When July’s heatwave swept through the Canadian province of Quebec, killing more than 90 people in little over a week, the unrelenting sunshine threw the disparities between rich and poor into sharp relief.
While the well-heeled residents of Montreal hunkered down in blissfully air conditioned offices and houses, the city’s homeless population – not usually welcome in public areas such as shopping malls and restaurants – struggled to escape the blanket of heat.
Benedict Labre House, a day centre for homeless people, wasn’t able to secure a donated air-conditioning unit until five days into the heatwave. “You can imagine when you have 40 or 50 people in an enclosed space and it’s so hot, it’s very hard to deal with,” says Francine Nadler, clinical coordinator at the facility.
Fifty-four Montreal residents were killed by this summer’s heat. Authorities haven’t so far specified whether any homeless people were among them, but according to the regional department of public health, the majority were aged over 50, lived alone, and had underlying physical or mental health problems. None had air conditioning. Montreal coroner Jean Brochu told reporters that many of the bodies examined by his team “were in an advanced state of decay, having sometimes spent up to two days in the heat before being found”.
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FLORESTA DE CEDROS DE BAROUK, LÍBANO - Caminhar entre os cedros numa montanha do Líbano é como visitar o território de seres ancestrais.
Algumas das árvores mais antigas estão ali há mais de mil anos, espalhando seus característicos galhos horizontais como braços abertos e cravando as raízes nas rachaduras do calcário. Elas prosperam num ecossistema fresco e úmido pouco comum no Oriente Médio, com montanhas que aprisionam as nuvens que chegam do Mar Mediterrâneo e reluzem com a neve no inverno.
Mas, agora, após séculos de depredação humana, os cedros do Líbano enfrentam a mais grave ameaça até o momento: a mudança climática pode acabar com a maior parte das florestas de cedros que ainda restam até o final do século.
Com a alta nas temperaturas, a zona de conforto ecológico dos cedros está subindo a montanha e chegando a novas altitudes, em busca dos invernos frios necessários para a sua reprodução. Mas, aqui na floresta de Barouk, parte da Reserva Biosférica de Shouf, ao sul de Beirute, não há mais para onde ir. Alguns dizem que, já em 2100, os cedros só crescerão no norte do país, onde as montanhas são mais altas.
Mas, ao norte, o problema é outro. A Reserva Natural Tannourine, a floresta de cedros mais densa do Líbano, perdeu mais de 7% de suas árvores em decorrência da infestação de insetos das quais nada se sabia antes de 1997, e que está diretamente ligada a um clima mais quente e seco.
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O assunto da mudança climática (aquecimento global) e sua conexão com o desmatamento da Amazônia me encontrou ali por 1988. O ano em que as queimadas se tornaram questão mundial e em que Chico Mendes foi assassinado.
Não parei mais de escrever sobre isso.
Às vezes dá vontade de parar. Ninguém está escutando, ou só os suspeitos de sempre. Seria fácil recorrer à autocongratulação: “Está vendo agora? Não foi por falta de aviso”.
Levaria a nada, de novo. As pessoas, ainda a maior parte delas, não querem ou não conseguem ouvir. Parece mais produtivo investigar por quê.
O escritor Nathaniel Rich, em longo artigo para a revista do jornal The New York Times, pôs a culpa na natureza humana.
Outros diriam, como virou moda fazer: assim funciona o cérebro humano, como revela o evangelho da neurociência. Ele privilegia a satisfação imediata de necessidades e desconta em demasia benefícios futuros provenientes de renúncias no presente.
Aquele experimento das crianças a escolher entre um marshmellow agora ou dois daqui a pouco, blá-blá-blá.
É tentador afirmar que o cérebro humano também adora explicações simples (em geral erradas) para problemas complexos. Após 18 meses dedicados a investigar a inação mundial diante do aquecimento, Rich concluiu que, contra todas as evidências científicas, optamos pelo autoengano.
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Os ponteiros do relógio da catedral de Utrecht, na região central da Holanda, pararam de rodar na sexta-feira (3) exatamente às 11h23.
Motivo: o infernal calor que assola neste verão uma parcela significativa do hemisfério Norte danificou os metais no interior do relógio, instalado em 1857 (a catedral é bem mais antiga, data de 1382).
Esse pequeno detalhe serve como ilustração para o risco de que parte importante do que o engenho humano construiu até o século 20 corre o risco de parar de funcionar (ou de morrer de uma vez) neste século 21. Causa: a mudança climática.
Ou, como prefere o jornal The New York Times: “Para muitos cientistas, este é o ano em que eles começaram a viver a mudança climática, em vez de apenas estudá-la”.
O caso do relógio de Utrecht é o menos danoso exemplo de como a mudança climática já está em ação. É verdade que a catedral é o símbolo da cidade e o fato de o seu relógio parar deve ter machucado o amor-próprio dos locais.
Mas há danos bem mais substanciais, a começar pelos incêndios em vários países, inclusive o maior da história na Califórnia.
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