Rio terá primeira "Bolsa verde" do país

logo-PBMCO Rio de Janeiro terá a primeira "Bolsa verde" do Brasil. O projeto inédito pretende desenvolver um mercado de ativos ambientais para promover a economia verde fluminense. Será o primeiro mercado de carbono do país, mas o leque de commodities negociadas será mais amplo: terá efluentes industriais, reposição florestal e até lixo. A previsão é que comece a operar em abril de 2012, às vésperas da Rio+20, a conferência sobre desenvolvimento sustentável da Organização das Nações Unidas (ONU).

A reportagem é de Daniela Chiaretti e publicada pelo jornal Valor, 19-12-2011.

O primeiro passo nessa direção é o acordo de cooperação que será firmado amanhã entre a Secretaria de Estado do Ambiente, a Fazenda municipal e uma associação civil sem fins lucrativos, a BVRio. "A Bolsa é um ambiente de negociação, onde quem precisa de determinados ativos compra de quem tem", explica Suzana Kahn, subsecretária de Economia Verde da Secretaria Estadual de Meio Ambiente do Rio. Entre esses ativos, o carbono é o mais importante.

O mercado mais forte de créditos de carbono no mundo é o europeu. Movimentou mais de € 100 bilhões em 2010. A base é o estabelecimento de um teto de emissões de gases-estufa (conhecido em inglês por "cap") e a comercialização de licenças para emitir ("trade"). Algumas vezes tais licenças são doadas pelos governos às empresas; outras, são vendidas.

A empresa que emite mais do que seu teto tem débito e compra créditos da outra, que emitiu menos - sistema de compensação e comércio conhecido por "cap & trade". "Queremos estimular a melhor eficiência e incentivar quem consegue reduzir emissões a custo menor", diz Suzana. No futuro, a Bolsa deverá abranger também energia renovável e biomassa.

O mesmo raciocínio se aplica aos efluentes industriais na Baía da Guanabara ou para créditos de logística reversa e reciclagem. No último caso, a lei determina que os produtos ou suas embalagens voltem às indústrias depois do consumo. A lógica aqui é permitir que empresas ou cooperativas que realizarem atividades de logística reversa vendam seus créditos a quem precise. "O crédito atesta que alguém reciclou uma tonelada de aço", ilustra Pedro Moura Costa, presidente-executivo da BVRio.

"Uma empresa precisa reciclar aço, mas pode comprar os créditos de alguém que fez o trabalho para ela", explicaMoura Costa. "Você delega o que tem que fazer a empresas especializadas, que podem realizar o trabalho a um custo menor do que você faria e de um modo melhor."

A BVRio é uma associação civil sem fins lucrativos, que quer desenvolver os tais ativos ambientais. Os associados da BVRio são representantes de empresas, tanto de indústrias como de outros setores (inclusive bancos) ONGs e cientistas ou pessoas envolvidas com finanças ambientais. Terá câmaras temáticas para discutir como esse espaço de negociação "pode nos ajudar a migrar para a economia verde", diz Suzana.

Outro setor de transação na Bolsa verde será voltado aos proprietários rurais que tiverem uma área de florestas maior do que a exigida por lei (a chamada reserva legal). Eles poderão vender seus certificados para outros proprietários, que precisarem recuperar áreas. É um esquema similar aos créditos de reposição de retirada de vegetação. Nesse tópico, quem usa madeira retirada de florestas nativas tem obrigação de repor o que tirou. Empresas que fizerem plantio de modo voluntário poderão vender créditos às que têm a obrigação de repor a mata.

"O governo tem que criar a demanda para cada uma dessas commodities", explica Moura Costa. "Estamos trabalhando para que o Estado tenha metas de redução", diz Suzana, referindo-se aos gases-estufa. Ela adianta que há contatos com siderúrgicas, empresas de petróleo e gás, cimento, para identificar o custo de cortar emissões. "Ao mesmo tempo, queremos criar um mecanismo de mercado para que possam cumprir suas metas", explica a subsecretária. "De um lado estaremos apertando, mas de outro, criando condições para que a economia verde deslanche."

Se o objetivo imediato da Bolsa fluminense é estimular a economia verde no Estado, a iniciativa pode ter estímulos indiretos. Um deles, por exemplo, é atrair para o Rio um setor de prestação de serviços ambientais que, em Londres, já representa 9.000 empresas, em prega 160 mil pessoas e tem faturamento anual de 23 bilhões de libras esterlinas, diz Moura Costa.

Ele foi o fundador de uma das maiores empresas do mercado de carbono do mundo, a Ecosecurities, adquirida em 2009 pelo J.P.Morgan. "Quero agora fazer algo semelhante no Brasil", diz. Engenheiro agrônomo com especialização florestal, Moura Costa acredita que a Bolsa verde pode aumentar a qualidade das metas ambientais que já existem, "que serão implementadas de modo melhor e por um custo menor".

"É muito difícil estimar o volume de operação dessa Bolsa", registra Eduarda La Rocque, secretária municipal da Fazenda do Rio. As conversas entre o governo estadual e o municipal se iniciaram há três meses, conta ela. "Queremos trazer o mercado financeiro mais para perto da economia verde", diz ela. "Essa iniciativa carrega junto todo um entorno de serviços, que envolve advogados, corretoras e uma Bolsa de valores."

