Os cientistas estão cada vez mais certos de que o aquecimento global é causado pelo homem. Segundo informações divulgadas pela agência de notícias Reuters e reproduzidas pela imprensa internacional, o próximo relatório do Painel Intergovernamental sobre Mudança do Clima (IPCC) deverá aumentar de 90% para 95% o nível de certeza científica sobre a "culpa" do homem no processo.
As informações são de um rascunho do relatório, obtido pela Reuters. O documento final está previsto para ser divulgado no fim de setembro. Será a primeira parte do quinto grande relatório do IPCC. O último foi publicado em 2007.
"É extremamente provável que a influência humana sobre o clima tenha causado mais da metade do aumento observado da temperatura média da superfície global entre 1951 e 2010", diz o rascunho do relatório. "Há muita confiança de que isso aqueceu os oceanos, derreteu neve e gelo, aumentou o nível médio global do mar e alterou alguns extremos climáticos na segunda metade do século 20."
Uma das previsões mais preocupantes é de que o nível do mar poderá subir mais de 1 metro até o final deste século, caso as emissões de gases do efeito estufa continuem a crescer. Já a temperatura global poderá subir entre 1 °C e 5 °C, em comparação com a era pré-industrial.
Previsões desse tipo, com diferentes números, vêm sendo publicadas em vários trabalhos científicos ao longo dos últimos anos. O que os relatórios do IPCC fazem é justamente revisar e condensar essas informações para produzir uma previsão consolidada de referência. / NYT E REUTERS
A responsabilidade humana no aquecimento global não pode ser questionada, segundo o rascunho do último relatório do Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas da ONU (IPCC, na sigla em inglês), que vazou para a imprensa esta terça-feira (20).
‘É muito provável que a influência humana no clima seja responsável por mais da metade do aumento da temperatura da superfície terrestre entre 1951 e 2010′, destaca o IPCC no documento ao qual o jornal The New York Times teve acesso.
‘Há um alto grau de confiabilidade para dizer que isto (a influência humana) provocou o aquecimento das águas oceânicas, o derretimento da neve e o gelo, e a cheia dos oceanos’, destacou o IPCC, para o qual o nível das águas poderia aumentar 90 centímetros em 2100.
‘Os cientistas estão cada vez mais convencidos, como demonstra a evidência científica cada vez mais forte, de que somos os principais responsáveis, não só pelo aquecimento global, mas também por muitas consequências que já estamos vendo, como inundações maiores, incêndios florestais mais devastadores, derretimentos recorde dos gelos e ondas de calor mais frequentes e intensas’, disse à AFP o climatologista americano Michael Mann.
A linguagem adotada pelos especialistas do IPCC é mais forte do que o empregado no informe oficial da ONU, publicado em 2007.
O porta-voz do IPCC, Jonathan Lynn, afirmou em um comunicado que ‘o projeto de relatório provavelmente será modificado para levar em conta os comentários recebidos dos diferentes países nas últimas semanas’.
Ele acrescentou que, ‘antes de sua aprovação’, o relatório ’será discutido por representantes governamentais e científicos durante uma reunião de quatro dias no final de setembro’. ‘É prematuro tirar conclusões do projeto de relatório’, destacou.
Michael Mann, diretor do Centro de Ciências da Terra da Universidade da Pensilvânia, norte dos Estados Unidos, expressou a preocupação de que a versão final seja mais branda.
‘Os cientistas que participam na elaboração do relatório do IPCC poderiam temer ser muito brutais sobre o futuro impacto do aquecimento global, desatando ataques de céticos das mudanças climáticas’, acrescentou.
‘Acredito que estas pressões, junto com a resistência natural dos cientistas em chegar a conclusões taxativas demais, o relatório final do IPCC poderia minimizar o fator humano das mudanças climáticas’, advertiu o climatologista.
Mas Christopher Field, cientista do Instituto Carnegie para a Ciência, que participou da elaboração dos relatórios anteriores do IPCC, o painel considera todos os pontos de vista científicos plausíveis.
