Mudanças climáticas no Rio e no mundo: a urgência de novos padrões

O Rio de Janeiro vive dias cada vez mais quentes e assiste a tempestades cada vez mais intensas e frequentes, com ventanias que têm chegado perto da escala de furacão. Nos municípios litorâneos próximos, que compartilham do mesmo clima, a situação não é muito diferente. As cidades menos populosas, distantes da região metropolitana, também vivem os efeitos do aquecimento global, com eventos climáticos cada vez mais extremos, embora possam não ter se transformado em ilhas de calor – locais cuja temperatura sofre elevação anômala em função da grande concentração de asfalto e concreto e dos elevados índices de poluição atmosférica e desmatamento.

Na região Sudeste do Brasil, vários fatores relacionados às mudanças climáticas têm contribuído para o aumento das atividades ciclônicas (relativas ao encontro entre as massas de ar quente e fria) e das chuvas. Em Ilha Bela, no litoral norte de São Paulo, onde, recentemente, uma tormenta lançou ao mar várias pessoas que passeavam de barco, o pescador Matias Gomes contou à imprensa que, em quase 30 anos de experiência, nunca havia visto um vento sudoeste com tamanha força no mar.

Apesar do aumento da intensidade e da frequência dos eventos climáticos extremos, o Brasil voltou a aumentar sua emissão de gases de efeito estufa, graças, principalmente, ao contínuo crescimento das cidades em padrões não sustentáveis e à ampliação do desmatamento da Floresta Amazônica, que remove dióxido de carbono (CO₂) da atmosfera em altas taxas, por meio da fotossíntese.

Satélites internacionais de monitoramento da Amazônia registraram, no fim de 2018, um aumento de quase 14% do desmatamento da floresta em relação ao ano anterior. Alegando preocupação com esse quadro, mais de 600 cientistas europeus assinaram um manifesto, publicado na revista Science de abril, pedindo para que a União Europeia condicione a compra de insumos brasileiros ao cumprimento de compromissos ambientais.

No caminho oposto do Brasil, que tem aumentado sua emissão de gases de efeito estufa, o Parlamento Britânico declarou estado de emergência climática, com vistas a zerar a emissão de carbono, na Grã-Bretanha, até 2050. Segundo estimativas do Comitê de Mudanças Climáticas do país, o custo para atingir as metas é de 1% a 2% do PIB ao ano. Consideram, contudo, que, se nada fizerem, o preço será muito maior.

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