O clima brasileiro será bem diferente até o fim deste século. As estimativas mais seguras do que pode acontecer foram apresentadas hoje pelo Painel Brasileiro de Mudanças Climáticas (PBMC). Durante meses, alguns dos maiores especialistas do país avaliaram todo o conhecimento científico disponível sobre o tema para produzir o consenso das previsões para as próximas décadas. O esforço, promovido pelos ministérios de Ciência e Tecnologia e do Meio Ambiente, mobilizou 345 cientistas de universidades e centros de pesquisa desde 2009.
As principais conclusões estão na ilustração acima.
Os números ainda não são precisos. No campo dos modelos que preveem as mudanças climáticas, avaliar o que pode acontecer com a chuva está entre as tarefas mais difíceis. Isso porque a formação de chuvas não responde de forma automática ao aumento de temperatura média. Mesmo assim, o relatório atual já tem mais precisão do que as avaliações anteriores. Consegue dar um cenário para a Amazônia. Ao contrário do que muita gente imagina, a região é bem diversa. Seus climas sofrem influências diferentes e também responderão de forma não homogênea. Os novos modelos de computador mostram que há boas chances de o norte da Amazônia (Roraima e norte do estado do Amazonas) ter reduções de chuvas. O leste (região do Pará e Maranhão) também. Já outras porções da Amazônia ainda não são bem compreendidas. Faltam medições locais e mais investimento em pesquisas para os cientistas conseguirem entender os padrões de chuvas nesses lugares.
Outro dos aspectos críticos das previsões são as mudanças nos regimes de chuva. E mudança no volume de água disponível em algumas bacias hidrográficas importantes do país. Os rios do leste da Amazônia e do Nordeste brasileiro pode ter redução de até 20% na vazão. A bacia do rio Tocantins pode perder 30% do volume. Já a bacia do Paraná e do Prata pode ganhar de 10% a 40% de volume de água.
“O principal objetivo desse painel é levantar toda a literatura existente sobre o tema e chegar aos consensos científicos”, afirma Eduardo Assad, da Embrapa, coordenador do relatório. O trabalho também revelou que há algumas lacunas de conhecimento. “Sabemos muito pouco sobre as mudanças nos oceanos e nas zonas costeiras”, diz. Isso implica descobrir com mais segurança como mudarão as áreas de produção pesqueira ao longo de nossa costa. Também avaliar os impactos do aquecimento e das mudanças de acidez da água. Na medida em que o mar absorve o excesso de gás carbônico que jogamos na atmosfera, a água fica mais ácida. Isso afeta várias formas de vida, como peixes, crustáceos e corais. Hoje, os brasileiros sabem muito pouco sobre as consequências dessas alterações em curso na biodiversidade de nosso litoral.
Outra lacuna perigosa no conhecimento científico sobre o aquecimento diz respeito aos eventos extremos. São fenômenos como as chuvas torrenciais de verão que batem recordes históricos, provocam grandes enchentes e desabamentos, com perdas materiais e de vidas. “Pesquisas mostram que essas chuvas já estão aumentando em frequência e intensidade por causa do aquecimento global”, diz Assad. É razoável supor que as consequências danosas também aumentam. Mas não há estudos precisos mostrando como as cidades podem ficar mais vulneráveis com esse novo regime de tempestades de verão, para quantificar os prejuízos possíveis e orientar mais ações de prevenção. “Por mais que possamos imaginar que mais chuvas e mais fortes trarão mais desastres, não podemos extrapolar. Precisamos manter o rigor científico”, afirma.
Segundo Assad, a cautela pode parecer excessiva mas se justifica diante da pressão que os pesquisadores sofrem quando falam de mudanças climáticas. Virou um assunto sensível para qualquer cientista. “Tem muita gente torcendo para que a gente publique algo errado para questionar a credibilidade dos estudos sobre clima”, afirma.
