As metas brasileiras e a economia de baixo carbono

Nos dias 28 e 29 de setembro, a ANDI – Comunicação e Direitos, com apoio da CLUA – Aliança pelo Clima e Uso da Terra, promoveu, em Brasília, uma qualificação direcionada a jornalistas denominada “COP 21 em pauta: as metas do Brasil para o acordo em Paris”, que abordou a Conferência do Clima que ocorre no final do ano.

A segunda mesa de discussão, “As metas brasileiras e a economia de baixo carbono”, foi composta por:

  • Aloisio Melo, coordenador-geral de Meio Ambiente e Mudanças Climáticas da Secretaria de Política Econômica do Ministério da Fazenda: “O Brasil e as oportunidades da nova economia de baixo carbono”
  • André Lucena, professor do Programa de Planejamento Energético da COPPE/UFRJ: “Opções de Mitigação de GEE”
  • Andrea Santos, secretária executiva do Painel Brasileiro de Mudanças Climáticas e gerente de projetos do Fundo Verde da UFRJ: “Compromissos do clima para cidades e estados”
  • Mediação: Daniela Chiaretti, repórter especial do Valor Econômico

Fonte: Mídia e Amazônia

Fossil fuel industry must 'implode' to avoid climate disaster, says top scientist

‘The age of carbon is over’ and a transition to a greener economy is inevitable, says Hans Joachim Schellnhuber, adviser to the German government and Pope Francis

‘The age of carbon is over’ and a transition to a greener economy is inevitable, says Hans Joachim Schellnhuber, adviser to the German government and Pope Francis

An “induced implosion” of the fossil fuel industry must take place for there to be any chance of avoiding dangerous global warming, according to one of the world’s most influential climate scientists.

Professor Hans Joachim Schellnhuber, an adviser to the German government and Pope Francis, said on Friday: “In the end it is a moral decision. Do you want to be part of the generation that screwed up the planet for the next 1,000 years? I don’t think we should make that decision.”

Schellnhuber was speaking at a major science conference in Paris, taking place before a crunch UN summit in December, also in the city, at which nations must seal a deal on global warming. World leaders were sent a stark message in the communique issued by the conference, which warned that the opportunity to avoid disaster is rapidly diminishing.

Laurence Tubiana, France’s climate change ambassador, said the aim of the UN summit is to send a signal that the transition from coal, oil and gas to a low-carbon economy is inevitable. If the aim is achieved, Tubiana told the Guardian, “you will see a massive acceleration [to a greener economy], particularly on the investment side in the next five years”.

The conference was addressed by Nobel prize-winning economist Joseph Stiglitz, who said the fossil fuel industry faced big challenges: “A mixture of many different changes going on – consumption patterns, civil society, political action – will be disruptive to the carbon economy.”

Stiglitz, Schellnhuber and Tubiana all expressed support for the global divestment campaign, which lobbies investors to sell their stocks in the biggest fossil fuel companies. “I fully support the divestment movement,” said Schellnhuber. “Do you want to be part of an economy that is destroying the world, or part of an economy that protects creation?”

Tubiana said the recent call by major European oil and gas companies for a price to be put on carbon pollution was partly the result of the “very important” divestment movement. She said: “Oil companies are like canaries in the mine. When there is no danger they are silent, but when they feel danger and opportunity they make a move.”

The Guardian is divesting from fossil fuels and is campaigning for the world’s biggest health charities, the Bill & Melinda Gates Foundation and the Wellcome Trust, to do the same.

The Paris conference was attended by more than 2,000 scientists from 100 countries. Schellnhuber told the delegates: “In order to stay below 2C (3.6F) [the internationally agreed limit for global warming], or even 3C, we need to have something really disruptive, which I would call an induced implosion of the carbon economy over the next 20-30 years. Otherwise we have no chance of avoiding dangerous, perhaps disastrous, climate change.”

“The promise of the fossil fuel age has never been fulfilled,” he said. “We still have 2bn people living on $2 (£1.30) a day – that is crazy.” He called for two strong messages to come from December’s UN summit: that “the age of carbon is over” and that “it is not the poor of the world who will pay for the transition”.

To achieve these outcomes, Schellnhuber said: “We need a global social movement and it is already happening.” He said the best analogy for the transition from dirty to clean energy was the abolition of slavery, which was fundamentally driven by ethical concerns.

