O novo chanceler brasileiro tem declarado seu apoio ao agronegócio, que segue, em sua quase totalidade, modelo de exportação de produtos primários sem agregação de valor. Apesar de integrar um governo que é simpático a certa forma de “nacionalismo”, negligencia a possibilidade de um modelo tropical e sustentável de bioindustrialização, esse sim, eminentemente nacional.
A reprimarização da economia nacional, cada vez mais pautada na exportação de commodities agrícolas e minerais, está associada à gradual desindustrialização do Brasil. O momento é de mudar esse curso e, como não existe um modelo de desenvolvimento tropical a ser copiado, teremos que criar o nosso próprio. Há pouco mais de uma década, o embaixador Ricupero argumentava que o Brasil deveria buscar tornar-se uma potência ambiental por conta de suas características tropicais de abundância de água, sol e clima favorável. Somando a isso a rica biodiversidade nacional, temos o substrato para o que chamamos de “bioindustrialização sustentável”.
Ciência, inovação e empreendedorismo serão palavras-chaves nesse processo, como bem indicam dois exemplos: 1) as espécies exóticas eucalipto e pinus ocupam 98% das plantações de uso econômico no Brasil, apesar de o país contar com 16 mil espécies arbóreas nativas conhecidas em seu território; 2) mais de 400 espécies nativas brasileiras são hoje utilizadas em sistemas agroflorestais, mas na mesa do brasileiro ainda predomina no máximo uma dezena de espécies, em geral exóticas, e com cultivo baseado em agrotóxicos. Além disso, nesse que é o século do conhecimento, uma maior compreensão de nossa biodiversidade tem valor incalculável. A Quarta Revolução Industrial em curso, em velocidade sem precedentes, integra as tecnologias digitais, biológicas e físicas, no rol das biotecnologias, nanotecnologias e automação, e deverá ser elemento central para a obtenção de valor social e econômico para um novo modelo de uso sustentável da biodiversidade tropical. O desenvolvimento da produção rural e florestal brasileira deveria protagonizar e se beneficiar da emergência das tecnologias dessa nova revolução industrial e ingressar na era da bioindustrialização sustentável.
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Como se não bastasse o PL do Veneno pra nos assombrar – ele ainda tramita no Congresso e aguarda data para votação no Plenário -, ainda há outros que também visam apenas interesses de deputados ruralistas (sempre eles!!) e empresários inescrupulosos, em detrimento dos brasileiros e da natureza. Um deles é o PL 6268/2016 – projeto de lei de autoria do deputado Valdir Colatto (MDB-SC) -, que propõe alterações na Política Nacional de Fauna. O texto, na íntegra, está neste link.
Entre as propostas deste senhor, estão: permitir o abate de animais silvestres em todo território nacional, inclusive em Unidades de Conservação (UCs) e a criação de campos de caça esportiva e comercial (!!), o que pode provocar a extinção de espécies, como já aconteceu em países da África e da América do Norte. Mas ele não para por aí: ao mesmo tempo que quer proibir o porte de armas por fiscais ambientais, propõe flexibilizar sua posse por proprietários de áreas rurais.
Em resumo, esse PL não só representa riscos inimagináveis ao meio ambiente como também às pessoas e deve ser combatido de forma veemente. E é isso que vêm fazendo organizações, pesquisadores, deputados defensores dos animais e outros representantes da sociedade civil.
Na semana passada, 3/7, em encontro realizado pela Comissão de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável da Câmara dos Deputados (Cmads) – sim, a mesma que aprovou, a portas fechadas (sem ouvir a sociedade e instituições científicas) -, representantes do WWF-Brasil (ONG que acompanhou tudo e publicou os detalhes em seu site), do Ibama, ICMBio, de universidades, além de deputados contrários ao projeto, debateram-no com o autor e seus defensores.
Lá, Rafael Giovanelli, advogado do WWF-Brasil, resumiu bem porque esse PL não pode ser aprovado: “Há uma série de critérios para se saber se um projeto pode se tornar uma boa lei. Um deles é a representatividade. Outro é a constitucionalidade. Esse projeto não representa o desejo da população, que já se manifestou, inclusive em pesquisa realizada pelo Ministério do Meio Ambiente (MMA), amplamente contrária à caça. Tampouco está de acordo com a Constituição Federal, que, em seu Artigo 225, estabelece que incumbe ao poder público proteger a fauna e a flora, vedadas, na forma da lei, as práticas que coloquem em risco sua função ecológica, provoquem a extinção de espécies ou submetam os animais a crueldade”.
