. O fenômeno é causado por fatores naturais, mas é intensificado significativamente pela ação humana: o IPCC avaliou 577 trabalhos científicos, descrevendo cerca de 80 mil séries de dados, para chegar a essa conclusão. E as consequências já podem ser sentidas na pele.
A temperatura média do planeta subiu 0,7ºC ao longo do século 20. E não é só: esse aquecimento vem ocorrendo de maneira mais rápida nos últimos 25 anos. Em geral, espera-se uma elevação em torno de 4°C até o fim do século. Isso está desencadeando várias alterações em todo o planeta, como mudança no regime das chuvas; elevação do nível do mar (que deverá subir em média entre 18 e 59 cm até o final do século, consumindo regiões costeiras e até ilhas inteiras); e aumento na frequência de eventos climáticos extremos, como enchentes, tempestades, furacões e secas; além de interferir na agricultura e contribuir para o processo de desertificação.
No Brasil, o clima ficará mais quente (com aumento gradativo e variável da temperatura média em todas as regiões do país entre 1oC e 6oC até 2100) e o regime de chuvas também vai mudar: as precipitações diminuirão significativamente em grande parte das regiões central, Norte e Nordeste do país; e aumentarão nas regiões Sul e Sudeste. Isso é o que aponta o primeiro Relatório de Avaliação Nacional(RAN1), lançado em 2013 pelo Painel Brasileiro de Mudanças Climáticas (PBMC).
“Estes estudos mostram que, no Brasil, a temperatura média aumentou aproximadamente 0,75°C até o final do século 20 (considerando a média anual entre 1961-90 de 24,9°C), sendo 1998 o ano mais quente”, afirmou o pesquisador José Marengo, do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), durante a 1ª Conferência Nacional de Mudanças Climáticas Globais (Conclima), que lançou o sumário executivo do relatório.
Regiões diferentes, mudanças diferentes
O relatório aponta que, como o Brasil é um país de dimensões continentais, as mudanças climáticas não afetarão da mesma forma todas as regiões. “De modo geral, é possível perceber um aumento nas temperaturas em todo o país, porém com intensidades diferentes em cada região. Já o regime de chuvas será diferente, com regiões tendo diminuição no volume de precipitações e outras tendo aumento”, explica o meteorologista Tercio Ambrizzi, professor de Instituto de Astronomia Geofísica e Ciências Atmosféricas da USP e um dos coordenadores do Grupo de Trabalho 1 do RAN1.
Na região Norte, a temperatura deverá aumentar de 1oC a 6oC até 2100, com diminuição de 40% a 45% no volume de chuvas. No entanto, os pesquisadores sugerem que o desmatamento da Amazônia é uma questão mais urgente, tanto para proteger o bioma quanto para evitar o agravamento das mudanças climáticas. Caso o desmatamento alcance 40% na região no futuro, haverá uma mudança drástica no padrão do ciclo hidrológico, com redução de 40% na chuva durante os meses de julho a novembro – o que prolongaria a duração da estação seca e provocaria o aquecimento superficial do bioma em até 4oC, de acordo com o relatório.
As temperaturas terão um aumento relativamente baixo, e em ritmo mais lento, na região Nordeste: entre 0,5oC e 4oC até 2100, sendo que o maior aquecimento acontecerá no final do século. As chuvas também diminuirão em taxa menor, ficando em torno de 10% a 35% no período.
Já as regiões Sul e Sudeste seguem uma tendência diferente, com aumento relativamente baixo das temperaturas e crescimento do número de chuvas. De acordo com o relatório, essas regiões ficarão entre 0,5oC e 3oC mais quentes até 2100, e entre 25% e 30% mais chuvosas. A região Centro-Oeste deve seguir a mesma tendência, com projeção da elevação das temperaturas entre 3oC e 6oC no período e aumento no volume de chuvas. Muitas dessas mudanças já podem ser sentidas. Em São Paulo, por exemplo, a temperatura mínima (durante a madrugada) aumentou nos últimos anos, ou seja, estamos tendo madrugadas mais quentes.