The scientists’ communique said that tackling climate change is economically affordable, but that nations “waiting on the sidelines” will cause the costs to rise. It said global warming is already inflicting damage across the globe and that failing to act will lock in the dangers.

Stiglitz backed the affordability of tackling climate change: “Creating a green economy is not only consistent with economic growth, it can promote economic growth,” especially when there is a lack of demand in the global economy.

He said the best option for an enforceable climate deal was for willing countries to introduce carbon taxes and then penalise nations refusing to do the same with border taxes on their exported goods.

A voluntary agreement could not solve the climate crisis, he said: “The atmosphere is a public good – all want to get the benefits, but no one wants to pay the cost.” He also dismissed carbon markets as being too prone to political lobbying: “It is basically giving away money.”

Stiglitz said it was unsurprising that a carbon price has proven hard to implement on a worldwide scale. “If you own fossil fuel assets, and the impact of any global agreement on climate change is going to push their value down, you are going to resist, using whatever tactics. But the interests of global society have to overcome these narrow special interests.”

From: The Guardian

Brasil vive extremos de calor em 2015

Além de Brasília, que em outubro teve temperaturas até 9 graus mais altas que a média, Manaus e Belo Horizonte bateram recordes neste ano, mostra Instituto Nacional de Meteorologia

Junte um El Niño que já está sendo chamado por aí de “Godzilla” e uma tendência discernível de aquecimento global e você ganha o que os moradores de Brasília ganharam neste mês de outubro: uma onda de calor com temperaturas até 9oC mais altas do que a média histórica.

A capital federal teve no sábado, 17 de outubro, seu dia mais quente desde que as medições começaram a ser feitas sistematicamente. As temperaturas na estação do Inmet (Instituto Nacional de Meteorologia), que funciona desde 1963, atingiram 35,9oC. A média histórica para o mês – que costuma ser o mais quente do ano na cidade – é de 27,5oC. O recorde anterior havia sido batido em 2008, com 35,8oC.

As vendas de aparelhos de ar-condicionado dispararam. No sábado, não havia condicionadores de ar para pronta entrega em nenhuma das lojas de eletrodomésticos do Conjunto Nacional, um dos shopping centers mais tradicionais da cidade. E, justamente quando os brasilienses achavam que não podia ficar pior, o domingo, 18 de outubro, registrou 36,5oC, com termômetros de rua marcando 40oC ou mais. Brasília atingiu a marca de duas máximas recorde em dois dias seguidos.

As temperaturas mínimas – registradas na madrugada – também são as maiores para o mês desde o início da série histórica, embora não tenham batido o recorde, que ainda pertence à década passada.

“Você só pode considerar onda de calor um período de um certo número de dias com temperaturas 5oC ou mais acima da média máxima. E é isso o que estamos verificando”, afirmou Mamede Melo, meteorologista do Inmet.

O instituto está monitorando o fenômeno desde o começo de outubro, o que nos dá 21 dias de onda de calor (e contando). Mas o período quente e seco vem de antes: segundo o calendário “oficial” da meteorologia, a estação úmida em Brasília começa na segunda quinzena de setembro. Quando começarem a cair, o que está previsto para o dia 23 ou 24, as chuvas no DF estarão mais de um mês atrasadas. “E virão com tudo”, completa Ingrid Peixoto, colega de Melo no Inmet.

BOLHA DO INFERNO

Há várias explicações para o calorão. A mais imediata é o que os meteorologistas chamam de “bloqueio atmosférico”, uma massa de ar quente estacionada sobre uma determinada região e que não permite a entrada de frentes frias, que trazem umidade. Além de Brasília, partes de Goiás e Mato Grosso estão debaixo dessa bolha do inferno.

No mês passado, Cuiabá foi vitimada por uma onda de calor extremo. A capital mato-grossense teve 15 dias seguidos com máximas maiores ou iguais a 40oC, afirma Francisco de Assis Diniz, meteorologista do Inmet que vem compilando dados de extremos de temperatura no país. “Setembro deste ano está sendo considerado o mais quente no Brasil”, afirma.