O PBMC dividiu seu trabalho em três etapas. O primeiro relatório do grupo, sobre as bases científicas do aquecimento, foi divulgado há algumas semanas, e apresentado em primeira mão aqui no Blog do Planeta. O segundo relatório, divulgado hoje pelo painel, é dedicado aos efeitos das mudanças climáticas no Brasil. O terceiro e último relatório da série, sobre possíveis ações de mitigação, sairá em novembro.
Fonte: Época Online
Agência FAPESP – The climate in Brazil in the next few decades should be hotter, with a gradual increase in the average temperature in all regions of the country, varying between 1 °C and 6 °C by 2100 compared with the temperatures at the end of the 20th century.
In the same period, rainfall should also decrease significantly in the majority of the central regions and the north and northeast. In contrast, there will be an increase in precipitation in the south and southeast.
These are the conclusions of the first National Assessment Report (RAN1) of the Brazilian Panel on Climate Change (PBMC), the executive summary of which was released on September 8, 2013, during the 1st National Conference on Global Climate Change (Conclima). Organized by FAPESP and sponsored by the Brazilian Research Network on Global Climate Change (Rede Clima) and the National Institute of Science and Technology for Climate Change (INCT-MC), the event ran through September 13, 2013, at Espaço Apas in São Paulo.
According to the assessment, Brazil needs to consider regional differences when developing adaptation and mitigation actions and agricultural, energy generation and water supply policies for these different regions because climate change and the impacts on populations and economic sectors will not be identical throughout the country.
Split into three parts, Report 1, which is in the final stages of preparation, presents the regionalized projections on climate change that are predicted to occur in the six different biomes of Brazil through 2100 and indicates the estimated impacts and possible ways to mitigate these impacts.
The projections were based on revisions of studies conducted in from 2003 to 2013 by 345 researchers from several areas, members of the PBMC and the scientific results of global and regional climate modeling.
“The Report is being prepared similarly to reports published by the Intergovernmental Panel on Climate Change [IPCC], which does not conduct research but rather evaluates published studies,” commented José Marengo, researcher at the National Institute for Space Research (INPE) and coordinator of the event.
“After much work and interaction, we arrived at the main results of the three work groups [i.e., Scientific Basis of Climate Change; Impact, Vulnerability and Adaptation; Mitigation of Climate Change],” he stressed.
Main conclusions
One of the report’s conclusions is that extreme dry periods and prolonged droughts, particularly in the Amazonia, Cerrado and Caatinga biomes, are likely to increase, and these changes will likely be accentuated beginning in the second half and the end of the 21st century.
The temperature in the Amazon should increase progressively by 1 °C to 1.5 °C through 2040 (with a 25% to 30% reduction in the volume of rainfall), to between 3 °C and 3.5 °C in the 2041 to 2070 period (with a 40% to 45% reduction in the occurrence of rain), and to between 5 °C to 6 °C from 2071 to 2100.
Although modifications in the climate related to global changes could compromise the biome in the long term, according to the report’s authors, the current question of deforestation as a result of intensive land use represents a more immediate threat to the Amazon.
The researchers stressed that the observational and numerical modeling studies suggest that if deforestation reaches 40% of the region in the future, there will be drastic changes in the cyclical hydrological pattern, with a 40% decrease in rainfall from July through November, which would prolong the duration of the dry season and cause a superficial warming of the biome by up to 4 °C.
In this manner, the regional changes resulting from deforestation coupled with global changes would create the conditions necessary for the savannization of Amazonia – a problem that will tend to be more critical in the eastern region, stressed the researchers.
“The projections will allow for a better analysis of the problem of savannization in Amazonia, which, as some studies have indicted, we realize might occur in certain areas of the forest and not the biome as a whole,” underscored Tércio Ambrizzi, one of the authors and coordinators of the executive summary of the work group on the scientific basis for climate change.
The temperature in the Caatinga should also increase between 0.5 °C and 1 °C, and rainfall in the biome will decrease between 10% and 20% through 2040. From 2041 to 2070, the region’s climate will be between 1.5 °C to 2.5 °C hotter, and the standard rainfall will decrease by 25% to 35%. By the end of the century, the biome’s temperature will have increased progressively by 3.5°C and 4.5 °C, and the occurrence of rainfall will have diminished by 40% to 50%. These changes could trigger the desertification of the biome.