Impacto
Essas mudanças no clima trarão uma série de impactos em diversos setores, como nos recursos hídricos, na geração e distribuição de energia, e na agricultura. Não apenas a quantidade, mas também a qualidade dos recursos hídricos está comprometida. Entre os problemas a serem enfrentados, está o risco de colapso no abastecimento de água em várias regiões urbanas, devido a estiagens mais prolongadas; maior risco de inundações; elevação do nível do mar e entrada de água salina nos lençóis subterrâneos que abastecem grande parte das cidades litorâneas e intensificação dos efeitos da poluição nos corpos hídricos, reduzindo ainda mais a disponibilidade e a qualidade hídrica. “Mesmo nas áreas em que houver aumento de vazão, prevê-se uma diminuição da qualidade, tanto pelo aumento da temperatura como pela elevação da carga poluente proveniente do escoamento superficial e da superação da capacidade das estações de tratamento e dos sistemas de esgotamento sanitário”, apontou o engenheiro agrônomo Eneas Salati, diretor-técnico da Fundação Brasileira para o Desenvolvimento Sustentável, durante o 1º Conclima.
A energia também é um ponto preocupante. Como as hidrelétricas são responsáveis por 85% da geração de eletricidade no Brasil, a redução do volume das chuvas em grande parte do país acarretará perdas significativas. Até mesmo o biocombustível sentirá o impacto, já que a elevação das temperaturas e a diminuição das chuvas inviabilizarão culturas como mamona e soja, sobretudo no Nordeste e no Centro-Oeste, fazendo com que essas culturas migrem mais para o Sul.
A agricultura também será afetada, com muitas culturas tendo que se deslocar devido às temperaturas elevadas e à estiagem. Culturas como feijão, soja, trigo e milho serão especialmente atingidas, sofrendo grandes reduções de área de plantio e deslocamento para regiões mais frias. “Com as mudanças climáticas, as zonas agrícolas do país deverão ser repensadas”, afirma Ambrizzi.
Ainda há tempo
Mas os pesquisadores apontam que ainda há tempo de mudar esse cenário. Existe uma série de ações que podem ser tomadas para mitigar o impacto das mudanças climáticas e minimizar suas consequências. O primeiro passo é reduzir as emissões de gases de efeito estufa (GEE). Caso os níveis desses gases continuem a aumentar na atmosfera, as alterações climáticas serão ainda mais severas. “O problema é que esses gases permanecem na atmosfera por cerca de 50 a 100 anos. Então os gases já emitidos demorarão a ser dissipados. Por isso, a redução das emissões é de extrema importância”, declara Ambrizzi.
Para contribuir com a diminuição da emissão de gases de efeito estufa, governo e sociedade precisam pensar em fontes de energia limpa, além de novos modelos para a indústria e o transporte. Outra ação importante consistirá em brecar o desmatamento e a exploração ilegal de madeira, já que esses fatores contribuem mais para as emissões globais do que o setor dos transportes. “Temos que continuar tentando diminuir as emissões para que seja possível manter o nível de elevação da temperatura o mais baixo possível para daqui a 100 anos ou mais. A discussão agora é tentar não passar de um limiar aceitável e tentar nos adaptar a essas mudanças”, acredita Ambrizzi.
Fonte: Univesp
Entre as principais conclusões do Relatório de Avaliação Nacional do Painel Brasileiro de Mudanças Climáticas estão as mudanças nos padrões de precipitação, que alteram a distribuição da vazão dos rios. A demanda por energia vai aumentar e será preciso buscar soluções para o setor.
Declínio da biodiversidade, aumento do nível do mar, perda do potencial de pesca, redução da produção agrícola, aumento das ondas de frio e calor. O país já sofre com os efeitos das alterações do clima no planeta
Alteração na vazão dos rios, declínio da biodiversidade, aumento do nível do mar e da acidificação dos oceanos, inundações, deslizamentos, perda do potencial de pesca, redução da produção agrícola, migração da população rural para as cidades, aumento das ondas de frio e calor… “Não estamos preconizando o fim do mundo. Elaboramos um relatório que apresenta um diagnóstico: o Brasil está vulnerável às mudanças climáticas e já sofre alguns impactos. Mas, se trabalharmos rápido, podemos minimizar muito esse cenário”, ressalta Eduardo Delgado Assad, pesquisador da Embrapa.
Ao lado de Antônio Rocha Magalhães, o especialista coordenou o Grupo de Trabalho sobre impactos, adaptações e vulnerabilidades das mudanças climáticas no Brasil, do primeiro relatório nacional a respeito do tema, lançado nesta segunda-feira (9 de setembro), pelo Painel Brasileiro de Mudanças Climáticas, em São Paulo. Eles fazem parte do comitê cientifico presidido por Suzana Kahn.
Eduardo Delgado Assad - Foto: Divulgação/IICA
Abaixo, as principais considerações de Assad sobre os resultados do GT2 do relatório.
