A reportagem da FOLHA conversou com Andréa Souza Santos, que foi consultora na Secretaria Executiva do Painel Brasileiro de Mudanças Climáticas, tendo sido contratada pelo Pnuma-Brasil (Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente) para o desenvolvimento de atividades gerenciais e de consultoria técnica do projeto. Ela atua como consultora sênior na área de meio ambiente, políticas sobre mudança do clima (vulnerabilidades, impactos, adaptação e resiliência de cidades) e sustentabilidade.
Atualmente é pesquisadora na Coppe/UFRJ (Instituto Alberto Luiz Coimbra de Pós-Graduação e Pesquisa de Engenharia da Universidade Federal do Rio de Janeiro), secretária executiva do Painel Brasileiro de Mudanças Climáticas e gerente do Escritório de Projetos do Fundo Verde da UFRJ. Segundo ela, todos terão de se adaptar a essas mudanças climáticas, já que os gases produzidos pela humanidade desde a revolução industrial ficam acumulados na atmosfera por até 300 anos.
A FAO, em colaboração com os parceiros, está a organizar um evento global que examina os benefícios do desenvolvimento da madeira sustentável. A conferência "Madeira sustentável para um mundo sustentável" (sw4sw), realizar-se-á na sede da fao em Roma, Itália, de 31 de outubro a 1 de novembro de 2017.
Agência FAPESP – Os estudos do Projeto Metrópole, com apoio da FAPESP, demonstram que a cidade de Santos, no Estado de São Paulo, já está exposta a tempestades, erosão e intrusão de água salgada, de acordo com a Assessoria de Comunicação do Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden).
Há uma tendência das alterações climáticas e a subida do nível do mar intensificarem esses riscos, conforme pesquisa coordenada pelo climatologista José Marengo, do Cemaden.
Esses impactos foram observados também em Broward, nos Estados Unidos, e Selsey, na Inglaterra. Iniciativa internacional com pesquisadores brasileiros, norte-americanos e ingleses vem desenvolvendo, desde 2013, estudos sobre adaptação às mudanças climáticas em áreas costeiras.
Os dados da pesquisa fazem projeções dos impactos associados à elevação da temperatura oceânica e chuvas extremas, além do aumento do nível do mar e aumento na frequência e na intensidade das tempestades. Esses fatores podem gerar deslizamentos de terra, enchentes urbanas e contaminação das águas subterrâneas. Na situação atual, as áreas suscetíveis à inundação já apresentam problemas de drenagem.
Na cidade de Santos, no litoral paulista, os estudos projetam que as mudanças climáticas provocarão a subida do nível do mar em pelo menos 18 centímetros até 2050, podendo chegar até 45 centímetros em 2100. Essa elevação do nível do mar poderá chegar a dois metros, durante a ocorrência de marés altas, tempestades e as ressacas.
“As adaptações serão necessárias, não há como escapar. E não estamos falando sobre mudanças do clima em um futuro distante – é preciso entrar em ação agora”, afirmou o pesquisador Marengo.
Quando o ator norte-americano Mark Ruffalo (que interpretou Hulk no cinema e foi três vezes indicado ao Oscar) publicou nas redes sociais uma foto segurando um cartaz com a hashtag #LeilaoFossilNao, a campanha começou a mobilizar internautas do mundo inteiro.
Ele foi seguido do casal de atores Maggie Gyllenhaal e Peter Sarsgaard, do Prêmio Nobel da Paz Adolfo Pérez Esquivel e de lideranças ambientais de todo o mundo. Mas o que é, afinal, esta campanha?
Causa ambiental é o motivo de manifestaçõesA hashtag não está escrita em português à toa: a campanha tem como objetivo exercer pressão contra uma medida do governo federal brasileiro.
Na próxima quarta-feira (27/9), a Agência Nacional de Petróleo e Gás (ANP) irá promover um leilão de campos de combustíveis fósseis brasileiros para investimento estrangeiro. Os ambientalistas garantem que a decisão é prejudicial ao país e ao meio-ambiente.
O leilão será a 14ª rodada de licitações para exploração convencional e não-convencional de petróleo e gás. Serão ofertados 287 blocos em bacias sedimentares terrestres e marítimas de 13 estados brasileiros.
Impacto do leilão de campos de combustíveis fósseisDe acordo com a ONG 350, promotora da campanha contra licitação da exploração de petróleo, as cessões colocarão em risco a biodiversidade e as populações nativas de mais de 120 mil km² do país.