PBMC divulgará informações sobre bases científicas das mudanças climáticas durante a Rio+20

 

destaque-2012-03-14-smallO Volume 1 do Primeiro Relatório de Avaliação Nacional (RAN1), produzido por especialistas do Painel Brasileiro de Mudanças Climáticas (PBMC), será lançado em junho deste ano, durante a Rio+20 - Conferência das Nações Unidas sobre o Desenvolvimento Sustentável.

As principais contribuições deste volume, intitulado Bases Científicas das Mudanças Climáticas, envolvem a avaliação dos aspectos científicos do sistema climático e de suas mudanças. Os levantamentos das informações resultam de uma extensa pesquisa bibliográfica, buscando registrar e discutir os principais trabalhos científicos publicados após 2007, com destaque para aqueles relacionados mais diretamente às mudanças climáticas na América do Sul e no Brasil, cukpresc dados abarcam diferentes biomas brasileiros e o Atlântico Sul. Procurou-se também evidenciar as implicações para o Brasil dos principais pontos indicados no Quarto Relatório de Avaliação do Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas (IPCC-AR4).

Um aspecto importante abordado é a identificação das evidências observacionais do clima do passado que contribuem para o entendimento das variabilidades climáticas observadas no presente. Além disso, são apresentadas as previsões de cenários futuros das mudanças no clima do Brasil e do continente sul americano. Dentre os vários resultados e informações disponibilizados neste volume, ressalta-se que as projeções mais preocupantes para o final do século são para os biomas Amazônia e Caatinga, cujas tendências de aquecimento na temperatura do ar e de diminuição nos padrões regionais de chuva são maiores do que a variação média global. Para o Brasil são esperadas mudanças profundas e variáveis no clima que poderão afetar os ecossistemas aquáticos e terrestres, conforme a região do país.

Por meio deste trabalho, foi possível concluir também que apesar de ter ocorrido melhorias significativas na ciência do sistema terrestre aliado ao importante avanço tecnológico em simulação computacional, as projeções climáticas e ambientais geradas pela modelagem climática trazem diversos níveis de incertezas, conforme apresentado no documento, e só podem ser reduzidas com avanços no conhecimento do sistema climático. Além disso, foi identificada uma grande escassez de dados de estação sobre vastas áreas tropicais como a Amazônia e o centro-oeste e leste do Brasil, o que limitou o estabelecimento de conclusões acuradas para estas regiões usando dados de estação. Devido à falta de informações espaciais compatíveis com as escalas dos biomas brasileiros, as análises feitas foram concentradas em regiões de cada bioma onde informações encontram-se disponíveis.

O trabalho possibilitará a identificação de lacunas nas áreas do conhecimento e poderá sinalizar as áreas prioritárias para o investimento em pesquisa e desenvolvimento no país.

Por Danielly Godiva – Assessora Técnica - GT1; Andrea Santos – Secretária Executiva

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