CHUVA MALUCA
“Entre as principais conclusões do GT2, em termos de recursos hídricos, estão as mudanças nos padrões de precipitação, que alteram a distribuição da vazão dos rios. Isso faz com que momentos de seca e enchentes se tornem mais intensos e frequentes. Por exemplo, os rios do leste da Amazônia e do nordeste podem ter redução de vazão de até 20% até o final do século, o que significa uma redução de 20% na oferta de água. Na bacia do rio Tocantins, a queda pode chegar a 30%, enquanto na bacia do Paraná e rio Prata pode haver aumento de 10 a 40% na vazão.
Ao detectarmos essa redução da oferta de água em alguns pontos do Brasil, enxergamos impactos no setor energético. Em alguns anos, teremos muita água e, em outros, teremos muito pouca. Ou seja, aquela tranquila estabilidade que a matriz hidrelétrica do país nos dava não vai mais existir. O Brasil precisa crescer, a demanda por energia vai aumentar e temos que buscar soluções para o setor. Tendo sol, vento e biomassa, com certeza a proposta do governo de ligar termoelétricas a carvão não é a melhor opção a longo prazo”.
S.O.S ESPÉCIES
“De maneira geral, todos os ecossistemas brasileiros são vulneráveis e vão ser bem afetados peloaquecimento global. Podemos ter declínio de biodiversidade em todos os ecossistemas de água doce e terrestre, mas principalmente nas regiões mais populosas do Brasil, como os ecossistemas aquáticos continentais.
Os ecossistemas oceânicos são os menos conhecidos pelos pesquisadores. Faltam muitos dados para podermos ser mais conclusivos, mas sabemos que o aumento da temperatura e a acidificação da água do mar impactarão essas áreas de forma negativa, o que implica em perdas significativas da biodiversidade marinha.
Por exemplo, nos próximos 40 anos, a previsão é de que o Brasil diminua em 6% seu potencial máximo de pesca. Pode parecer pouco, mas é um número enorme, se levarmos em conta que temos 8 mil km de costa. Este é um dado novo que me surpreendeu muito. Um dos maiores ganhos econômicos que o Brasil tem, que são os recursos pesqueiros da costa, começa a ser ameaçado pelo aquecimento global e a acidificação. É algo violento”.
CUIDADOS NA COSTA
“Há tendência de aumento no nível do mar, que ainda não conseguimos precisar de quanto será, por conta do nível dos estudos que há no Brasil. Mas já detectamos que as áreas com biodiversidade acentuada nas zonas costeiras, principalmente os manguezais, vão estar ameaçados por esse impacto. Uma pessoa que tem 20 e poucos anos hoje, por exemplo, pode ter filhos que talvez não tenham a chance de conhecer os manguezais, se nada for feito rapidamente.
Além disso, chuvas mais intensas provocam instabilidades nas áreas costeiras, como inundações e deslizamentos de falésias, que inclusive já estão sendo observados. Em longo prazo, esses fenômenos, associados ao aumento das tempestades e ventos, podem causar efeitos negativos até nas estruturas de linha das praias. São as famosas ressacas, cada vez mais intensas no litoral brasileiro”.
SEGURANÇA ALIMENTAR
“Se nada for feito, o Brasil pode perder até R$ 7 bilhões, em termos de produção agrícola, nos próximos 40 anos. Isso porque algumas culturas vão ser afetadas pelas mudanças climáticas. O café terá problemas de expansão de área, por exemplo, enquanto a soja e o milho podem ter impacto de cerca de 30% nas áreas de baixo risco.
A boa notícia é que o Brasil já está desenvolvendo espécies cultiváveis tolerantes às mudanças do clima e implantando a agricultura de baixa emissão de carbono, desde 2010. Porém, ainda não conseguimos ver os impactos positivos disso. Esses efeitos não aparecem tão rápido quanto os do combate ao desmatamento na Amazônia, por exemplo”.
SOLIDÃO NO CAMPO
“Entre os principais impactos das mudanças climáticas nas áreas rurais está a redução da oferta de terras agricultáveis. Além disso, haverá forte migração da população do campo para as cidades, já que vai ficar muito seco em algumas regiões, sobretudo no Nordeste”.
CAOS NA CIDADE
“O maior problema do Brasil hoje está nas áreas urbanas, tanto é que as medidas de adaptação para erosão costeira, onde está a maior parte da população brasileira, são as mais evidenciadas no relatório. Temos hoje uma grande vulnerabilidade na infraestrutura urbana, que já é vista nos alagamentos, deslizamentos e em tantos outros eventos que mostram que é preciso uma revisão urgente do modelo – principalmente porque o aumento das chuvas intensas vai ampliar o problema e porque a quantidade de pessoas nas cidades aumentará muito.
