Por que o desmatamento da Amazônia foi o maior dos últimos seis anos

Índice do Deter mostra aumento de 68% no último período. Uma das causas pode ser a venda de carne para os EUA

Áreas desvastada no Mato Grosso. O estado foi o que mais derrubou a floresta entre 2014 e 2015 (Foto: Instituto Centro de Vida)

Quem acompanha as notícias sobre a Amazônia às vezes tem a sensação de estar lendo histórias muito parecidas. Aqui no blog ÉPOCA Amazônia já mostramos que a alta do dólar impulsiona o desmatamento na região porque supervaloriza a soja e o gado. Escrevemos que o Cadastro Ambiental Rural (CAR) não está impedindo derrubadas ilegais – pelo menos no Pará, onde há dados levantados – e que as unidades de conservação, que na teoria seriam áreas com controle de preservação, na verdade, estão repletas de focos de exploração ilegal da madeira. Também já foi pauta por aqui a importância de aumentar a fiscalização e as punições para quem não respeita as leis ambientais.

Então, quando índices de desmatamentos são divulgados, como aconteceu nesta terça-feira (1º), precisamos retomar toda essa velha conversa para entender o que está por trás dos dados. As causas que impulsionam os desmates já foram amplamente divulgadas e discutidas, mas persistem nos estados da Amazônia Legal. O Deter, sistema de monitoramento em tempo real do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), recém-divulgado, aponta que entre julho de 2014 e agosto deste ano, 5.121,92 quilômetros quadrados de floresta foram dizimados. Isso é 68% a mais do que no mesmo período entre 2013 e 2014.

O resultado do Deter é o maior desmatamento verificado pelo sistema nos últimos seis anos. A área perdida de floresta é cerca de 3,5 vezes o tamanho do município de São Paulo.

>>A nova escalada de desmatamento da Amazônia no Mato Grosso

As taxas elevadas eram previstas. Na semana passada, o Imazon divulgou uma medição com base em seu sistema de monitoramento. Para a ONG, o aumento foi de 63%.

Paulo Barreto, pesquisador sênior do Imazon, afirma que os fatores para o aumento expressivo são vários e muitos deles já mais do que divulgados por pesquisadores, ONGs e por quem acompanha o que acontece na maior floresta tropical do mundo.

>> Leia nossa cobertura completa sobre Amazônia

Alguns dos fatores são a falta de avanços em demarcar novas unidades de conservação, falta de medidas punitivas e pouco investimento na produtividade da pecuária. Pesou muito para as taxas de 2015 a alta do dólar, já que os lucros dos produtores de soja e gado aumentam com a desvalorização do real.

Barreto afirma que há pelo menos uma novidade dessa vez: a abertura do mercado norte-americano para a carne fresca brasileira. Apesar de os Estados Unidos já serem um grande comprador de carne congelada e processada, questões sanitárias barravam a entrada da carne bovina fresca naquele país. “Desde que a presidente Dilma Rousseff foi à Washington [em junho] e o governo americano fechou esse negócio, os fazendeiros se animaram com o aumento das vendas e podem ter começado a preparar o campo para receber mais cabeças de gado”, afirma. Isso não significa necessariamente que todas as aberturas para pastos seguiram as leis ambientais e tiveram autorizações dos órgãos ambientais.

>> A estratégia do governo contra o desmatamento da Amazônia se esgotou?

O governo deve divulgar em novembro as taxas oficiais. Até lá, o coro pela necessidade de medidas mais firmes que coibam e diminuam os desmatamentos continuarão a pairar nosso noticiário. E ao que tudo indica deverão permanecer no radar mais tempo.

Fonte: Época

MMA leva Plano de Adaptação às Mudanças Climáticas a consulta pública este mês

mma-mudancas-climaticasMinistra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira, reuniu-se com o presidente da FAPESP, Celso Lafer, conselheiros, diretores e coordenadores de programas de pequisas como BIOTA, BIOEN e Mudanças Climáticas (foto: Leandro Negro/Ag.FAPESP)

Elton Alisson e Samuel Antenor | Agência FAPESP – O Ministério do Meio Ambiente colocará em consulta pública este mês o Plano Nacional de Adaptação às Mudanças Climáticas. O anúncio foi feito pela ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira, em visita à FAPESP, na segunda-feira (31/08). A adaptação às mudanças climáticas está na pauta da proposta que o Brasil levará à 21ª Conferência das Partes da Convenção das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP 21), que ocorrerá em dezembro, em Paris, sem, no entanto, ganhar o mesmo destaque que o Brasil dará ao tema da mitigação.

Na ocasião, a ministra reuniu-se com dirigentes da FAPESP e coordenadores dos programas de pesquisa sobre Mudanças Climáticas Globais (PFPMCG), em Caracterização, Conservação, Restauração e Uso Sustentável da Biodiversidade (BIOTA) e em Bioenergia (BIOEN), apoiados pela Fundação, para debater alguns pontos da agenda da COP 21.