Os bloqueios atmosféricos são favorecidos pelo El Niño, o aquecimento anormal das águas do Oceano Pacífico no litoral da América do Sul. O El Niño, um fenômeno cíclico e natural, perturba o padrão de ventos e enlouquece o clima no mundo inteiro: O oeste-sudeste dos Estados Unidos se acaba em chuvas, a Amazônia pega fogo e a região do Prata tem tempestades. A América do Sul, a Austrália, a Califórnia e a África veem os termômetros subir em anos de El Niño. O deste ano está sendo considerado especialmente forte, comparável ao de 1998.

O El Niño, por sua vez, não está fazendo suas travessuras sozinho. “Este El Niño aparece sob um ruído de fundo de aquecimento global”, afirma o climatologista José Marengo, do Cemaden (Centro de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais). “Ainda que este El Niño seja um pouco mais quente que o normal se compararmos a 1998, a [temperatura] normal em 1998 era menor que em 2015.”

NINGUÉM ESTÁ A SALVO

“O planeta está passando por um período quente, e esse aquecimento tem provocado ondas de calor com muito mais frequência. O Brasil, devido à sua dimensão territorial, não esta fora desse contexto”, afirmou Assis Diniz.

Segundo o pesquisador, essa situação tem sido mais evidente desde o começo do século. Todos os 15 anos mais quentes da história no planeta foram registrados a partir do ano 2000. A exceção é justamente 1998, por causa do El Niño. Até agora, 2014 foi o ano mais quente da história, masdeverá ser desbancado por 2015.

Durante o século 21, continua Assis, em vários locais no Brasil, das regiões Centro-Oeste, Sudeste e parte da Norte, têm ocorrido recordes de temperaturas de 50 anos, 70 anos a 100 anos, de acordo
com a série histórica das medições de cada estação do Inmet.

Dados das séries históricas apresentados por Diniz recentemente em São Paulo dão uma dimensão do calor, com os recordes registrados em algumas cidades brasileiras – vários deles batidos em 2015:

  • Manaus: 38,2oC (1982), 38,3oC (2010), 38,6oC (2015), 39oC (2015)
  • Cuiabá: 42,3oC (2010)
  • Brasília: 35,8oC (2008), 35,8oC (2015), 36,4oC (2015)
  • Goiânia: 39,6oC (2014),
  • Goiás (GO): 42,5oC (2015)
  • Palmas: 41,9oC (2013)
  • Belo Horizonte: 37,1oC (2012), 37,4oC (2015)
  • Rondonópolis (MT): 42,3oC (2014)
  • Indaial (SC): 41,2o C (2014)
  • Vitória: 39,6oC (2006)

De 1960 até 1988, tivemos no país três invernos quentes. De 1988 a 2015 foram 12. É uma relação de 4 para 1”, afirmou o meteorologista do Inmet – que, no entanto, mostrou-se cauteloso ao conjecturar sobre o futuro dessa tendência.

QUANTO MAIS QUENTE, MAIS POBRE

E o calor extremo não faz mal apenas para a saúde de quem está mergulhado nele. Um estudo publicado nesta quarta-feira no periódico científicoNature mostra que calor demais também faz mal ao PIB.

Um grupo de pesquisadores liderado pelo economista Marshall Burke, da Universidade Stanford (EUA), mostrou que o capitalismo tem uma temperatura ideal de funcionamento: 13oC de média anual. A produtividade dos trabalhadores e da agricultura cai quando as temperaturas médias ficam muito abaixo disso, mas despenca quando elas sobem demais além dessa média.

Numa comparação feita com 166 países, inclusive o Brasil, com dados desde 1960, Burke e colegas mostraram que o declínio é não-linear, ou seja, a produtividade despenca a altas temperaturas. “Essa relação é generalizável para o globo, inalterada desde 1960 e aparente em atividades ligadas ou não à agricultura, em países ricos e pobres”, escreveram os cientistas.

No caso de um aquecimento global desenfreado, no pior cenário do IPCC (Painel Intergovernamental sobre Mudança Climática), o PIB mundial sofreria uma redução de 23%. Nada menos que 77% dos países teriam perdas, com o mundo tropical liderando a marcha para o abismo por ser mais quente – e, no geral, mais pobre – já hoje, mas com problemas grandes também para países ricos relativamente quentes, como EUA e China.

“Se as sociedades continuarem a funcionar como funcionaram no passado, a mudança climática deve reformatar a economia mundial ao reduzir substancialmente a produção e possivelmente amplificar desigualdades econômicas globais já existentes”, escreveram os autores.