Medidas preventivas podem ajudar bastante, mas elas têm que ser feitas. Há mais de 10 anos isso é falado. É preciso que os gestores públicos priorizem a questão. Enquanto avançamos em áreas como desmatamento e agricultura, nas cidades assistimos ao aumento do número de carros, à falta de políticas para transporte multimodal eficiente, à ausência de zoneamento urbano definido. Ou seja, vemos o caminho inverso. Há 30 anos pessoas morrem no Brasil por conta de deslizamentos, mas, quando acaba o verão, todos esquecem. É preciso ter soluções mais firmes, se não vai morrer muita gente”.
TÁ FRIO, TÁ QUENTE
“Ondas de calor e frio são eventos extremos que acontecem com cada vez mais frequência. A neve, por exemplo, chegou na divisa de São Paulo com o Paraná. Todo esse desequilíbrio causado peloaquecimento global tem efeitos diretos na saúde, bem-estar e segurança da população e pode, inclusive, aumentar a mortalidade no país. A maioria dos brasileiros mora em barracos e não tem como se proteger das ondas de frio, por exemplo.
Grupos populacionais em pior condição de renda, educação e moradia, com certeza, são os que mais sofrerão com os impactos das mudanças climáticas. Já em termos de região, sem dúvida nenhuma, o nordeste está mais vulnerável às alterações do clima”.
FIM DO MUNDO?
“Não estamos preconizando o fim do mundo. Elaboramos um relatório que apresenta um diagnóstico: o Brasil está vulnerável às mudanças climáticas e já sofre alguns impactos. Mas, se trabalharmos rápido, podemos minimizar muito esse cenário. A questão é que tem que ser feito, se não vamos ficar para sempre reclamando do que já passou. Alguns setores, como o da agricultura, já começaram a se preparar para a adaptação, mas é preciso que outras áreas, como a de transporte, energia e saúde, façam o mesmo rapidamente.
Hoje, para que o Brasil possa enfrentar os próximos 30 anos em condições razoáveis de crescimento econômico e bem-estar da população, é preciso que sejam adotadas medidas preventivas e de adaptação, principalmente nas zonas costeiras, onde vive 85% da população brasileira. Mas estou otimista. Acredito que, de posse do relatório, feito por 400 cientistas brasileiros, que mostra que o negócio é sério, as autoridades vão incluir em suas políticas públicas ações de adaptação, prevenção e mitigação”.
Fonte: National Geographic Brasil
By Renate Christ, Secretary, Intergovernmental Panel on Climate Change.
In November 2014, the Intergovernmental Panel on Climate Change (IPCC) released the final instalment of the Fifth Assessment Report (AR5).This is a key input into the climate negotiations being conducted under the UN Framework Convention on Climate Change (UNFCCC) that are intended to result in a global, legally binding agreement to tackle climate change. The next full round of negotiations, or Conference of the Parties, takes place in Paris in December and is known as COP21.
Comprising contributions from each of the IPCC’s three working groups, plus a Synthesis Report, AR5 is the most comprehensive and largest assessment of climate change – its causes, its impacts, possible future risks and options for adaptation and mitigation – produced to date. I would like to look at some of the key findings of that report, but also examine how the IPCC, in what has been described as one of the largest scientific endeavours ever undertaken, reached those conclusions.
The different components of AR5 can be found on the IPCC website (www.ipcc.ch). A very brief summary of the contents – four volumes of over 4,800 pages – can be found in the 21 headline statements of the Synthesis Report, which distils and integrates the findings of the working group contributions.1 In presentations to different audiences we often highlight three conclusions:
- human influence on the climate system is clear;
- the more we disrupt our climate, the more we risk severe, pervasive and irreversible impacts;
- we have the means to limit climate change and build a more prosperous, sustainable future.
It’s worth considering how the report’s 830 authors, supported by hundreds of other scientists and experts, reached these and other conclusions. Like all science, AR5 builds on previous work. For example, the conclusion in the contribution of Working Group I (the physical science basis of climate change) is that “it is extremely likely that human influence has been the dominant cause of the observed warming since the mid 20th century”.
This is an advance on the finding of the Fourth Assessment Report published in 2007 that “most of the observed increase in global average temperatures since the mid 20th century is very likely due to the observed increase in anthropogenic greenhouse gas concentrations”.