Há muitos anos, o mercado de ações do Rio foi transferido para São Paulo. "Vamos ter que conseguir uma Bolsa parceira no projeto, que pode ser a de São Paulo, desde que toda a 'inteligência' da Bolsa verde esteja aqui", dizEduarda. "Bolsa hoje é virtual. Em tese, as transações podem ser feitas independentemente de onde se esteja."

Há várias iniciativas similares à do Rio em estudo no Brasil. O governo federal há anos estuda o desenvolvimento de um mercado nacional de créditos de carbono. "Isso não é simples. Estamos, agora, estudando todas as regras", antecipa Suzana. Segundo ela, a recente conferência internacional sobre mudança climática da ONU em Durban, na África do Sul, foi positiva (mesmo que os avanços tenham sido tênues) nesse sentido.

"Durban apontou com clareza que há uma tendência irreversível para a economia de baixo carbono", diz. "Isso cria, no mercado, uma expectativa positiva. Ninguém vai querer investir em uma tecnologia que será obsoleta em 10 ou 15 anos."

Fonte: IHU - Instituto Humanitas Unisinos
http://www.ihu.unisinos.br/noticias/505186-rioteraprimeiraqbolsaverdeqdo-pais

UN Day for South-South Cooperation - A Message from the SG

logo onu1-250x221United Nations Day for South-South Cooperation

19 December

"On this Day, let us reaffirm the value of South-South cooperation. When countries, multilateral agencies and other partners work together throughout the South to pool know-how, exchange ideas and coordinate policies, they unleash a creative force that furthers our development efforts and helps us build the future we want."

Secretary-General Ban Ki-moon

Message for the UN Day of South-South Cooperation

19 December 2011

Convite - Criação da Bolsa de Ativos Ambientais do Rio de Janeiro (BVRio)

logo-PBMCBolsa Verde do Rio de Janeiro 

A Secretaria de Estado do Ambiente, a Secretaria Municipal de Fazenda do Rio de Janeiro e a Bolsa Verde do Rio de Janeiro (BVRio) têm o prazer de convidá-lo para a cerimônia de criação da bolsa de ativos ambientais do Rio de Janeiro, a se realizar no dia 20 de dezembro de 2011, às 9h30, no Palácio Guanabara (Auditório do Prédio Anexo).

O conceito de economia verde está no centro das políticas públicas do Estado e do Município do Rio de Janeiro, que partilham o objetivo de tornar o Rio um polo de inovação em finanças ambientais e um modelo para o resto do país.Em linha com essa visão, foi criada a BVRio, uma associação civil cujo propósito é desenvolver um mercado de ativos ambientais como meio de fomentar a economia verde no Rio de Janeiro. Por meio dessa parceria, a BVRio auxiliará o Estado e o Município a promoverem suas políticas públicas ambientais. Durante o evento, serão celebrados convênios de cooperação entre as três entidades. Convidamos você a participar dessa iniciativa inédita. 

Secretaria de Estado do Ambiente

Secretaria Municipal de Fazenda do Rio de Janeiro

Bolsa Verde do Rio de Janeiro

BVRio

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 R.S.V.P.:      vivian@ambiente.rj.gov.br

                                                                                                                Tel.: 2332-5791

Países decidem manter Quioto e negociar novo acordo global

cop-17-week-2 512Os países reunidos durante a 17.ª Conferência do Clima da Organização das Nações Unidas (ONU), a COP-17, em Durban, na África do Sul, aprovaram documento que prevê a prorrogação do Protocolo de Quioto, a viabilização do Fundo Verde Climático e um novo tratado sobre o clima, que deve vigorar a partir de 2020.

O representante brasileiro nas negociações que envolveram mais de 200 países, embaixador Luiz Alberto Figueiredo Machado, se disse aliviado por conseguir um resultado robusto. O acordo que conta com o apoio de países como Estados Unidos e China só foi possível graças às intensas articulações feitas pelos representantes brasileiros.

A segunda fase aprovada para o Protocolo de Quioto não vai contar com a participação do Japão, do Canadá e da Rússia. A decisão desses países de se retirar da nova etapa esvazia um pouco o acordo internacional. Por ele, Quioto vai valer até 2017 ou 2020 a data ainda será objeto de negociação, mas deve prevalecer o ano de 2020.

Nessa data deve entrar em vigor um novo acordo que obrigue os países a reduzir as suas
emissões de gases de efeito estufa. O documento que vai valer após 2020 deve contar com a participação de Estados Unidos e China, grandes emissores de gases estufa.

Os negociadores presentes em Durban também se comprometeram em fazer decolar o Fundo Climático Verde. Por ele, os países desenvolvidos devem colocar US$ 100 bilhões até 2020 para ações contra as mudanças climáticas. Na verdade, esse comprometimento já havia sido assumido na COP-16.

No caso do futuro acordo global, que deve valer a partir de 2020, Estados Unidos e China aceitaram participar de acordo que tenha metas de redução de gases de efeito estufa parta todos os países, independente do seu grau de desenvolvimento.

Para as organizações ambientalistas, o resultado da COP-17 é histórico, mas modesto e insuficiente para combater as mudanças climáticas. Na opinião da diretora de campanhas da Oxfam, Celine Charveriat, o acordo poderia ser mais ambicioso. Foi uma decepção, Não há nenhuma proposta para os próximos anos e isso terá consequências para o mundo.

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