Objetivo: Adquirir a base dos conhecimentos necessários à elaboração de inventários de emissões de gases de efeito estufa (GEE) e noções sobre medidas para implantação de políticas para redução das emissões de GEE, baseado nas metodologias pelo Painel Intergovernamental de Mudanças do Clima (IPCC).
Conteúdo Programático:
• Bases metodológicas dos inventários corporativos: Convenção do Clima (UNFCCC) e Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas (IPCC);
• Estimativas e ferramentas para contabilização de emissões de gases de efeito estufa para corporações;
• Principais etapas na elaboração de um inventário, identificação das principais fontes de emissões de GEE, Escopo 1 / Escopo 2 / Escopo 3, GHG Protocol e ISO 14.064-1 (conceitos), e exercícios práticos;
• Política Nacional e Estadual de Mudanças Climáticas e Inventários Nacional e Estadual de emissões de gases de efeito estufa, risco climático corporativo e legislação relacionada.
Metodologia: Aulas expositivas com projetor multimídia, exercícios práticos/softwares específicos e apresentação de casos para debate.
Perfil dos participantes/pré-requisitos: Profissionais de nível superior completo da área de sustentabilidade, gestão ambiental e meio ambiente de empresas públicas e privadas, organizações governamentais, não governamentais que atuem no setor ambiental/ sustentabilidade, pesquisadores, consultores e outros que busquem especialização na área
ambiental.
Número máximo de participantes: 35
Docentes: Especialistas do corpo técnico da CETESB e professores convidados.
Período de realização: 15 a 16 de setembro de 2016
Horário: 8h às 17h
Carga horária: 16 horas
Endereço: Av. Prof. Frederico Hermann Jr., 345 - Alto de Pinheiros - São Paulo – SP
Valor do investimento: R$ 650,00
O intercâmbio entre Cemaden e Joint Research Centre (JRC) da Comissão Europeia está no âmbito da cooperação científica do Projeto de Apoio aos Diálogos Setoriais União Europeia-Brasil, com o objetivo deampliar as pesquisas e sistemas de monitoramento e alerta de desastres naturais, envolvendo as áreas interdisciplinares de geologia, hidrologia, meteorologia e desastres naturais.
Pesquisadores do Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden), ligado ao Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações, estiveram no Joint Research Centre da Comissão Europeia (JRC – EC), em Ispra, na Itália, para discutir estratégias de colaboração e intercâmbio de dados, informações e pesquisas relacionadas ao monitoramento e sistemas de alertas de desastres naturais.
As visitas e reuniões realizadas neste ano (em abril, junho e julho), entre o Cemaden e o JRC, visaram fomentar a colaboração continuada em projetos de pesquisas destinadas a desenvolver métodos inovadores, ferramentas e padrões para condições meteorológicas extremas e de impactos. Os sistemas de modelagem a serem desenvolvidos pelo JRC irão fornecer suporte técnico e científico para a previsão e redução de risco de desastres em escala global e continental.
Essas atividades de intercâmbio científico e de dados para monitoramento fazem parte do Projeto Diálogos Setoriais entre Brasil e União Europeia, onde o Cemaden está incluso no processo “Cooperação entre Brasil-Europa em Desastres Naturais”, denominado pelo código RISC0002, desde o ano de 2015.
Reuniões e intercâmbios científicos
O Cemaden e o Joint Research Centre (JRC) discutiram estudos de modelagem global e no território brasileiro, estabelecendo parcerias em projetos de pesquisa, publicações científicas e intercâmbio de experiências. Na reunião realizada em abril, foram abordados os estudos de previsão de eventos de inundação e seca, além da avaliação dos impactos , considerando os aspectos de vulnerabilidade, os quais compõem o sistema de alerta de inundação.
Os pesquisadores visitaram a sala de Gerenciamento de Crises (ECML), do Institute for the Protection and Security of the Citizen (IPSC) e ao Copernicus Emergency Management Service (EMS) para conhecer os produtos operacionais de gerenciamento de risco de desastres naturais do JRC.
“Esses institutos que integram o centro de pesquisas (JRC) têm um papel fundamental na produção de informações hidrometeorológicas para o apoio na tomada de decisão pela Comissão Europeia, referentes à gestão de desastres naturais e aos impactos das mudanças climáticas.”, afirma o pesquisador e hidrólogo do Cemaden, Conrado Rudorff. “Considerando a dimensão continental do território brasileiro, a metodologia desenvolvida pelo JRC para o continente europeu se adequa às características de escala e demanda de informações para tomada de decisões no Brasil. A parceria é de benefício mútuo e estratégico para nosso avanço em sistemas de gestão de riscos de desastres. ”, conclui o pesquisador do Cemaden.
Conrado explica, também, que o Brasil oferece boas características em termos de hidrogeografia, disponibilidade de dados e grupos de pesquisa para auxiliar na validação de modelos hidrológicos globais e desenvolvimento de métodos de análise de impacto de cheias.
