Mudanças climáticas podem levar 48% das espécies ao risco de extinção

A manutenção das taxas atuais de emissões de carbono e aquecimento global podem colocar 48% das espécies de determinados ecossistemas em risco, segundo um relatório da ONG WWF divulgado nesta quarta (14).

Esse cenário de risco apresentado pelo estudo “Vida selvagem em um mundo cada vez mais quente” está associado a um aumento de temperatura média global de 4,5°C em relação à média século 20. Os autores afirmam que essa é a temperatura mínima esperada caso nenhum esforço seja feito para reduzir as emissões atuais de gases estufa.

Com um aumento de 2°C, o limite estimado pelo Acordo de Paris —o desejável seria um crescimento máximo de 1,5°C— a situação seria melhor, mas ainda assim preocupante. Nesse cenário, 24% das espécies se tornariam vulneráveis à extinção.

Para chegar a essas conclusões, os autores analisaram 35 áreas consideradas pela WWF como prioritárias. A classificação leva em conta ecossistemas excepcionais, com biodiversidade ameaçada e insubstituível. Também foram consideradas áreas cuja preservação manteria intacta uma boa fração do ecossistema nelas presente.

Para cada uma dessas áreas foi feita uma modelagem do clima que leva em conta os fatores temperatura e precipitação. Foi simulada a probabilidade de sobrevivência de mais de 80 mil espécies, entre plantas, aves, mamíferos, répteis e anfíbios.

Foi levada em conta ainda a possibilidade de dispersão das espécies, ou seja, as chances de um vegetal ou animal se adaptar à nova realidade climática ou de ocupar novos habitats —ponto em que mamíferos e aves teriam vantagem.
Fonte: Folha de São Paulo 


Mulheres em um mundo em aquecimento: como a desigualdade de gênero se faz sentir sob à ótica das mudanças climáticas.

O aquecimento global já não é segredo. A comunidade científica internacional já reconhece e estima o quanto desse aquecimento é devido à atividade humana e, em conjunto com “tomadores de decisão”, organizações e a comunidade em geral, vem propondo medidas e acordos internacionais – como o recente Acordo de Paris – para combater esses impactos.

Ao contrário do que Donald Trump muitos pensam, esses impactos já poderão ser sentidos e vistos pela nossa geração. Desastres naturais como enchentes, deslizamentos, secas e furacões, serão cada vez mais intensos e frequentes1 e a consequência disso já pode ser sentida na agricultura, na biodiversidade, na proliferação de doenças e na qualidade e abundância de água potável2. Isso gera inúmeras implicações para o nosso modo de vida, pois além de interferir diretamente na própria saúde da população, afeta também a economia mundial. As mudanças climáticas, que eram um problema do futuro, são um problema do presente. Um problema que tem endereço, mas também tem gênero e classe social.

As mulheres constituem a maior parte da população mundial pobre e, portanto, são mais dependentes dos recursos naturais ameaçados pelo contexto das mudanças climáticas. Elas também sofrem todo tipo de pressão social, econômica e política que limitam a capacidade delas de se adaptarem a essas mudanças. As mulheres têm acesso desigual aos recursos e pouca participação na tomada de decisões em todos os âmbitos, sendo desproporcionalmente afetadas pelo aquecimento global e suas implicações, principalmente nas zonas rurais3.

Fica claro que não se pode combater a desigualdade de gênero sem combater a pobreza – e a máxima também é verdade no que diz respeito aos impactos das mudanças climáticas.

Existe uma necessidade de identificar estratégias de resposta a crises ambientais e humanitárias que sejam sensíveis às desigualdades de gênero3. Seguindo esse pensamento, a ONU busca essas estratégias levando em consideração os seguintes cenários: recursos hídricos, biodiversidade, saúde, migração e agricultura.

Leia mais em Cientiscas Femininas

A Amazônia não está longe de virar savana

Em um editorial publicado há duas semanas na revista científica “Science Advances”, o climatologista Carlos Nobre, membro da Academia Brasileira de Ciências, fez um alerta sobre o futuro da Amazônia caso o desmatamento prossiga no ritmo atual. “Corremos o risco de perder um dos maiores tesouros biológicos do planeta a troco de muito pouco”, afirma o cientista. Ele assina o artigo com seu colega Thomas Lovejoy, professor da George Mason University (EUA). Ambos estão entre os mais respeitados estudiosos do mundo a respeito da floresta amazônica. Com 66 anos e hoje pesquisador aposentado do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), Nobre também critica a decisão do Supremo Tribunal Federal, na quarta-feira 28, de referendar a anistia a quem desmatou até 2008, concedida pelo Código Florestal aprovado em 2012. “Trata-se da sinalização clara de que se pode desmatar sem problema porque um dia o crime será perdoado. É muito triste para o País”, disse nesta entrevista a ISTOÉ.

