O aquecimento global poderá levar à extinção de até 10% das espécies de sapos, rãs e pererecas endêmicas da Mata Atlântica em cerca de 50 anos. Isso porque regimes de temperatura e chuva previstas para ocorrer entre 2050 e 2070 serão fatais para espécies com menor adaptação à variação climática, que habitam pontos específicos da Mata Atlântica.
Essa é uma das conclusões de um estudo que analisa a distribuição presente e futura de anfíbios (anuros, ou seja, sapos, rãs e pererecas) na Mata Atlântica e no Cerrado, à luz das mudanças climáticas em decorrência do contínuo aquecimento global.
O estudo foi publicado na revista Ecology and Evolution. O trabalho teve como autor principal o herpetólogo Tiago da Silveira Vasconcelos, da Faculdade de Ciências da Universidade Estadual Paulista (Unesp), campus de Bauru, e foi feito com apoio da FAPESP no âmbito do Programa FAPESP de Pesquisa sobre Mudanças Climáticas Globais.
Colaboraram Bruno Tayar Marinho do Nascimento, também da Unesp, e Vitor Hugo Mendonça do Prado, da Universidade Estadual de Goiás.
"O objetivo maior da pesquisa foi fazer um levantamento de todas as espécies de anfíbios do Cerrado e da Mata Atlântica e caracterizar suas preferências climáticas nas diferentes áreas que habitam. Com os dados em mãos, buscamos fazer modelagens para poder projetar cenários de aumento ou de redução das áreas climáticas favoráveis às diferentes espécies, em função dos regimes climáticos estimados para 2050 e 2070”, disse Vasconcelos.
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Três anos após os países firmarem o Acordo de Paris a emissão de gases que causam o efeito estufa voltou a subir
A Terra está pegando fogo. De Seattle à Sibéria, as chamas consumiram neste verão pedaços preciosos do Hemisfério Norte. Um dos 18 incêndios que varrem a Califórnia (dos piores na história do Estado) está causando tanto calor que já criou clima próprio.
Incêndios que avançaram por uma área costeira próxima a Atenas, Grécia, mataram 91 pessoas. Por toda parte há gente sufocando. No Japão, 125 morreram em consequência de uma onda de calor que elevou pela primeira vez a temperatura em Tóquio a mais de 40°C.
Tais calamidades, antes consideradas aberrações, viraram lugar comum. Cientistas há muito alertam que, à medida que o planeta esquenta – está hoje 1°C mais quente que quando as primeiras fornalhas da era industrial foram acesas –, o clima endoidece. Uma análise preliminar indicou que este escaldante verão europeu não teria nem metade das consequências que tem se não fosse o aquecimento global induzido pelo homem.
Mas com o impacto das mudanças climáticas ficando mais evidente, mais se destaca o desafio que temos pela frente. Três anos após os países se comprometerem em Paris a manter o aquecimento global “bem abaixo” de 2°C em relação aos níveis pré-industriais, a emissão de gases que causam o efeito estufa voltou a subir. Igualmente, aumentaram os investimentos em petróleo e gás.
Em 2017, pela primeira vez em quatro anos, a demanda por carvão cresceu. Os subsídios à energia renovável, como a eólica e a solar, encolheram em vários países e os investimentos estancaram. A energia nuclear, amiga do clima, é cara e impopular. É tentador acreditar que esses retrocessos são temporários e a humanidade, com seu instinto de autopreservação, vá acabar vencendo o aquecimento global. Na verdade, ela está perdendo a guerra.
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THIS SUNDAY, THE entire New York Times Magazine will be composed of just one article on a single subject: the failure to confront the global climate crisis in the 1980s, a time when the science was settled and the politics seemed to align. Written by Nathaniel Rich, this work of history is filled with insider revelations about roads not taken that, on several occasions, made me swear out loud. And lest there be any doubt that the implications of these decisions will be etched in geologic time, Rich’s words are punctuated with full-page aerial photographs by George Steinmetz that wrenchingly document the rapid unraveling of planetary systems, from the rushing water where Greenland ice used to be to massive algae blooms in China’s third largest lake.
The novella-length piece represents the kind of media commitment that the climate crisis has long deserved but almost never received. We have all heard the various excuses for why the small matter of despoiling our only home just doesn’t cut it as an urgent news story: “Climate change is too far off in the future”; “It’s inappropriate to talk about politics when people are losing their lives to hurricanes and fires”; “Journalists follow the news, they don’t make it — and politicians aren’t talking about climate change”; and of course: “Every time we try, it’s a ratings killer.”
None of the excuses can mask the dereliction of duty. It has always been possible for major media outlets to decide, all on their own, that planetary destabilization is a huge news story, very likely the most consequential of our time. They always had the capacity to harness the skills of their reporters and photographers to connect abstract science to lived extreme weather events. And if they did so consistently, it would lessen the need for journalists to get ahead of politics because the more informed the public is about both the threat and the tangible solutions, the more they push their elected representatives to take bold action.
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BRASÍLIA - Os ventos sopram forte para se transformarem na segunda maior fonte geradora de energia do Brasil já a partir do próximo ano, somente atrás da eletricidade que é retirada das turbinas de hidrelétricas. As usinas eólicas, que até meados de 2010 eram vistas como “experimentos” do setor elétrico, entraram de vez para a base de sustentação de abastecimento do País, e menos de uma década depois respondem por 8,5% da potência instalada em território nacional.
Nestes meses de agosto e setembro, período que já passou a ser conhecido como a “safra dos ventos”, as usinas eólicas têm batido recordes. É quando a ventania ganha ainda mais força nas Regiões Nordeste e Sul do País, onde hoje giram 6,6 mil cataventos espalhados por 534 parques eólicos.
“Com a expansão de projetos já contratada, as eólicas devem ultrapassar a geração térmica e a biomassa em 2019 ou, no máximo, em 2020”, diz Elbia Gannoum, presidente executiva da Associação Brasileira de Energia Eólica (Abeeólica).
Hoje, 64% do potencial elétrico nacional vem de turbinas de hidrelétricas. As usinas a biomassa representam fatia de 9,2%, mas as eólicas já são 8,5% da matriz e crescem a um ritmo superior a 20% ao ano, muito acima das demais fontes.
No dia a dia do consumo, porém, a presença dos ventos tem sido superior. É justamente no período seco – de abril a novembro, quando a maior parte dos reservatórios precisa ser preservada – que a ventania ganha mais força. Nas últimas semanas, uma média de 14% da energia que abastece todo o País tem sido retirada de torres eólicas. Uma semana atrás, os cataventos suportaram nada menos que 72% da energia consumida por toda a Região Nordeste.
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