In the Cerrado, the temperature should increase by 5 °C to 5.5 °C, with rainfall declining between 35% and 45% in the biome by 2100. The Pantanal wetlands should experience temperature increases of 3.5 °C to 4.5 °C by the end of the century, with an accentuated decrease in rainfall of 35% to 45%.
Because the Atlantic Rainforest spans areas from the south to southeast and even the northeast, the projections indicate two distinct regimes of climate change.
The southeast portion should experience a relatively small temperature increase, of between 0.5 °C and 1 °C, and a drop in rainfall levels of approximately 10% through 2040. Between 2041 and 2070, the region should warm up by 2 °C to 3 °C, with a 20% to 25% decrease in the pluviometric index. Intense warming will occur by the end of the century (2071 – 2100), with a 3 °C to 4 °C increase in temperature and a 30% to 35% reduction in rainfall.
In the south and southeast regions of the Atlantic Rainforest, the projections indicate a relatively low temperature increase of between 0.5 °C to 1 °C through 2040, with a 5% to 10% rise in rainfall. From 2041 to 2070, a gradual increase of 1.5 °C to 2 °C in the temperature should continue, and rainfall should increase by 15% to 20%.
These trends should be more enhanced at the end of the century, when the climate will be between 2.5 °C and 3 °C hotter and 25% to 30% wetter.
Lastly, for the Pampa biome, the projections indicted that the climate in the region will be between 5% and 10% wetter and 1 °C hotter by 2040. From 2041 to 2070, the biome’s temperature will rise by 1 °C to 1.5 °C, and rainfall will be 15% to 20% heavier. The region’s climate projections for the 2071-2100 period are more severe, with the temperature climbing 2.5 °C to 3 °C and the occurrence of rainfall at 35% to 40% above normal.
“In general, the models predict a tendency toward an increase in temperature and a reduction in rainfall in the north and northeast regions of Brazil over this century,” sums up Ambrizzi.
“Conversely, this trend is inverted in the most southern regions: there is a trend toward increases in both temperature – albeit not intense – and precipitation,” he explained.
Impacts, adaptation and mitigation
The changes in rainfall standards in the different regions of the country caused by climate change should have direct impacts on agriculture and the generation and distribution of energy and hydric resources in these regions because water should become more scarce in the north and northeast and more abundant in the south and southeast, warned the researchers.
This is why the country will need to develop specific adaptation and mitigation actions and revisit investment decisions, such as the construction of hydroelectric plants in the eastern region of Amazonia, a region where the river flow may be reduced by up to 20%, stress the researchers.
Mercedes Bustamante, professor at Universidade de Brasília (UnB) and one of the coordinators of Work Group 3 on Mitigation of Climate Change, presented a synthesis of the studies and research on the topic, identifying gaps in the knowledge and the future directions under the scenario of global warming.
Bustamante noted that the reduction in deforestation rates during 2005 and 2010 – from the equivalent of 2.03 billion tons of CO2 to the equivalent of 1.25 billion tons of CO2 – has had positive effects on the greenhouse gas emissions due to land use.
“The emissions from energy generation and agriculture, however, have increased in absolute and relative terms, indicating a change in the profile of Brazilian emissions,” she added.
If the current policies remain in place, the forecast is for energy and transportation emissions to increase by 97% by the year 2030. Increases in energy efficiency, advances in technological innovations and more incentive-based policies are recommended to revert this scenario.
*Claudia Izique and Noêmia Lopes contributed to this article.
Fonte: Agência FAPESP
Produtora: Gina Silveira
Para matéria completa acesse: EBC Rádios
Por Daniela Chiaretti | Valor
SÃO PAULO - A mudança do clima pode transformar o semiárido nordestino em região árida nas próximas décadas. As regiões costeiras serão impactadas pelo aumento do nível do mar – os riscos são de prejuízos estruturais a cidades litorâneas incluindo portos e obras de saneamento. Existe a chance de a água salgada invadir os aquíferos. O Brasil pode reduzir seu potencial de pesca em 6% nos próximos 40 anos e perder 11 milhões de hectares de terra adequadas à agricultura até 2030, o que colocaria em risco a produção de alimentos no Brasil. O aquecimento global pode aumentar a desigualdade entre ricos e pobres no Brasil.