Fonte: Observatório do Clima

Suzana Kahn: "Prefeitos devem ter mais poder para enfrentar mudanças no clima"

prefeitos poder

Para pesquisadora brasileira do IPCC, países firmarão um acordo no final do ano porque o aquecimento do planeta já está dando prejuízo

Os debates sobre as mudanças climáticas são globais, mas quem enfrenta os impactos de um mundo mais aquecido, com enchentes, secas e ondas de calor, são as cidades. Será que não é hora de aumentar o papel e as responsabilidades das prefeituras no debate sobre o clima? A coordenadora executiva do Fundo Verde da UFRJ,Suzana Kahn, defende que sim.

Suzana é uma das cientistas do IPCC, o Painel Intergovernamental de Mudanças do Clima, órgão da ONU que sintetiza e divulga os resultados de estudos científicos sobre o aquecimento global. Ela esteve na última reunião do IPCC no começo do mês, que elegeu o sul-coreano Hoesung Lee como novo presidente do painel. Em entrevista a ÉPOCA, Suzana falou sobre o novo presidente e os desafios do IPCC, e também sobre as expectativas para a Conferência do Clima de Paris, no final do ano, que poderá fechar um acordo de combate às mudanças climáticas. Ela disse acreditar que os países deverão assinar um acordo, apesar de deixar alguns pontos importantes de fora. "Não é uma questão de os países se ajudarem em um acordo para salvar o planeta. É porque está chegando a conta. Já está dando prejuízo".

ÉPOCA - A senhora participou da eleição que escolheu o nove presidente do IPCC. O que podemos esperar dessa nova presidência?
Suzana Kanh - Foi uma surpresa. Ele não era muito popular, uma pessoa que interagisse muito entre os grupos. Ele é um economista, e isso já é uma coisa diferente, já que o grupo mais reconhecido do IPCC é o dos meteorologistas, dos pesquisadores que estudam o clima. O discurso dele é de que ele era o único candidato representante de um país em desenvolvimento. A Coreia do Sul, no âmbito da Conferência das Partes, é considerada um país em desenvolvimento, mas isso não é exatamente correto. É um país rico, de renda per capita alta. Mas o discurso dele foi esse, de que era um representante dos países em desenvolvimento e que traz para o IPCC a trajetória da Coreia do Sul, que foi um país muito pobre que cresceu rapidamente. Mas foi uma surpresa, ninguém sabe exatamente como vai ser a gestão dele.

ÉPOCA - Em entrevistas à imprensa, Hoesung Lee disse que o IPCC precisa passar a focar em soluções, não em problemas. A gente pode dizer que o IPCC já bateu o martelo sobre o que causa as mudanças climáticas e está partindo para uma abordagem de soluções?
Suzana - É um pouco o viés dele. É um economista, não um cientista climático que gosta de fazer modelos. Uma das questões que eu acho que ganhará força é a da regionalização. Desde os primeiros relatórios do IPCC, a maior parte das informações são médias. Só que quando você fala em uma média de aquecimento de 2ºC, isso pode siginificar que algumas regiões vão aquecer 6ºC, outras podem até esfriar. Isso confunde os tomadores de decisão. Daí essa necessidade de se aproximar mais com o que pode acontecer em cada região. Eu iria além e diria que precisamos falar mais da questão urbana. As cidades são a maior fonte de poluição, por conta do consumo de energia, do transporte, de iluminação, e são as cidades que realmente podem fazer alguma coisa para modificar isso. No final, acaba sendo uma decisão de prefeitos.

ÉPOCA - É viável dar mais responsabilidade para as cidades? Algumas têm poder e recursos para fazer isso, como Rio ou São Paulo, mas não a maioria.
Suzana - Claro, não estou falando do recurso financeiro, mas de prioridades, de indentificar o que é necessário fazer. As responsabilidades deveriam ser passadas para o prefeito, mesmo que o recurso continue sendo federal. Por exemplo, uma cidade costeira que vai ter problema com elevação do nível do mar: o planejamento do uso do solo dela tem que contemplar isso, e é a municipalidade que não pode deixar que haja construções naquelas regiões ou em áreas de risco. A legislação e o poder de decisão, de tirar uma população de determinado local, não permitir construção numa área que pode alagar, isso tudo é responsabilidade do prefeito, mesmo que ele não tenha essa verba. Essas orientações não aparecem no IPCC, que vê sempre o macro.