O foco do encontro mundial, na França, será costurar um novo acordo entre os países para diminuir a emissão de gases de efeito estufa (GGE), reduzindo o aquecimento global e limitando o aumento da temperatura mundial em 2 ºC até 2100.

Acompanhada por Carlos Klink, secretário de Mudanças Climáticas e Qualidade Ambiental do ministério, a ministra foi recebida por Celso Lafer, presidente da FAPESP; Eduardo Moacyr Krieger, vice-presidente; e Carlos Henrique de Brito Cruz, diretor científico da Fundação.

Também participaram da reunião José Goldemberg, conselheiro da FAPESP designado presidente da Fundação a partir de 8 de setembro; Carlos Eduardo Lins da Silva, consultor em Comunicação da FAPESP; e Fábio Feldman, ambientalista e consultor.

Durante o encontro, membros das coordenações dos programas PFPMCG (Reynaldo Luiz Victoria, Paulo Artaxo e Gilberto Câmara), BIOTA (Carlos Joly) e BIOEN (Glaucia Mendes Souza), apresentaram à ministra alguns dos avanços e principais subsídios das pesquisas realizadas no âmbito desses programas para auxiliar na formulação de políticas públicas relacionadas aos fatores que interferem nas mudanças do clima em todo o mundo.

A ministra destacou que, durante a COP 21, estarão em jogo os novos rumos da política mundial relacionada ao clima e que o papel do Brasil nesse cenário será determinante.

Na opinião dela, é hora de buscar um acordo baseado em uma nova estratégia de compromissos, visto que o tema das mudanças climáticas ganhou protagonismo político irreversível.

Do mesmo modo, Lafer observou, durante a reunião, que o momento é de dar aos insumos do conhecimento científico maior grau de importância, para a deliberação de políticas públicas.

Nesta entrevista à Agência FAPESP, a ministra explica quais serão os principais pontos da proposta de redução de GEE que o Brasil levará à COP 21, fundamentada no conhecimento científico. 

Agência FAPESP – Sua visita à FAPESP faz parte da iniciativa do Ministério do Meio Ambiente de obter contribuições da comunidade científica e de outros setores da sociedade para apresentar a proposta brasileira na COP 21? 
Izabella Teixeira – Esta foi minha segunda visita à FAPESP. A primeira foi, exatamente, quando começamos a construir a proposta da INDC [as metas de corte de emissão de gases de efeito estufa] brasileira à COP 21. Hoje, nesta segunda visita, estabelecemos uma conversa mais dirigida em torno de temas prioritários e do que a FAPESP está fazendo, particularmente, no âmbito de seus programas de mudanças climáticas, bioenergia e do BIOTA, que convergem para a agenda de desenvolvimento sustentável. Também tivemos a oportunidade de discutir um pouco sobre os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável [um conjunto de 17 objetivos e 169 metas para acabar, até 2030, com a pobreza e promover universalmente a prosperidade econômica, o desenvolvimento social e a proteção ambiental, estabelecidos durante a Rio+20, em 2012] e os desafios apresentados para a adoção formal desses objetivos pelos líderes mundiais, que deve ocorrer agora, em setembro, durante a Cúpula de Desenvolvimento Sustentável, em Nova York. A visita à FAPESP faz parte dessa estratégia, mas também de ter um diálogo mais próximo sobre os possíveis números, os vários trade-offs [escolha entre opções conflitantes] que a gente tem, olhando a experiência de São Paulo e os vários estudos que têm sido desenvolvidos com apoio da FAPESP nessa área de mudanças do clima.

Agência FAPESP – Os resultados das pesquisas apoiadas pela FAPESP relacionadas a mudanças do clima, bioenergia e biodiversidade devem contribuir para a fundamentação da proposta brasileira que será levada à COP 21? 
Teixeira – Um dos resultados de projetos apoiados pela FAPESP que já utilizamos é um sistema de modelagem de uso da terra e cenários de emissão no Brasil a partir do Código Florestal, que está sendo desenvolvido no Inpe [Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais] sob a coordenação do professor Gilberto Câmara. Estamos usando esse sistema no governo, no Ministério do Meio Ambiente, em parceria com o Inpe, para discutir a trajetória do fim do desmatamento legal na Amazônia e de restauração florestal no Brasil. O país tem a ambição de deixar de ser um emissor para ser, na realidade, um sumidouro de carbono. Para isso, é preciso estimar a taxa de restauração florestal no Brasil, e um dos alicerces desse debate é, exatamente, essa modelagem de cenários de emissões no Brasil a partir do Código Florestal que está sendo desenvolvida no Inpe com apoio da FAPESP. Esses cenários dialogam muito com os atuais cenários que estão em prática e já foram pré-adotados na Política Nacional de Mudança do Clima, cuja primeira fase vai até 2020.