Na visita mais recente, houve a participação do Cemaden na conferência anual do Global Flood Partnership (GFP), realizada no próprio JRC em Ispra, Itália. O objetivo do GFP é o de unir esforços no desenvolvimento de infraestrutura e sistemas de monitoramento por satélite, modelagem hidrológica e análise de impacto, visando melhorar a previsão e gestão de impactos de desastres de inundação em nível global. Foi apresentada a pesquisa intitulada “GloFAS como uma ferramenta de previsão de inundação em municípios da Bacia Amazônica”, trabalho científico do Cemaden, realizado em parceria com pesquisadores europeus, entre diversas apresentações científicas feitas pelos pesquisadores do GFP. O Cemaden fez, também, uma apresentação sobre o processo de monitoramento e alertas de riscos de desastres da Sala de Situação.
No ano passado, outros pesquisadores do Cemaden puderam discutir sobre pesquisas e monitoramento nas áreas agrometeorológicos e hidrológicos. Neste ano, participaram das reuniões, visitas e intercâmbios científicos os pesquisadores do Cemaden : o meteorologista Christopher Cunningham, o hidrólogo Conrado Rudorff além do tecnologista da Sala de Situação, Tiago Bernardes, hidrólogo e especialista em desastres naturais.
Diálogos Setoriais Brasil- União Europeia
O Projeto de Apoio aos Diálogos Setoriais Brasil-UE tem como objetivo contribuir para o aprofundamento da parceria estratégica e das relações bilaterais entre o Brasil e a União Europeia. É coordenado em conjunto pelo Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão (MPOG) – por meio da Direção Nacional do Projeto – e pela Delegação da União Europeia no Brasil (Delbra).
O objetivo final dos trabalhos entre o Cemaden/MCTIC e o Joint Research Centre (JRC) é a inclusão do Brasil no Sistema de Coordenação Global de Alertas de Desastres, o qual é desenvolvido pela cooperação entre as Nações Unidas, a Comissão Europeia e os gestores de desastres em todo o mundo. Esse sistema global possibilita melhorar os alertas, ampliar o intercâmbio de informação e a coordenação na primeira fase, após grandes catástrofes súbitas.
Fonte: Cemaden
Plenário decide por unanimidade que texto do tratado do clima segue para o Senado Federal, onde não se espera dificuldades de aprovação; chance de Brasil ratificar ainda em 2016 é alta
O Brasil deu mais um passo na ratificação do Acordo de Paris nesta terça-feira (12). Às 22h18, Câmara dos Deputados aprovou em plenário, por unanimidade, o projeto de decreto legislativo pelo qual o Brasil adere ao acordo do clima. A proposição agora vai ao Senado.
“Reputamos que o presente acordo atende ao interesse nacional e votamos pela aprovação”, disse o deputado Pedro Vilela (PSDB-AL), que relatou o projeto na Comissão de Relações Exteriores, ao abrir a discussão do texto numa sessão extraordinária da Câmara que se estendeu noite adentro. “Há evidências científicas cada vez maiores de que as mudanças recentes não são variações naturais, estando relacionadas com as atividades humanas”, disse Luiz Lauro Filho (PSB-SP), relator na Comissão de Meio Ambiente.
O projeto estava tramitando em regime de urgência na Casa. Se aprovado pelos senadores, vai a sanção presidencial e poderá virar lei doméstica no Brasil antes da COP22, a conferência do clima de Marrakesh, em novembro. Não há previsão de que haja dificuldades para aprovação na Câmara Alta.
O movimento dos parlamentares põe o Brasil mais próximo do grupo de países que querem ver o acordo do clima em vigor já no ano que vem, três anos antes do previsto. Nesse grupo estão a União Europeia (embora o calendário por lá deva sofrer atraso por conta da saída do Reino Unido do bloco), os Estados Unidos e a China, além de países africanos e nações vulneráveis da Ásia, da Oceania e do Caribe.
Para que entre em vigor, o acordo precisa ter pelo menos 55 ratificações, de países que somem 55% das emissões de gases de efeito estufa do mundo. Hoje 19 países ratificaram, que no entanto somam apenas 0,18% das emissões globais.
“Agora é questão de tempo até a ratificação final pelo Senado”, disse Carlos Rittl, secretário-executivo do Observatório do Clima. “O grande passo que vem a seguir precisará ser dado pelo governo – transformar a nossa economia no caminho da eliminação progressiva e cada vez mais rápida das emissões de gases de efeito estufa. E, para isso, não precisará fazer mais nada além de aproveitar o que o Brasil tem de oportunidades: zerar o desmatamento, restaurar florestas, tornar a agropecuária muito mais eficiente e usar mais o sol, o vento e a biomassa para gerar energia.”