ÉPOCA - Qual a sua expectativa para a conferência de Paris? Acha que vamos conseguir costurar um bom acordo?
Suzana - Um acordo eu acredito que sairá. Agora acho difícil que seja um acordo que leve em conta a transparência na contabilidade das emissões. Essa é uma questão que não avançou quase nada desde Copenhague [a Conferência do Clima de 2009]. Os países não confiam uns nos outros, acham que é uma questão de soberania. A China, por exemplo, já disse que não permitirá uma verificação independente das suas emissões. Se um não verificar o outro, fica difícil avaliar se o mundo está mesmo reduzindo emissões. Outra coisa que não avança é o financiamento, o ponto que agora chama "perdas e danos": auxiliar países que estão em situação muito dramática. Os países mais pobres reclamam que o que está sendo feito é apenas mudar o carimbo da ajuda que já existia. Os países ricos estão pegando o auxílio humanitário e dizendo que agora é ajuda para o clima. É o mesmo dinheiro, não tem nada adicional.

O que eu vejo de positivo são ações fora do processo multilateral, como os acordos bilaterais entre os países. Os EUA têm acordo com a China, a China está tirando o carvão de sua matriz elétrica, porque suas cidades estão irrespiráveis, o Brasil assinou com os Estados Unidos. São coisas mais objetivas. Os países combinam algumas coisas que são boas para os dois, então são acordos que têm mais chances de vingar do que um envolvendo mais de cem países. Essas coisas estão avançando não por causa das negociações, mas porque está ficando caro lidar com o aumento de temperatura. Não é uma questão de os países se ajudarem em um acordo para salvar o planeta. É porque está chegando a conta. Já está dando prejuízo.

ÉPOCA - E quanto à proposta brasileira para enfrentar as mudanças climáticas?
Suzana - Achei muito realista. Acredito que tenha sido desenhada vendo o que era possível ser feito. Porque nada do que está ali exigirá um esforço monumental. O desmatamento de fato está caindo, a questão do reflorestamento é crucial. Investir em eólicas, renováveis. São coisas que o Brasil tem de fazer por ele mesmo. É bom para o país, independentemente das negociações do clima.

ÉPOCA - Não estamos demorando muito para avançar nas energias renováveis?
Suzana - Sim, está muito devagar. É um contrassenso. Aqui a gente pensa tradicionalmente no curtíssimo prazo. No curtíssimo prazo, não tem nada melhor do que uma termelétrica. É rápida, fácil de licenciar, atende a demanda. Já trabalhar com fontes alternativas requer um retorno que vai demorar um pouco. É o caso da eólica, que agora está ficando competitiva. O custo da solar está reduzindo muito, e nós estamos ficando para trás. Não investimos em instalação, geração, na cadeia produtiva. Aí precisa importar tudo, acaba ficando mais caro.

ÉPOCA - Aqui no Brasil, quando a gente fala de mudanças climáticas, ainda é muito um debate sobre desmatamento da Amazônia. Mas as emissões de desmatamento estão caindo, e as de energia, subindo. Não é hora de falar dessas emissões de energia?
Suzana - Isso vai acabar acontecendo, certamente. Antigamente o grande problema era o desmatamento. Deixou de ser. Estamos nos aproximando do perfil mundial. No mundo, é assim: majoritariamente o problema é no setor energético. Só que no caso do Brasil, por um lado não só a gente ainda tem muita emissão de desmatamento, mas a floresta amazônica tem um apelo mundial enorme. É um olhar de fora que pressiona muito o Brasil a reduzir as emissões da floresta. Já na questão da energia, a pressão não é tão grande porque todo mundo tem o mesmo problema. Todo mundo tem o telhado de vidro e a gente, pelo contrário, tem até uma situação mais confortável se comparada com o resto do mundo. Mas não tenho a menor dúvida de que a energia é a próxima etapa a ser tratada. Nós estamos numa situação em que a energia tem o mesmo peso que o desmatamento, e estamos num período de recessão. Se o país estivesse crescendo, as emissões de energia teriam explodido.

Fonte: Época

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