Mudanças climáticas obrigam peixes a procurar águas mais frias

mudancas-climaticasOs oceanos são um dos ecossistemas mais atingidos pelo aquecimento global do planeta. Com o aumento da temperatura da água, diversas espécies marinhas começam a migrar para outras regiões em busca de águas mais frias.

O efeito direto desta migração inesperada já é sentido pelos pescadores americanos. Segundo estudo divulgado pela Agência Nacional Oceânica e Atmosférica dos Estados Unidos (NOAA)*, os peixes da costa leste, principalmente do Golfo do Maine – região de alta biodiversidade marinha – estão se deslocando cada vez mais para o norte para poder viver e se reproduzir em temperaturas mais geladas.

“Descobrimos que, em toda a América do Norte, peixes e invertebrados marinhos estão mudando suas localizações muito rapidamente”, afirmou Malin Pinsky, biólogo da Universidade de Rutgers e principal autor do estudo. Foram utilizados dados de mais de 40 anos de pesquisas do NOAA, do Departamento de Pesca do Canadá e outras organizações.

Com as informações levantadas, a agência americana desenvolveu ferramenta que fornece dados atualizados sobre a migração dos peixes. Pelo site OceanAdapt  é possível visualizar o deslocamento de indivíduos de uma espécie ou de grupos, em determinada região ou na extensão total da costa dos Estados Unidos.

Os dados serão atualizados anualmente para auxiliar cientistas, pescadores e gestores a acompanhar e avaliar a migração das espécies marinhas, provocada pelas mudanças climáticas.

Outro estudo divulgado em 2014, conduzido pelo Centro de Monitoramento de Conservação Mundial do Programa para Meio Ambiente das Nações Unidas*, revelou que populações de peixes podem se afastar de seu habitat 15km em média a cada década, se os oceanos ficarem 1ºC mais quente até 2100.

Entre mais de 800 espécies de peixes e invertebrados analisadas, a pesquisa mostrou que aquelas bastante consumidas pelo homem, como atum, bacalhau, arenque e linguado, comuns nos mares tropicais do sudeste asiático, devem migrar para locais de águas mais geladas como Ártico e Antártida.

Cientistas alertam que, a chegada de novas espécies nestas regiões poderá causar desequilíbrio ambiental, já que aumentaria a população de peixes disputando alimentos no local.

Foto: divulgação NOAA

Fonte: Planeta Sustentável

Unicast