Agência FAPESP – Há a expectativa de que a proposta brasileira para a COP 21 seja apresentada antes do início de outubro. Isso deve ocorrer? 
Teixeira – Pela Convenção do Clima temos como data-limite de apresentação da proposta o dia 1º de outubro. A presidente Dilma anunciou durante a visita da chanceler da Alemanha, Angela Merkel, em agosto, que fará o anúncio da INDC brasileira no final de setembro, durante a Cúpula de Desenvolvimento Sustentável, em Nova York.

Agência FAPESP – Quais serão os pilares da proposta brasileira? 
Teixeira – A proposta brasileira já está definida. Estamos checando todos os modelos matemáticos e os números, por exemplo, de mudança do uso da terra, que não são, necessariamente, convergentes. Há quem diga, por exemplo, que faz desmatamento líquido zero. Em um cenário de várias modelagens que fazem sentido para o Brasil, não se consegue, nem em 2040, fazer desmatamento líquido zero. Mas o Brasil já indicou alguns caminhos [de redução das emissões de gases de efeito estufa]. Um deles é que pretende dobrar a participação de energia renovável – além da hídrica – na matriz energética brasileira até 2030. Isso é uma sinalização de uma trajetória de investimentos robustos em energia renovável, que vão além da energia hídrica. O país também indicou ter a meta de restaurar 12 milhões de hectares [de áreas de floresta degradadas]. Isso não é algo trivial de ser feito e, obviamente, significa que temos ambição de usar o Código Florestal, mas também começar a capturar carbono. O Brasil também sinalizou rotas para o fim do desmatamento legal até 2030. Nós estamos vendo quais são as condições, porque dependemos, por exemplo, das informações e da transparência dos estados que autorizam a supressão de vegetação em seus planos de manejo. Enquanto isso não for totalmente transparente, não se tenha acesso aos dados e a um modelo de governança que integre União e estados, não há como avançar. E o compromisso que será assumido em Paris será monitorado e verificado. Portanto, o compromisso terá que ter transparência total e precisamos ter robustez em todos os dados. Também estamos discutindo a segunda geração da agricultura de baixo carbono, como a gente chama, que compreende desde restauração de pastagens até um incremento nas técnicas de produção e a integração de lavoura e agropecuária. Outra discussão que estamos fazendo é sobre a questão de resíduos sólidos, mas isso não é expressivo no perfil de emissões de gases de efeito estufa do Brasil. E outra coisa que deverá aparecer na proposta brasileira é a degradação florestal, que é um tema que ninguém ainda encontrou solução para isso no mundo. Nós entendemos que se o Brasil ambiciona acabar com o desmatamento ilegal e restaurar florestas, o país também precisa lidar cientificamente e politicamente com a questão da degradação florestal. Isso também é uma contribuição que esperamos dar para a Convenção de Clima nessa nova trajetória em relação à ambição brasileira.

Agência FAPESP – Além de mitigação, a proposta brasileira também contemplará a agenda de adaptação às mudanças do clima? 
Teixeira – O Brasil virá com uma agenda de mitigação e também deveremos indicar algumas coisas de adaptação. Lançaremos neste mês de setembro o Plano Nacional de Adaptação em consulta pública. Nós não temos dados nacionais completos sobre adaptação em diversas áreas. Temos dados apenas para a área de energia e de algumas outras áreas que têm apresentado bastante avanço, como saúde. A ideia do Plano Nacional de Adaptação é chamar vários setores para que possamos modelar e aprofundar as informações a respeito de alguns segmentos que são estratégicos em relação à adaptação como, por exemplo, as cidades, e com isso possamos formular e apresentar, quem sabe nos próximos anos, uma política robusta de adaptação. Mas na INDC brasileira temos a ambição, sim, de falar de mitigação e adaptação.