That 2007 finding in turn built on the Third Assessment Report in 2001, which noted that “most of the observed warming over the last 50 years is likely to have been due to the increase in greenhouse gas concentrations”. In IPCC usage, ‘extremely likely’ means with at least 95 per cent certainty, ‘very likely’ with at least 90 per cent certainty, and ‘likely’ at least 66 per cent.
So, what enabled the AR5 authors to express this greater certainty? They drew on multiple lines of evidence – higher atmospheric and oceanic temperatures, diminishing amounts of snow and ice, rising sea levels and increased concentrations of greenhouse gases – to conclude that warming of the climate system is unequivocal, and that many of the observed changes since the 1950s are unprecedented.
This strong statement was made at a time when some bloggers were arguing that the slowdown in the rate of surface temperature increase over the previous 17 years showed that global warming had stopped.
The scientific community continues to examine the reasons for the slowdown in surface temperature rise in recent years. Global mean surface temperature exhibits substantial variability from one year or decade to the next, and trends based on short records are very sensitive to the beginning and end dates.
For example, if the start year is a hot one the trend will be lower than by starting with a relatively cool year. Longer-term observations, however, show a clear trend. Each of the past three decades has been successively warmer than the preceding decades since 1850. An important finding of the Working Group I report in this context is that in the 40-year period from 1971 to 2010, more than 90 per cent of the net energy increase in the climate system was stored in the ocean.
Having established the fact of warming, the IPCC scientists then looked at the causes. An analysis of the contributions to observed surface temperature change shows that the warming effect of greenhouse gas emissions, less the cooling effect of other human caused drivers such as aerosols, corresponds closely with the observed warming, while natural factors, such as changes in solar irradiance and emissions from volcanoes, are negligible. This is what enabled the IPCC scientists to conclude that it was extremely likely that human influence was the dominant cause of the observed warming.
I have taken some time to discuss this conclusion, but there are plenty of other examples in AR5 where the findings of the IPCC rebut arguments that play down the threats of climate change. The Working Group II contribution (impacts, adaptation and vulnerability) makes it clear that the impacts of climate change are already being felt on every continent, from the poles to the equator, from the mountains to the seas, and in both rich and poor countries.
At this point it is worth recalling that the IPCC does not conduct its own research or its own measurements of climate data. The mandate of the IPCC is to assess the thousands of scientific publications produced each year that are relevant to climate change. The IPCC establishes what is known and not known about climate change. Where necessary it highlights disagreements and controversies in the scientific community. But the IPCC does not have its own view. It simply reflects the overall understanding of the scientific community on this subject.
The objectivity of the IPCC goes beyond this. While it may lay out options for governments to tackle the risks of climate change, it never tells them what to do. The IPCC is policy-relevant but never policy-prescriptive. The authors of Working Group III (mitigation of climate change) like to use the image of a mapmaker: the scientists produce a map for policymakers that will enable them to reach their goals. They show multiple mitigation pathways that limit warming, along with technological, economic, social and institutional challenges and explain implications of timing of mitigation efforts, but it is the policymakers that decide which route to follow. This neutrality is one of the pillars of the IPCC.
But what makes an IPCC report so robust is the unique partnership between scientists and policymakers. The IPCC’s members are the world’s governments, and it is they who request the scientific community produce a report. After repeated drafting by the IPCC’s authors, helped by review comments from governments and other experts in the scientific community, the governments then examine the Summary for Policymakers of each instalment of the report in detail.
In an approval session, the government representatives propose changes for the sake of clarity and consistency. The scientists responsible for that part of the report decide whether the proposed change is scientifically sound and consistent with the underlying report. Only then will it be accepted. The result of this dialogue between those who request the report and will use it, and those who write it for them, is a strong text endorsed by both policymakers and the scientific community. At the end of the session the Summary for Policymakers is approved by consensus, and by extension the full report is accepted, meaning that the world’s governments stand behind the findings.
The work of the IPCC does not stop there. Besides an extensive programme of outreach to present the findings to stakeholders in different countries, IPCC authors also take part in regular dialogues with negotiators at the UNFCCC negotiating sessions. Detailed presentations are followed by in-depth discussions to ensure that negotiators have a thorough understanding of the report’s conclusions.
As a result, the last full session of the UNFCCC, COP20 in Lima, explicitly welcomed AR5, acknowledged it provided the scientific foundation for the negotiations, urged negotiators to use the information in AR5 in their discussions, and invited the IPCC to continue to provide information to its parties.
1www.ipcc.ch/news_and_events/docs/ar5/ar5_syr_headlines_en.pdf
Photo: IPCC Approval and Acceptance of Working Group III Assessment Report 5, Berlin, 2014
From: Climate 2020