Estas são as principais mensagens do estudo sobre “Impactos, Vulnerabilidades e Adaptação” à mudança do clima produzido pelo Painel Brasileiro de Mudanças Climáticas (PBMC) e divulgado nesta sexta-feira, 25, no Rio de Janeiro.
O Painel, que reúne quase 350 cientistas brasileiros, foi criado em 2009 para produzir informações científicas sobre a mudança do clima no Brasil. É ligado aos ministérios da Ciência e Tecnologia e do Meio Ambiente e funciona inspirado no IPCC, a sigla em inglês para Painel Intergovernamental sobre Mudança Climática, o braço científico das Nações Unidas.
“O que me chama mais a atenção neste relatório é algo não tão explícito”, diz Suzana Kahn Ribeiro, presidente do PMBC. “Com a mudança do clima, a tendência no Brasil, que já é um país desigual, é de se acentuar muito a desigualdade entre pobres e ricos.”
No estudo, os cientistas recomendam que os políticos não percam tempo e comecem a planejar já como o país deve se adaptar aos impactos da mudança do clima.
Há três anos, 345 pesquisadores de diferentes áreas e estados brasileiros vêm trabalhando no primeiro diagnóstico sobre o tema no Brasil, o Relatório de Avaliação Nacional (RAN1). O relatório foi dividido em três volumes, produzidos por três grupos diferentes de pesquisadores.
O GT1 agrupou as conclusões de estudos feitos entre 2007 e o começo de 2013 sobre a ciência do clima e as divulgou em setembro. Hoje foi lançado o sumário executivo do GT2, sobre os impactos e as vulnerabilidades do Brasil; em novembro será lançado o terceiro volume, sobre estratégias de redução de emissões de gases estufa.
NE em perigo
O estudo divulgado nesta sexta volta a apontar o Nordeste como a região do Brasil que mais deve sofrer, podendo ter forte redução nas áreas cultivadas de milho, arroz, feijão, algodão e girassol, com perda significativa da produção.
“Duas regiões poderão ser mais atingidas: toda a área correspondente ao agreste nordestino, hoje responsável pela maior parte da produção regional de milho, e a região dos cerrados nordestinos, como sul do Maranhão, sul do Piauí e oeste da Bahia”, avisa o estudo.
“No Nordeste, a população carente sofrerá ainda mais com a seca. Não só não resolvemos o passivo histórico naquela região como as coisas irão se agravar ainda mais”, diz Suzana Kahn. “A tendência é de aumentar a migração para áreas urbanas, que não têm como suportar mais demandas, e o campo se esvaziando.”
Agropecuária ameaçada
O aquecimento global, diz o relatório, pode colocar em risco a produção de alimentos brasileira como um todo, caso nenhuma medida mitigadora e de adaptação seja feita.
Além dos cenários agrícolas apontarem para uma redução de área cultivável, os efeitos negativos sobre a oferta de commodities devem resultar em elevação dos preços de arroz, feijão e carne. “No setor agropecuário, as consequências do aquecimento global serão inúmeras”, diz o estudo.
Os pesquisadores aconselham que o setor agropecuário aumente sua produtividade, sem desmatar mais, mas “reabilitando milhões de hectares de terras degradadas e adaptando-se às mudanças climáticas”.
Também sugerem a descentralização da produção, o melhoramento genético de variedades tolerantes à seca, a ampliação do acesso à tecnologia de irrigação eficiente e o plantio direto, entre outras práticas.
Há uma boa notícia nas projeções do estudo, no entanto: com o aumento da temperatura, o risco de geadas no Sul, Sudeste e Sudoeste será menor.