Agência FAPESP – A ideia é ampliar a discussão sobre adaptação às mudanças do clima no Brasil? 
Teixeira – Vamos ampliar essa discussão e, mais do que isso, construir uma capacidade tecnocientífica em mitigação no Brasil, que tem um grande espectro. É importante que a ciência esteja cada vez mais próxima, gerando conhecimento dirigido para os processos estratégicos de tomada de decisão do nosso desenvolvimento. Eu não acredito em distanciamento de decisão política da ciência. Pelo contrário. Eu acho que o clima se revela uma agenda importante do ponto de vista político porque se soube trazer para as discussões climáticas o conhecimento tecnocientífico. Há 25 anos, as pessoas colocavam em dúvida as mudanças climáticas. Hoje os questionamentos vêm de uma pequena parcela da sociedade. Há um convencimento político de que é preciso enfrentar o problema e de que há uma diversidade de situações. Para dar conta dessa diversidade de situações, é preciso que trajetórias tecnológicas e sociais sejam assumidas pelos países para reduzir suas emissões e cumprir o compromisso global de limitar em, no máximo, 2 ºC o aumento da temperatura neste século. No caso do Brasil, mesmo com a política voluntária internacionalmente, mas compulsória nacionalmente, o país é um campeão de redução de emissões na área de uso da terra, mas precisa dotar ainda de eficiência outros processos produtivos para assegurar uma transição robusta para a economia de baixo carbono. É preciso fazer mais na indústria e em setores como de combustíveis, embora já tenhamos a matriz energética que é a mais renovável do planeta. Mas o Brasil pode ambicionar ser o único país do mundo que tenha condições em menor espaço de tempo – até 2040 ou 2050, por exemplo – de atingir uma matriz equilibrada entre fóssil e renovável. Mas, para isso, tem que fazer opções tecnológicas, investimentos, ter conhecimento e, mais do que isso, tem que dialogar com a segurança energética do sistema nacional, com combustíveis baratos e com o caminho de desenvolvimento pelo qual a sociedade vai optar. E isso não pode ser feito trancado em uma sala com quatro paredes. É preciso dialogar e construir essas soluções e usá-las para minimizar as assimetrias de desenvolvimento regional que o país tem.

Agência FAPESP – E em relação às assimetrias internacionais? 
Teixeira – Um dos debates no mundo hoje, por exemplo, é como vamos definir um mecanismo de diferenciação entre países que têm contribuições históricas com a questão de carbono na atmosfera. O carbono da evolução industrial está lá. Mas o carbono também do desmatamento das florestas na Europa e no Brasil também está lá. Então, é importante saber como é que vamos diferenciar isso do ponto de vista da ambição. Nós somos um país ainda em desenvolvimento. A infraestrutura do país ainda não está consolidada. Na Europa a infraestrutura está consolidada, já se tem um perfil de emissão. É óbvio que se precisa entender no tempo quais são as trajetórias tecnológicas, onde se pode ganhar tempo e assegurar desenvolvimento com custos competitivos. Ou seja, vai custar gerar novos empregos no Brasil em uma economia de baixo carbono. Isso tem que ser competitivo para o país. E, obviamente, nos interessa que essa discussão seja acompanhada de inclusão social e de minimizar desigualdades regionais que temos no país. O Brasil não se resume a São Paulo e Rio de Janeiro. As assimetrias são muito gritantes no país. É preciso entender que trajetórias são essas e como é que se ganha tempo para resolver problemas estruturais ou estruturantes da nossa agenda de desenvolvimento, já resolvendo uma equação de baixo carbono. Daí a oportunidade de se discutir clima não como ameaça, mas como uma solução, um caminho para que se possa ter um desenvolvimento com mais qualidade e bem-estar.

Agência FAPESP – O contexto da COP 21 é mais favorável para se chegar, de fato, a um acordo global sobre a redução das emissões de gases de efeito estufa no planeta? 
Teixeira – A COP 21 está sendo muito bem estruturada do ponto de vista da participação dos países. Fazia muito tempo que eu não via uma COP com tanta gente que entende de clima e em posição de tomada de decisão. Eu acho que isso também tem muito a ver com o movimento da sociedade. A sociedade globalmente está se movimentando cada vez mais para ter uma solução em relação ao clima. As passeatas pelo clima que aconteceram em Nova York no ano passado foram muito representativas do engajamento popular, no mundo todo, em relação a esse tema. Agora, precisamos ter universidades e instituições de pesquisa dedicadas a isso e aprofundar o conhecimento sobre as mudanças do clima em países como o Brasil. Já temos grande conhecimento e precisamos fazer mais.

Agência FAPESP – Qual deverá ser a principal contribuição da COP 21 para as discussões sobre o clima no mundo? 
Teixeira – Na COP 21 todo mundo irá assumir compromissos em caráter compulsório e, portanto, será sujeito à verificação e terá que ser transparente para suas sociedades. E, mais do que isso: eu acho que as soluções não estão circunscritas aos estados, aos governos. As sociedades nacionais estão caminhando para as opções de desenvolvimento que incluam a solução de carbono. Eu acho que isso é que Paris deixará como mensagem. As INDCs representam as novas trajetórias de cada sociedade nacional em busca de soluções sobre o clima. Será a primeira vez que teremos isso no mundo. Todos estarão olhando de maneira convergente porque eles são parte da solução e, não necessariamente, um mundo dividido em que alguns são responsáveis pelo problema e outros não. Você muda a orientação política indicando que todos são parte da solução. Estão aí as migrações no mundo mostrando que as coisas não estão corretas. O mundo está tendo redefinições de limites territoriais. Não adianta achar que é possível se isolar em uma redoma. Está tudo visível, acontecendo. A questão do clima tem que oferecer soluções. Eu acho que esse será o ativo político de Paris. 