 

A Amazônia está perto de atingir um limite de mudanças irreversíveis?

 

Se considerarmos o impacto somado do desmatamento, do aquecimento global e do aumento dos incêndios da floresta, o sistema Amazônico floresta-clima pode não estar muito distante de atingir um ponto sem volta de inflexão ou ruptura de perda de estabilidade e caminhar para um novo estado de equilíbrio.

 

Qual seria?

 

Ele significaria uma perda de área de floresta talvez superior a 50%, substituída por um tipo de savana empobrecida. É a vegetação do cerrado, mas teria muito menos diversidade biológica de espécies e menor quantidade de carbono estocada na vegetação.

 

Como foi possível chegar a essa previsão?

 

Usamos modelos que simulam o complexo funcionamento interativo biosfera-atmofera-oceanos. Eles são usados para testar o impacto futuro de desmatamento, aquecimento global ou aumento de incêndios florestais e da concentração atmosférica de gás carbônico, algo que pode ser benéfico para as florestas. Quando cada efeito é estudado isoladamente, estabelecemos limites que não deveriam ser ultrapassados para mantermos a estabilidade da floresta.

Leia mais em ISTOÉ;

Em um editorial publicado há duas semanas na revista científica “Science Advances”, o climatologista Carlos Nobre, membro da Academia Brasileira de Ciências, fez um alerta sobre o futuro da Amazônia caso o desmatamento prossiga no ritmo atual. “Corremos o risco de perder um dos maiores tesouros biológicos do planeta a troco de muito pouco”, afirma o cientista. Ele assina o artigo com seu colega Thomas Lovejoy, professor da George Mason University (EUA). Ambos estão entre os mais respeitados estudiosos do mundo a respeito da floresta amazônica. Com 66 anos e hoje pesquisador aposentado do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), Nobre também critica a decisão do Supremo Tribunal Federal, na quarta-feira 28, de referendar a anistia a quem desmatou até 2008, concedida pelo Código Florestal aprovado em 2012. “Trata-se da sinalização clara de que se pode desmatar sem problema porque um dia o crime será perdoado. É muito triste para o País”, disse nesta entrevista a ISTOÉ.

A Amazônia está perto de atingir um limite de mudanças irreversíveis?

Se considerarmos o impacto somado do desmatamento, do aquecimento global e do aumento dos incêndios da floresta, o sistema Amazônico floresta-clima pode não estar muito distante de atingir um ponto sem volta de inflexão ou ruptura de perda de estabilidade e caminhar para um novo estado de equilíbrio.

Qual seria?

Ele significaria uma perda de área de floresta talvez superior a 50%, substituída por um tipo de savana empobrecida. É a vegetação do cerrado, mas teria muito menos diversidade biológica de espécies e menor quantidade de carbono estocada na vegetação.

Como foi possível chegar a essa previsão?

Usamos modelos que simulam o complexo funcionamento interativo biosfera-atmofera-oceanos. Eles são usados para testar o impacto futuro de desmatamento, aquecimento global ou aumento de incêndios florestais e da concentração atmosférica de gás carbônico, algo que pode ser benéfico para as florestas. Quando cada efeito é estudado isoladamente, estabelecemos limites que não deveriam ser ultrapassados para mantermos a estabilidade da floresta.

Startup prevê efeitos do aquecimento global

Em Charleston, Carolina do Sul, onde os portos estão se expandindo para acomodar navios maiores que passam pelo recém-ampliado canal do Panamá, uma construtora chamada Xebec Realty começou a procurar terrenos para a construção de novos armazéns e centros de logística.

Mas, primeiro, a Xebec tinha uma pergunta: qual era a probabilidade de os terrenos considerados estarem submersos em questão de 10 ou 20 anos?

Afinal, Charleston sofreu repetidas enchentes de grandes proporções, capazes de paralisar as operações de carga. E os cientistas alertam que o problema vai se agravar com a elevação dos oceanos e o fortalecimento das tempestades, decorrentes da mudança climática.

Mas foi difícil encontrar informações detalhadas a respeito do risco climático ao qual a cidade está exposta. Os mapas federais de enchentes têm como base dados históricos e não informam como a elevação do nível do mar pode exacerbar as enchentes nos próximos anos. Relatos científicos do aquecimento indicam que as tempestades pesadas devem aumentar no sudeste dos Estados Unidos, mas não especificam quais estradas e ruas podem ficar intransponíveis durante essas tempestades.
Leia mais em Estadão

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