Céticos do clima devem pedido de desculpas a quem acreditou neles

O assunto da mudança climática (aquecimento global) e sua conexão com o desmatamento da Amazônia me encontrou ali por 1988. O ano em que as queimadas se tornaram questão mundial e em que Chico Mendes foi assassinado.

Não parei mais de escrever sobre isso.

Às vezes dá vontade de parar. Ninguém está escutando, ou só os suspeitos de sempre. Seria fácil recorrer à autocongratulação: “Está vendo agora? Não foi por falta de aviso”.

Levaria a nada, de novo. As pessoas, ainda a maior parte delas, não querem ou não conseguem ouvir. Parece mais produtivo investigar por quê.

O escritor Nathaniel Rich, em longo artigo para a revista do jornal The New York Times, pôs a culpa na natureza humana.

Outros diriam, como virou moda fazer: assim funciona o cérebro humano, como revela o evangelho da neurociência. Ele privilegia a satisfação imediata de necessidades e desconta em demasia benefícios futuros provenientes de renúncias no presente.

Aquele experimento das crianças a escolher entre um marshmellow agora ou dois daqui a pouco, blá-blá-blá.

É tentador afirmar que o cérebro humano também adora explicações simples (em geral erradas) para problemas complexos. Após 18 meses dedicados a investigar a inação mundial diante do aquecimento, Rich concluiu que, contra todas as evidências científicas, optamos pelo autoengano.

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