Fonte: Agência FAPESP

Por Água Abaixo

"Eu vim plantar meu castelo naquela serra de lá, onde daqui a cem anos vai ser uma beira-mar", assim diz o refrão de uma bela música de Lenine intitulada "Lá Vem a Cidade". No mesmo álbum, na faixa "É Fogo", ele também questiona "o que será, com mais alguns graus Celsius, de um rio, uma baía ou um recife, ou um ilhéu ao léu clamando aos céus, se os mares subirem muito, em Tenerife? Até agora, porém, a elevação do nível dos mares parece estar sendo uma preocupação secundária em meio a todo o alvoroço envolvendo os impactos das mudanças climáticas, e ela tem aparecido com mais ênfase nas letras desse grande cantor e compositor pernambucano do que na agenda dos formuladores de políticas públicas e dos governos. Grave erro. Gravíssimo!

Projeções do IPCC sobre o nível médio dos oceanos têm sido apresentadas nos últimos relatórios de avaliação, mas a comunidade de Ciência do Clima sempre reconheceu a existência de grandes lacunas na capacidade de modelagem desse processo. Apesar de o cálculo da contribuição da expansão térmica para a elevação dos oceanos ser relativamente simples, a coisa se complica quando se trata de estimar a parte que cabe ao degelo nos mantos da Groenlândia e da Antártica. As projeções para o aumento de temperatura global sempre foram bem mais confiáveis do que aquelas para a elevação do nível do mar e os próprios cientistas olhavam com ceticismo para as estimativas muito modestas, apresentadas no 4º Relatório do Painel, de que mesmo no cenário mais extremo (o A1FI, onde FI responde por "fossil-intensive") não se teria mais do que uma "marola" ao final do século, com um máximo de 59 centímetros até 2100 (na época ainda eram usados os cenários das famílias A e B, depois substituídos pelos "RCPs", os cenários novos).

Avanços na representação da dinâmica dessas enormes massas de gelo e de sua resposta ao aquecimento global são bastante recentes e é quase certo que as projeções apresentadas pelo IPCCno 5º Relatório (o AR5) estejam também subestimadas. Afinal, durante as simulacões do CMIP5 (projeto que subsidiou a elaboração do AR5), somente uma parte dos modelos havia incorporado uma dinâmica de criosfera minimamente realista. Ainda assim, os resultados sugerem uma elevação do nível do mar entre 53 e 98 cm (mas em plena aceleração) para o cenário sem mitigação, o RCP8.5.

Mas evidências vão se acumulando no sentido de que a elevação do nível dos oceanos está sendo brutalmente subestimada, na velocidade e na amplitude. Um artigo na Science de 10 de Julho intitulado "Sea-level rise due to polar ice-sheet mass loss during past warm periods" ("Elevação do nível do mar devido a perda de massa nas calotas polares durante períodos quentes do passado"), de autoria de Andrea Dutton e outros/as, mostra que, com temperaturas semelhantes às de hoje ou ligeiramente mais quentes (como o suposto "limite seguro" de 2°C acima do período pré-industrial), o nível do mar era NO MÍNIMO 6 metros acima do atual.

Como mostrado na figura, que acompanha o "paper" da Dra. Dutton (mostrada ao lado), hoje em dia estamos nos aproximando de 1°C de temperatura acima do valor pré-industrial (0,85°C para ser exato). Isso nos colocaria numa condição de temperatura parecida com a dointerglacial anterior (o "5º Estágio Isotópico Marinho", ou MIS5), ocorrido há cerca de 125 mil anos.

Por ser relativamente recente, é possível estimar com razoável margem de segurança que o nível do mar naquele período, de temperaturas parecidas com as de hoje, e concentrações de CO2 da ordem de 300 ppm, estava 6 a 9 metros acima dos valores de hoje. Elevação tão significativa se deve principalmente à menor massa das calotas polares, com mantos de gelo reduzidos tanto na Antártica quanto na Groenlândia relativamente ao presente.

Mas há diferenças importantes nas características daquele interglacial e o Holoceno, especialmente nas condições da órbita da Terra. Há 125 mil anos, a órbita da Terra tinha maior excentricidade, isto é, era mais alongada.

Nesse sentido, as condições do Holoceno, com o aquecimento antrópico de quase 1ºC seriam mais parecidas com as que ocorreram quando do MIS11, o 11º Estágio Isotópico Marinho, há aproximadamente 400 mil anos. Durante aquele período, a órbita da Terra era mais parecida com a de hoje (quase circular) e o MIS11 (pelo menos em parte graças à baixa excentricidade da órbita) foi um interglacial particularmente longo.