Fonte: Observatório do Clima
(Deslocamento de nuvens globais foi estudado pela Universidade da Califórnia em San Diego - Nasa Goddard Space Flight Center)
RIO — As mudanças climáticas estão provocando um deslocamento das nuvens para os polos, expondo a zona tropical e subtropical do planeta à radiação solar e à desertificação. O alerta é de um estudo publicado ontem na revista “Nature” por pesquisadores da Universidade da Califórnia em San Diego, nos EUA.
O levantamento, realizado entre 1983 e 2009, traz novos esclarecimentos sobre o ainda pouco conhecido papel das nuvens no aquecimento global. Sabe-se que elas funcionam como um “agente duplo” — podem diminuir a temperatura do planeta, uma vez que bloqueiam a entrada da radiação solar, ou elevar os termômetros, porque impedem a emissão de gases de efeito estufa para a atmosfera. No entanto, fatores como a mudança da órbita de satélites e a degradação de sensores impediam um monitoramento constante da nebulosidade.
Autor chefe do estudo, o climatologista Joel Norris corrigiu as imprecisões dos dados obtidos ao longo de quase três décadas. As imagens coletadas com a Nasa mostram que, entre as regiões com maior perda de nuvens, as que mais sofrem com a desertificação são o Norte da África, o Sul dos EUA e o Centro da Austrália.
— O estudo é a primeira demonstração crível de que as mudanças das nuvens estão de acordo com os modelos climáticos. Uma pequena alteração na nebulosidade pode ter um grande impacto sobre a radiação na Terra — ressalta. — As áreas mais afetadas estão nas zonas tropical e subtropical. Quando há menos nuvens, ocorre um aumento da temperatura da superfície e da evaporação, agravando as secas.
Outro destaque do estudo é o aumento da altitude das nuvens nos polos. Quando são mais verticais, elas tendem a emitir menos radiação infravermelha para o espaço. O planeta, além disso, teria mais dificuldade em se livrar dos gases de efeito estufa. Estas nuvens também podem facilitar o desenvolvimento de tempestades severas.
EFEITO DOS VULCÕES
De acordo com Norris, a tendência é que o movimento das nuvens seja cada vez mais frequente, a menos que haja uma atividade vulcânica significativa. Dois exemplos são mencionados. Os vulcões de El Chichón, no México, em 1982, e do Monte Pinatubo, nas Filipinas, em 1991, resfriaram o planeta por até três anos.
Coautor do primeiro relatório do Painel Brasileiro de Mudanças Climáticas (PBMC), Alexandre Araújo Costa lembra que as partículas de sulfato emitidas nas erupções bloqueiam a radiação solar.
— Parte destas partículas são injetadas diretamente na estratosfera, onde mantêm residência por um grande tempo — explica Costa, professor da Universidade Estadual do Ceará. — As partículas, na maior parte das vezes, refletem a luz solar, por isso reduzem a quantidade de energia que chega à superfície. Então, as explosões vulcânicas levam a um resfriamento de até vários décimos de grau Celsius em todo o planeta, que perdura por meses até poucos anos.
A eficiência demonstrada pelas partículas de sulfato no bloqueio à radiação solar é tanta que há projetos de geoengenharia empenhados na construção de um escudo, que seria colocado na atmosfera, com este material.
As pesquisas sobre a nebulosidade, porém, estão longe do ponto final. Norris identificou mudanças nos padrões de nuvens, mas não mediu ou quantificou estas mudanças, seja globalmente ou em regiões específicas. Sem esses relatos, é difícil prever como as mudanças nos padrões de nuvem podem afetar a frequência de furacões no Oceano Atlântico, entre outros eventos climáticos. Alguns críticos também avaliam que o levantamento foi realizado em um período muito curto, e por isso não seria um instrumento tão confiável para diagnosticar a relação entre nebulosidade e o aquecimento global.
Outra deficiência seria a falta de estudos sobre um tipo de nuvem considerada fundamental para discutir o que ocorrerá com os termômetros nas próximas décadas: aquelas que estão mais baixas sobre oceanos nas zonas tropicais, e que podem se dissipar conforme a temperatura aumenta. A equipe de Norris agora pretende se debruçar sobre a distinção dos efeitos causados por gases-estufa e vulcões sobre o movimento das nuvens.
Andrea Santos, secretária-executiva do PBMC, assinala que o estudo trouxe resultados parecidos aos projetados por cientistas nas últimos anos, mas o aumento da temperatura global testará os fenômenos descritos por Norris.
— As nuvens refletem e absorvem calor, mas ainda não sabemos como será esta dinâmica em um planeta mais quente — avalia Andrea, que também é gerente de projetos do Fundo Verde da UFRJ. — Diversos componentes devem ser acompanhados, como as variações naturais da energia solar, a presença de gases de efeito estufa e os tipos de nuvens.
Fonte: O Globo