Risco à biodiversidade
Todos os biomas brasileiros – Mata Atlântica, Cerrado, Caatinga, Pantanal, Pampas e Amazônia – são vulneráveis à mudança do clima. A mudança do uso da terra em larga escala pode alterar o clima regional, que será mais quente e mais seco sobre a região leste da Amazônia. Na região, diz o estudo, “a demanda de expansão de infraestrutura não pode correr o risco de ser desordenada”.
“Há o enorme risco da perda de biodiversidade. Estaremos perdendo algo que nem sabemos que temos. Nem sabemos o que estamos perdendo”, diz a pesquisadora.
Potencial hidrelétrico
O regime hidrológico também será alterado, e de forma diversa, sobre o território brasileiro. Ocorrerá um aumento de chuvas no Sudeste. Os riscos de desastres naturais, como enchentes e secas, devem ser observados de modo a identificar as populações que estão vivendo em risco. É preciso integrar tudo isso com sistemas de alerta precoce e planos de ação locais.
“Se ocorrerão mudanças nas vazões dos rios, como o estudo aponta, isso vai significar menor potencial hidrelétrico para ser aproveitado e é uma informação muito importante para o planejamento do setor elétrico”, diz Suzana Kahn. O setor energético pode ser afetado, segundo o relatório, tanto nos recursos energéticos como nos transportes e consumo de energia. “Em termos de oferta de energia, praticamente todas as opções estão expostas a algum grau de vulnerabilidade”, diz o relatório.
O estudo diz que “é preciso investir em um monitoramento ambiental sistemático e de longo prazo, no ordenamento territorial e no gerenciamento costeiro”. Recomenda que se estudem medidas de adaptação ao recuo das linhas de praia.
Os estudos que o relatório agrupa indicam erosão de áreas costeiras, com danos a obras de proteção.
Metrópoles em risco
As cidades, onde vive a maior parte da população brasileira, enfrentam impactos já significativos da mudança do clima. “Aumentar a resiliência das cidades envolve abordar redução da base de pobreza”, diz o estudo.
Quase todo o Nordeste, o noroeste de Minas Gerais e as regiões metropolitanas de São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Salvador, Brasília e Manaus são as áreas mais suscetíveis aos impactos da mudança do clima até o fim deste século.
Segundo o estudo, nos próximos 30 anos, a cidade do Rio de Janeiro é a que mais sofreria no Estado, com o aumento do nível do mar, chuvas mais fortes, inundações e doenças induzidas pelo fenômeno. “Se haverá um aumento de chuvas no Sudeste e um aumento no nível do mar, é preciso planejar a adaptação das cidades costeiras”, diz Suzana Kahn.
Mapear riscos
O diagnóstico também fala sobre os impactos na atividade industrial. “O custo da inação pode impactar os diversos segmentos da indústria brasileira, podendo ser mais alto que o custo de se implementarem medidas adaptativas às mudanças climáticas”, indica o trabalho.
A sugestão é que as áreas de risco sejam mapeadas em detalhes. No setor de transportes, que deve sofrer impactos na mobilidade urbana, é preciso tanto ter ações de redução na emissão de gases-estufa como investir na melhoria da infraestrutura e na diversificação da matriz. É preciso tanto realocar estradas e vias como adequar pontes e pavimentos de forma a suportar as condições meteorológicas.
Secas e inundações, ondas de frio e de calor e temporais já são mais frequentes, trazem risco à segurança e são vetores de doenças. O estudo aponta para que se construa um sistema nacional de registro de ocorrência de desastres, para que um arquivo histórico indique, também, as atitudes que devem ser tomadas em um evento extremo, o que aconteceu com as populações, qual a efetividade da ação do poder público.
A importância do PMBC é a de que os estudos do IPCC, da ONU, não tinham quase dados sobre o hemisfério Sul, diz Suzana Kahn.
Ela lembra também que o painel da ONU trabalha com médias. “É difícil para o tomador de decisão traduzir as médias em ações no seu país”, diz ela. Por isso foi criado o painel brasileiro, para “aproximar os dados da realidade do tomador de decisão”, diz.
(Daniela Chiaretti | Valor)