Ora, se olharmos para o MIS11 como um melhor análogo das condições atuais, a fim de estimarmos a elevação do nível do mar que deverá ser causada pelo aquecimento global do presente, as esperanças também vão literalmente por água abaixo. Com apenas 286 ppm de CO2 na atmosfera, mas com temperaturas globais médias de 1 a 2°C acima do período pré-industrial, as estimativas são de que há 400 mil anos, os mares teriam estado de 6 a 13 metros acima do presente. Além da analogia com as características orbitais, vale frisar que o MIS11 tem outro aspecto similar à realidade do presente (algo que também vale para o MIS5): como hoje, o aquecimento era maior nas regiões polares. Com isso, os mantos da Groenlândia e da Antártica eram menores do que no presente.

Acontece que nem no MIS5 nem no MIS11 tínhamos 400 ppm de CO2 na atmosfera. E esse é um parâmetro que não pode ser desconsiderado. Pelo contrário, ele agrava a situação, por óbvio. O problema aí é que não conseguimos encontrar nenhum análogo para a concentração atmosférica de CO2 a não ser se retornemos 3 milhões de anos no tempo, até o chamado "Período Quente do Plioceno Médio", quando as regiões polares eram muitíssimo mais quentes do que hoje (até 20°C acima), a calota polar do sul era menor e provavelmente o manto da Groenlândia sequer existia. Mas aí, as incertezas quanto ao nível do mar na época são grandes. O que se sabe é que quase certamente ele estava pelo menos 6 metros (provavelmente bem mais) do que nos dias de hoje.

O artigo, para resumir, é muito taxativo: "durante períodos interglaciais recentes, pequenos aumentos na temperatura global e um aquecimento nas regiões polares de somente poucos graus relativamente ao período pré-industrial resultaram num aumento ≥ 6 m no nível médio global dos mares". Esses 6 metros parecem ser a elevação do nível do mar mínima à qual já nos comprometemos se não determos as emissões de CO2 e demais gases de efeito estufa. Mas os 13 metros da estimativa máxima para 400 mil anos atrás sequer podem ser descartados. Nem mesmo podemos rejeitar a possibilidade de valores ainda maiores, se retornarmos 3 milhões de anos no tempo (à era do Titanis), até encontrarmos 400 ppm novamente.

Vale ressaltar que o artigo da Dra. Dutton e seus colaboradores, na Science, é um artigo de revisão, ou seja, que procura indicar o estado-da-arte da ciência no que diz respeito ao tema. E o intervalo apresentado de 6 a 13 metros de elevação do nível do mar pode representar uma mudança importante no entendimento de consenso sobre até onde pode ir o impacto desse processo se medidas muito profundas de mitigação não sejam adotadas imediatamente.

O ponto fundamental aqui é que, de acordo com o 5º capítulo do volume do mais recente relatório do IPCC que versa sobre impactos, vulnerabilidade e adaptação (de responsabilidade do 2º grupo de trabalho, o WG-II), pelo menos 600 mil pessoas habitam a chamada "zona costeira de baixa altitude". Ou seja, somente 2% da área dos continentes (percentagem que está abaixo de 10m) é o lar de aproximadamente 9% da população mundial, isto é, estamos falando de um impacto que irá atingir em cheio regiões densamente povoadas. Com efeito, cerca de 65% das cidades do mundo com populações acima de 5 milhões de pessoas estão aí localizadas, segundo o AR5 do IPCC. Os maiores impactos? Terras abaixo de 10m representam 16% do território dos países insulares e nada menos que 466 milhões de asiáticos/as vivem a menos de 10 metros acima do nível do mar, segundo Anthony Oliver-Smith em seu relatório "Sea Level Rise and the Vulnerability of Coastal Peoples". A figura abaixo, do Banco Mundial, resume este quadro assustador. Los Angeles, Nova Iorque, Rio de Janeiro, Cairo, Istambul, Mumbai, Shanghai, Tóquio... todas estão na alça de mira de uma elevação dos mares da magnitude que estamos a discutir aqui (que é ainda pequena se comparada aos 70 metros de elevação que seriam produzidos por um derretimento completo de ambas as calotas).

Aliás, para matar a curiosidade de como ficaria qualquer cidade no mundo com diferentes valores de elevação do nível dos oceanos, indicamos esta ferramenta do geology.com. Com ela, podemos efetivamente responder a Lenine e mostrar como ficariam um Rio (ao lado), uma Bahia (no caso, Salvador, acima) ou um Recife...

Resta ainda a questão de em quanto tempo mudanças muito significativas no nível do mar se dariam. Como Dutton et al. discutem, as estimativas sobre a velocidade das mudanças no passado é difícil de ser feita, pois fatores como a desestabilização de partes importantes dos mantos de gelo são certamente não-lineares. Afinal, ainda que as pessoas possam admitir que a elevação do nível do mar possa produzir impactos tão desconcertantes quanto os que estamos mostrando, geralmente elas os remetem para um futuro distante.

