Mulheres em um mundo em aquecimento: como a desigualdade de gênero se faz sentir sob à ótica das mudanças climáticas.

O aquecimento global já não é segredo. A comunidade científica internacional já reconhece e estima o quanto desse aquecimento é devido à atividade humana e, em conjunto com “tomadores de decisão”, organizações e a comunidade em geral, vem propondo medidas e acordos internacionais – como o recente Acordo de Paris – para combater esses impactos.

Ao contrário do que Donald Trump muitos pensam, esses impactos já poderão ser sentidos e vistos pela nossa geração. Desastres naturais como enchentes, deslizamentos, secas e furacões, serão cada vez mais intensos e frequentes1 e a consequência disso já pode ser sentida na agricultura, na biodiversidade, na proliferação de doenças e na qualidade e abundância de água potável2. Isso gera inúmeras implicações para o nosso modo de vida, pois além de interferir diretamente na própria saúde da população, afeta também a economia mundial. As mudanças climáticas, que eram um problema do futuro, são um problema do presente. Um problema que tem endereço, mas também tem gênero e classe social.

As mulheres constituem a maior parte da população mundial pobre e, portanto, são mais dependentes dos recursos naturais ameaçados pelo contexto das mudanças climáticas. Elas também sofrem todo tipo de pressão social, econômica e política que limitam a capacidade delas de se adaptarem a essas mudanças. As mulheres têm acesso desigual aos recursos e pouca participação na tomada de decisões em todos os âmbitos, sendo desproporcionalmente afetadas pelo aquecimento global e suas implicações, principalmente nas zonas rurais3.

Fica claro que não se pode combater a desigualdade de gênero sem combater a pobreza – e a máxima também é verdade no que diz respeito aos impactos das mudanças climáticas.

Existe uma necessidade de identificar estratégias de resposta a crises ambientais e humanitárias que sejam sensíveis às desigualdades de gênero3. Seguindo esse pensamento, a ONU busca essas estratégias levando em consideração os seguintes cenários: recursos hídricos, biodiversidade, saúde, migração e agricultura.

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