Mas o autor do projeto deixou claro, durante a sessão, que não se importa em ouvir a sociedade, ressaltando que a bancada ruralista é maioria na Comissão e o PL vai ser aprovado. É assim que esses deputados seguem propondo e aprovando leis no país: sem ouvir a sociedade que os elegeu.
As argumentações são muito variadas, mas não faltam provas de que o PL é um absurdo. E muita gente interessante e bem preparada contra.
O pesquisador Rômulo Ribon, da Universidade Federal de Viçosa, por exemplo, defendeu o PL por considerar que a proibição da caça impede que proprietários tenham mais alternativas econômicas, além de destruir oportunidades de emprego, prejudicando a economia. Mas falou sem usar nenhum estudo científico como base. Por outro lado, com base em pesquisas, Michel Santos, coordenador de Políticas Públicas do WWF, rebateu essa ideia dizendo que existem muitas alternativas econômicas sustentáveis e que não é preciso caçar animas silvestres. Basta promover turismo de observação. Pois é… só não vê quem não quer.
Rogério Cunha de Paula, coordenador de Programas do ICMBio, complementou esse raciocínio ao salientar que a caça não ajuda a diminuir a pobreza, como provam as comunidades pobres da África, “porque o dinheiro nunca chega a elas”. E ainda lembrou que, em geral, o caçador mata o animal que está disponível e não aquele que está autorizado. “Nas reservas de caça na África, as pessoas vão para caçar elefantes e caçam rinocerontes”.
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Mais quente, mais seco e menos previsível. Assim são as metrópoles brasileiras se comparadas com o seu clima original - mas não é só aqui que isto acontece. É regra entre as maiores concentrações urbanas do mundo: todas as grandes cidades têm seu clima desregulado. Isto é resultado, sobretudo, da substituição de vegetação nativa por concreto e asfalto.
Não importa em qual região do Brasil você viva, se você mora em algum aglomerado urbano está passando mais calor do que deveria. As metrópoles brasileiras estão todas entre 4 e 5 graus Celsius acima da temperatura natural de seu bioma, informa Andrea Souza Santos, pesquisadora pelo COPPE/UFRJ e Secretária Executiva do Painel Brasileiro de Mudanças Climáticas.
O principal vilão do aquecimento urbano já está identificado: é o concreto. “O cimento [base do concreto] é um problema desde sua produção, que emite muitos gases que aumentam o efeito estufa. Pela sua composição, é também um material que absorve bastante o calor e mantém o microclima mais quente”, explica Andrea Santos.
Além do concreto, o asfalto e o alto consumo de energia também estão na lista negra do impacto climático das grandes cidades. O consumo de energia, sobretudo quando utilizada no transporte urbano, produz muito calor com a emissão de gases na atmosfera.
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Muita gente tem sofrido um bocado ao colocar a cara na rua por causa do calor.
Oficialmente, a estação começou em 21 de dezembro, às 20h23, no horário brasileiro de verão. E, de acordo com informações do Climatempo, o calor vai ser de rachar especificamente em um mês: fevereiro. E o culpado é o fenômeno El Niño.
Sim, prepare a sombrinha (tal qual nossas avós usam) e se hidrate bastante: o "segundo sol", que a cantora Cássia Eller tanto anunciava, aparentemente está chegando.
A previsão é que o verão 2019 se resuma a duas palavrinhas: calor e chuva. Até aí, boa parte dos brasileiros já está acostumada, certo?
Acontece que, de acordo com a meteorologista Josélia Pegorim, do Climatempo, em fevereiro o cenário vai mudar. É que os efeitos do El Niño serão sentidos de forma mais intensa em todo o país nesse mês.
"O maior impacto do El Niño no verão 2019 será durante o mês de fevereiro, que terá aumento do calor e redução da chuva. Em março a chuva retorna, mas ainda com influência do El Niño", explica a especialista.
Isso quer dizer que, além de a temperatura aumentar, ficaremos sem aquela chuvinha de final de tarde para refrescar.
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