Será mesmo? Sobre isso, está sendo anunciada para esta semana a publicação de um novo artigo liderado pelo Dr. James E. Hansen na revista Atmospheric Chemistry and Physics mostrando projeções de degelo e elevação do nível do mar bem acima do que as que têm sido mostradas até agora pelo - por sua própria natureza cauteloso, cuidadoso e moderado - IPCC. O time de autores, num momento raro para um artigo científico, não doura a pílula diante dos resultados obtidos: "Concluímos que a continuidade de emissões elevadas trará, quase inevitavelmente, uma subida do nível do mar de vários metros provavelmente ainda neste século. O caos social e as consequências econômicas de tamanha elevação dos oceanos podem ser devastadores".

Examinarei com cuidado o artigo assim que este vier a ser publicado, antes de me aprofundar neste debate acerca da velocidade de elevação do nível do mar. Mas embora o trabalho de Hansen e seus colaboradores não seja, pelo menos ainda, reflexo de um consenso científico, meu conselho desde já é o de que não o descartemos. Pelo contrário, ele deverá ser levado a sério. Até porque as projeções anteriores do IPCC sobre degelo do Ártico e elevação dos mares se mostraram subestimadas, algo cujas raízes debatemos em texto anterior no nosso blog e tomadores de decisão e formuladores de políticas deveriam preparar a sociedade para os piores cenários, ao invés de contar - irresponsavelmente - com a sorte. Esta, a sorte, pode terminar... debaixo d'água.

Fonte: Blog - O que você faria se soubesse o que eu sei?

Acidificação dos oceanos: um grave problema para a vida no planeta

Processo, que começou a ser estudado recentemente, pode acabar com toda vida marinha

Quando pensamos nas emissões de dióxido de carbono (CO²), fatores como o efeito estufa e o aquecimento global já vêm à cabeça. Mas as mudanças climáticas não são os únicos problemas causados pelo excesso de CO² na atmosfera. O processo de acidificação dos oceanos é extremamente perigoso e pode acabar com a vida marinha até o fim do século (veja o vídeo no fim da matéria).

A acidificação começou desde a primeira revolução industrial, em meados do século XVIII, quando a emissão de poluentes aumentou rápida e significativamente graças à instalação das indústrias por toda Europa. Como a escala de pH é logarítmica, uma leve diminuição neste valor pode representar em porcentagem, variações de acidez de grandes dimensões. Dessa forma, pode-se dizer que desde a primeira revolução industrial, a acidez dos oceanos já aumentou em 30%.

Mas como se dá esse processo? Estudos demonstram que, ao longo da história, 30% do CO² emitido pela ação do homem vai parar no oceano. Quando a água (H²O) e o gás se encontram, é formado o ácido carbônico (H²CO³) que se dissocia no mar, formando íons carbonato (CO³²-) e hidrogênio (H+).

O nível de acidez se dá através da quantidade de íons H+ presentes em uma solução – nesse caso, a água do mar. Quanto maior as emissões, maior a quantidade de ions H+ e mais ácido os oceanos ficam.

Vida marinha em risco

Qualquer tipo de mudança, por menor que seja, pode mudar drasticamente o meio ambiente. As mudanças de temperatura, do clima, do nível de chuva ou até o número de animais podem causar o total desequilíbrio ambiental. O mesmo pode ser dito sobre a alteração do pH (índice que indica o nível de alcalinidade, neutralidade ou acidez de uma solução aquosa) dos oceanos.

Estudos preliminares apontam que a acidificação dos oceanos afeta diretamente organismos calcificadores, como alguns tipos de mariscos, algas, corais, plânctons emoluscos, dificultando sua capacidade de formar conchas, levando ao seudesaparecimento. Em quantidades normais de absorção de CO2 pelo oceano, as reações químicas favorecem a utilização do carbono na formação de carbonato de cálcio (CaCO3), utilizado por diversos organismos marinhos na calcificação. O aumento intenso das concentrações de CO2 na atmosfera, e consequente diminuição de pH das águas oceânicas acaba por alterar o sentido destas reações, fazendo com que o carbonato dos ambientes marinhos se ligue com os íons H+, ficando menos disponível para a formação do carbonato de cálcio, essencial para o desenvolvimento de organismos calcificadores.

A diminuição das taxas de calcificação afetam por exemplo o estágio de vida inicial destes organismos, bem como sua fisiologia, reprodução, sua distribuição geográfica, morfologia, crescimento, desenvolvimento e tempo de vida. Além disso, afeta também a tolerância a mudanças na temperatura das águas oceânicas, tornando-os mais sensíveis, interferindo na distribuição de espécies mais sensíveis. Ambientes que naturalmente apresentam altas concentrações de CO2, como regiões vulcânicas hidrotermais são demonstrações dos ecossistemas marinhos futuros, apresentando baixa biodiversidade e elevado número de espécies invasoras.

