O aquecimento global já é realidade. E agora?

Este verão de fogo e suor no hemisfério norte é bem parecido com o futuro a respeito do qual os cientistas vêm alertando na era da mudança climática, revelando em tempo real o quão despreparada boa parte do mundo está para a vida num planeta mais quente.

As perturbações do cotidiano são amplas e devastadoras. Na Califórnia, os bombeiros correm para controlar aquele que já se tornou o maior incêndio da história do estado. A colheita de cereais básicos como trigo e milho deve apresentar queda (em alguns casos acentuada) este ano, em países tão diferentes quanto Suécia e El Salvador. Na Europa, usinas nucleares tiveram de fechar porque a água dos rios que resfria os reatores estava quente demais. Ondas de calor praticamente paralisaram a rede elétrica de quatro continentes.

E, no Japão, dúzias de mortes ligadas ao calor deste verão serviram de amostra do que os pesquisadores querem dizer quando preveem uma alta na mortalidade decorrente do calor extremo. Um estudo divulgado no mês passado na revista PLOS Medicine projetou um aumento de 500% para os Estados Unidos já em 2080. As perspectivas de países mais pobres são piores; para as Filipinas, a previsão é de um aumento de 1.200% na mortalidade.

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