‘Acho que o IPCC tem a tradição de ser muito conservador porque tem a ambição de ser exato’, disse ao The New York Times. (Fonte: G1)
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Programação
Dia 09 de setembro
08:00h – Welcome coffee e registro
08:30h – Abertura
09:00h – Mesa redonda: Brazilian Earth System Model
12:00h – 14:00h – Almoço
12:00h – 14:00h – Pôsteres
14:00h – Apresentação do Primeiro Relatório de Avaliação Nacional do PBMC (Vols. 1, 2 e 3)
17:00h – Discussões e debates com imprensa e público
Dia 10 de setembro
09:00h – Rede Clima
12:00h – 14:00h – Almoço
12:00h – 14:00h – Pôsteres
14:00h – Rede Clima
18:00h – Coquetel de confraternização
Dia 11 de setembro
09:00h – INCT-MC
12:00h – 14:00h – Almoço
12:00h – 14:00h – Pôsteres
14:00h – INCT-MC
18:00h – Mesa redonda: Mudanças climáticas, extremos e desastres naturais
Dia 12 de setembro
09:00h – PFPMCG
12:00h – 14:00h – Almoço
12:00h – 14:00h – Pôsteres
14:00h – PFPMCG
18:00h – C,T&I em mudanças globais como apoio às políticas públicas
Dia 13 de setembro
09:00h – Conferência: A visão da produção do conhecimento: detecção, mitigação, impactos, vulnerabilidade, adaptação, inovação
12:00h – 14:00h – Almoço
12:00h – 14:00h – Pôsteres
14:00h – Mesa redonda: Relação ciência – planos setoriais; políticas públicas
18:00h – Fechamento
Da Reuters
Cientistas do clima estão cada vez mais seguros de que a atividade humana está causando o aquecimento global, segundo trechos de um importante relatório da ONU que será publicado em breve, mas estão achando mais difícil do que o esperado prever o impacto sobre determinadas regiões nas próximas décadas.
A incerteza é frustrante para estrategistas governamentais: o relatório do Painel Intergovernamental sobre Mudança Climática (IPCC) é o principal guia para os países determinarem transferências de vários bilhões de dólares para energia renovável e investimentos para regiões costeiras considerarem mais defesas marítimas ou para agricultores desenvolverem variedades resistentes ao calor.
Rascunhos vistos pela Reuters de um estudo feito por um painel de especialistas da ONU, que deve ser publicado no mês que vem, dizem que é ao menos 95% provável que a atividade humana --liderada pela queima de combustíveis fósseis-- seja a principal causa de aquecimento desde os anos 1950.
Isso é mais do que os 90% registrados no último relatório, em 2007, os 66% em 2001 e os 50% em 1995, reduzindo cada vez mais os argumentos de uma pequena minoria de cientistas que culpa as variações naturais do clima.
Isso muda o debate para a extensão dos aumentos de temperatura e para os prováveis impactos, dos quem podem ser gerenciados ao catastróficos. Os governos concordaram em trabalhar em um acordo internacional até o final de 2015 para controlar as emissões crescentes.
"Estamos um pouco mais certos de que a mudança climática... é largamente provocada pelo homem", disse Reto Knutti, professor no Instituto Federal Suíço de Tecnologia, em Zurique. "Temos menos certeza do que muitos esperariam sobre os impactos locais".
Também se mostra mais difícil medir como o aquecimento afetaria a natureza, de plantações a cardumes de peixes, já que vai muito além da física, segundo ele. "Não se pode escrever uma equação para uma árvore", disse.
O relatório do IPCC, o primeiro de três que serão lançados em 2013 e 2014, enfrentará intensa análise, principalmente depois que o painel admitiu um erro no estudo de 2007 que previu erroneamente que todas as geleiras do Himalaia poderiam derreter até 2035.
O novo estudo irá declarar com maior confiança do que o de 2007 que as crescentes emissões de gases do efeito estufa provocadas pelo homem já significam mais ondas de calor. Mas deve subestimar algumas descobertas de 2007, como a de que atividades humanas contribuíram para mais secas.
Quase 200 governos concordaram em tentar limitar o aquecimento global a 2 graus Celsius acima da época pré-industrial, visto como um limiar para mudanças perigosas, incluindo mais secas, extinções, enchentes e elevação do mar, que poderia inundar áreas costeiras e nações insulares.
O relatório vai levantar a bandeira sobre um alto risco de que as temperaturas globais aumentem neste século acima daquele nível, e dirá que provas do aumento dos níveis do mar agora são "inequívocas".
Foto: A imagem acima mostra instrumento da NOAA, do governo americano, em região congelada do Ártico, em 7 de junho. Na imagem debaixo, derretimento do gelo no mesmo local, em 25 de julho, formou um lago - NOAA/AP
Fonte: Portal G1 - Globo Natureza