Uma outra consequência, advinda da perda de biodiversidade de ecossistemas marinhos é a erosão de plataformas continentais, que não apresentarão mais corais que ajudam a fixar os sedimentos. Estima-se que até 2100, cerca de 70% dos corais de águas frias estarão expostos a águas corrosivas.

Por outro lado, outras pesquisas apontam para a direção oposta, afirmando que alguns microrganismos se beneficiam com esse processo. Isto se deve ao fato de que a acidificação dos oceanos possui também uma consequência que é, para alguns micro-organismos marinhos, positiva. A diminuição do pH altera a solubilidade de alguns metais, como por exemplo o Ferro III, que é um micronutriente essencial para o plâncton, tornando-o assim mais disponível, favorecendo um aumento da produção primária, que acarreta em uma maior transferência de CO2 para os oceanos. Além disso, o fitoplâncton produz um componente chamado dimetilssulfeto, que ao ser lançado para a atmosfera contribui para a formação de nuvens, que refletem os raios solares controlando o aquecimento global. Este efeito é positivo até que sejam reduzidas as absorções de CO2 pelo oceano devido à saturação deste gás nas águas, situação sob a qual o fitoplâncton , pela menor oferta de Ferro III, produzirá menos dimetilssulfeto.

Mais prejuízos econômicos

Em suma, podemos dizer que o aumento da concentração de dióxido de carbono na atmosfera termina por aumentar a acidez e temperatura das águas oceânicas. Até certo ponto, como vimos, isso é positivo, pois aumentará a solubilidade do Ferro III que é absorvido pelo fitoplâncton para a produção de dimetilssulfeto, que contribui na redução da minimização do aquecimento global. Ultrapassado esse ponto, a saturação de CO2 absorvido pelo ambiente marinho somado ao aumento da temperatura das águas altera o sentido das reações químicas, fazendo com que menores quantidades deste gás sejam absorvidas, prejudicando organismos calcificantes e aumentando a concentração do gás na atmosfera. Por sua vez, esse aumento contribuiria para intensificar os efeitos do aquecimento global. Dessa forma, é criado um ciclo vicioso entre a acidificação dos oceanos e o aquecimento global.

Além de todos os impactos já descritos, com a diminuição do pH oceânico haverá também o impacto econômico, já que comunidades que se mantém à base de eco-turismo (mergulhos) ou de atividades pesqueiras serão prejudicadas.

A acidificação dos oceanos pode também afetar o mercado global de créditos de carbono, uma vez que prejudicado o depósito natural de CO2 nos oceanos, maiores quantidades deste gás se concentrarão na atmosfera, fazendo com que os países arquem financeiramente com as consequências.

Ainda sobre o depósito natural de carbono, a formação de conchas de organismos calcários é interessante economicamente pois com a morte destes organismos, elas são depositadas no leito oceânico, armazenando carbono por longos períodos de tempo.

Tecnologia de mitigação

A geoengenharia desenvolveu algumas hipóteses para acabar com esse problema. Uma delas é usar o ferro para “fertilizar” os oceanos. Dessa forma, as partículas desse metal estimulariam o crescimento dos plânctons que, por sua vez, absorveriam o CO² que, ao morrer, levaria o gás carbônico para o fundo do mar.

Outra alternativa proposta foi a adição de substâncias alcalinas nas águas dos oceanos para equilibrar o pH, como pedra calcária esmagada. Porém, segundo o Professor Jean-Pierre Gattuso, da Agência Nacional de Pesquisas da França, este processo poderia ser eficaz apenas em baías com troca limitada de água com o mar aberto, o que daria um alívio local, mas não é prático em escala global pois consome muita energia, além de ser uma alternativa cara.

Na realidade, as emissões de carbono deveriam ser o foco da discussão. O processo de acidificação oceânica não afeta apenas a vida marinha. Povoados, cidades e até mesmo países são totalmente dependentes da pesca e do turismo marítimo. Os problemas vão muito além dos mares.

Atitudes incisivas se fazem cada vez mais necessárias. Por parte das autoridades, leis sobre níveis de emissão e fiscalizações cada vez mais rigorosas. Pelo nosso lado, diminuir nossa pegada de carbono com pequenas medidas, como utilizar mais transporte público, principalmente em veículos os movidos a fontes de energia renováveis ou optar por alimentos orgânicos, que sejam provenientes da agricultura de baixo carbono. Mas todas essas escolhas só são possíveis caso a indústria altere suas formas de lidar com os recursos naturais e também priorize a produção de bens que utilizem matérias-primas sustentáveis.

Assista a baixo um vídeo sobre o processo de acidificação (em inglês):

Fonte: eCycle

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